Cartagena da índias - história e turismo



Como dizem que os ventos do norte não movem moinhos, o meu sangue latino a minha alma cativa mais uma vez e me leva a conhecer outro pedacinho da minha amada América do Sul – ainda que por meio de pesquisas.
Bom, conhecia pouco sobre Cartagena, sabia apenas que já tinha visto a cidade no filme “Tudo por uma esmeralda” e que era também um dos cenários de um outro filme, baseado no livro do escritor colombiano Gabriel García Márquez chamado “El amor en lo tiempo del colera”.
Vale contar que minha relação com Gabriel García vem de outros tempos. Cartagena sempre foi um dos temas dele. Toda sua obra está baseada na realidade. Nada era pura ficção, ele sabia tornar o real poético e eu tento fazer isso com a minha cidade. Por isso já sentia uma certa intimidade com ele, por meio de sua obra e conhecer sua cidade, seria como conhecer sua própria casa.
Mas, voltando a cidade de Cartagena, ela não é só terra de escritores e cenário de filmes, é um lugar espetacular e cheio de história.
A primeira ocupação dessa região por europeus data de 1503, porém a área foi efetivamente colonizada em 1533. Antes dos espanhóis chegarem, o lugar já era habitado por comunidades indígenas – como todo o continente americano. Na área, escavações encontraram os mais antigos objetos de cerâmica das Américas, datados em torno de 4000 a.C.
Com o início do processo de colonização, Cartagena se tornou um local estratégico para que todo o ouro encontrado no interior do território onde hoje se situam a Colômbia e o Peru fosse enviado até a Espanha. Era também o local onde desembarcavam os escravos vindos da África.
Aos poucos, Cartagena tornou-se um importante polo comercial e é claro que todo esse fluxo de pessoas e riquezas chamou a atenção de Piratas. De forma autônoma ou organizados em grupos, cruzavam os mares só com o fito de promover saques e pilhagem a navios e a cidades para obter riquezas e poder. O estereótipo mais conhecido do pirata se refere aos Piratas do Caribe, cuja época áurea, conhecida como Época Dourada da Pirataria, ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII.
Para evitar esses saques, surge um dos símbolos mais imponentes da linha de defesa de Cartagena e que rodeia a Ciudad Vieja: o muro construído no final do século XVI para protegê-la de ataques de piratas e de onde vem o seu apelido, Ciudad Amurallada.
A muralha é uma imponente construção que possui mais de 11km de extensão e que hoje, tombada pela UNESCO e ainda intacta, atrai milhares de turistas para conhecer a beleza desse pedaço do caribe colombiano.
 Outra curiosidade na arquitetura da cidade são as portas das casas, carregadas de simbolismo: cada desenho na aldrava tinha um significado diferente e esses vários "botões" indicavam riqueza. Quem tinha mais dinheiro, aplicava mais "botões". As iguanas e os motivos marinhos são recorrentes nas aldravas. Cada figura poderia representar o status da família, seu ofício principal, comércio ou sua ligação com a família real espanhola. Mais do que peças meramente aleatórias ou decorativas, diziam muito sobre quem repousava dentro do recinto, ou sobre o que a pessoa queria que se pensasse dela. São mantidas até hoje e chamam a atenção dos visitantes.
            A cidade, hoje voltada ao turismo, oferece uma vasta gama de opções turísticas, entre elas: city tour motorizado a bordo de um segway, o inesquecível pôr-do-sol do Café del Mar, o mirante do Convento de Santa Cruz de la Popa, o Castillo de San Felipe de Barajas, o charme caótico e as sacadas floridas de Cartagena, a Plaza de los Coches, a Porta del Reloj e é claro, curtir um dia de sol em uma de suas maravilhosas praias.
Para isso, as Islas Del Rosario são imperdíveis. Elas são um arquipélago formado por 27 ilhas. Fazem parte do Parque Nacional Corales Del Rosario e por lá você vai encontrar praias com areia branquinha e a água em um tom de azul transparente, o que lhe oferecerá ótimos lugares para mergulhar. A Playa Blanca fica na Isla Barú, a única Ilha do arquipélago das Islas del Rosario com a possibilidade de chegar de carro. Talvez por isso seja a praia mais movimentada e cheia, seu fácil acesso permite o crescimento de restaurantes e pousadas, deixando-a bem turística.
Bom, fiz meu dever de casa, e já mereço conhecer essa terra de beleza natural ímpar e uma história riquíssima. Quem sabe Eva Schneider não desvende um enigma deixado por Blas de Lezo durante sua luta pela defesa da cidade?


                                   G.G. Márquez – “Não há remédio que cure o que a felicidade não cura” – Do Amor e Outros Demônios.

Postar um comentário

1 Comentários

  1. Interessante...Eu tenho um livro do G.G.Márquez intitulado "O Amor nos Tempos do Cólera"...Será o mesmo?!

    ResponderExcluir