23 de maio de 1956
27 de janeiro de 2000
Luiz Carlos Onofre foi um homem que infelizmente teve uma vida muito curta, porém mesmo vivendo pouco, deixou muitas marcas na cidade de Alfredo Wagner. Não estamos falando apenas das marcas deixadas no coração de todos que o amavam, mas também marcas na política e esporte da cidade, áreas onde ele sempre foi muito atuante.
Luiz Carlos nasceu no Caeté — em frente à gruta — em 23 de maio de 1956. Ele era filho do casal João Manoel e Cecília de Andrade Onofre, famílias pioneiras na colonização do Morro Redondo e Santa Bárbara e presente também no Caeté. Seus pais tiveram oito filhos, duas mulheres e seis homens e Luiz era o mais novo dos meninos.
O pai, João, tinha uma charqueada e trabalhava com agricultura e a mãe o ajudava e tomava conta da casa. Luiz desde muito cedo começou a ajudar o pai na charqueada, aprendendo a carnear gado, porcos, fazer linguiças, charques e tudo mais que o pai precisasse de ajuda. Além disso, sua família também engordava gado no Morro Redondo e ele sabia como ninguém lidar com a criação.
Como adolescente, um de seus principais passatempos era jogar futebol, junto com amigos, irmãos e primos. Essa paixão, ele levou por toda sua vida.
Sua primeira profissão foi como ajudante de seu pai na charqueada, depois foi trabalhar na CAFASC, na vacinação de gado contra a febre aftosa, já que também tinha experiência com gado e foi enquanto trabalhava nesse órgão do Governo do estado de Santa Catarina, que conheceu sua futura esposa, Maria Izabel Wagner.
Ela conta que eles se conheceram na escola, pois ambos estudavam no Silva Jardim, porém não eram da mesma sala e não tinham amizade, se conheciam apenas de vista. Mas certo dia Bel — como é conhecida por todos — foi com seu irmão Gilberto, o Betinho, para um casamento no interior do município. Na volta, perto da localidade de Catuíra, eles avistaram um acidente de carro e em um dos carros envolvidos estava Luiz Carlos, acompanhado por Antônio Carlos Thiesen. Os dois eram funcionários da CAFASC e percorriam todo o município realizando a vacinação do gado e naquele dia tinham se acidentado. Os irmãos Wagner pararam para prestar socorro e os levaram para o hospital. Bel foi durante todo o caminho amparando Luiz Carlos, que estava machucado e precisando de ajuda.
Passados alguns dias, ela foi visitar Luiz, para ver se ele já estava bem. Ela acha que depois do resgate Luiz Carlos ficou muito interessado nela, pois perguntou se ela queria namorar com ele, ao que ela respondeu “Não”, pois ele estava em um namoro sério com uma outra moça. Mas ele não desistiu e continuou investindo na moça, que era a única filha mulher do casal Virginia e Balcino Matias Wagner. Ela também havia ficado interessada nele e quando foi questionada pela segunda vez, não resistiu, respondendo que sim, então eles iniciaram o namoro.
Eles se casaram no dia 20 de abril de 1977, quando ele tinha 21 anos. Do casamento, nasceram dois filhos, Eduardo Luiz e Evandro Luiz.
Além do trabalho com o pai e na CAFASC, ele trabalhou também em uma livraria, mais tarde como taxista e finalmente voltou para o ramo de seu pai, abrindo um açougue. O açougue do Ratão que foi inaugurado em 1977. A livraria e papelaria se chamava Rozita, pertencia a Wanderley Silva, um grande amigo e incentivador de Luiz Carlos, além disso o táxi que Luiz dirigia também pertencia ao amigo e ele era um motorista adorado por todos, pela maneira que dirigia e atenção que dava aos passageiros, principalmente em viagens longas, como para Florianópolis — geralmente para consultas médicas.
Todos conheciam Luiz Carlos pelo apelido de Ratão, que surgiu em seu nascimento. Quando ele nasceu, seu cabelo parecia com a pelagem de rato, meio acinzentado, meio manchado, e ele usava o cabelo penteado para trás, o que fazia lembrar ainda mais o animal. Ele começou sendo chamado de Ratinho, Rato até se tornar o Ratão, como era conhecido por todos.
Ratão sempre foi muito envolvido com a comunidade, com eventos esportivos e não demorou muito para ele se voltar para a política. Disputou sua primeira eleição para vereador no ano de 1977 e, com apenas 21 anos, foi eleito vereador, sendo o terceiro mais votado do município, e segundo do partido (MDB), com 232 votos. Ele ainda foi vereador em uma segunda oportunidade, na gestão de 1983 até 1988. Como vereador, suas principais preocupações estavam voltadas para a construção de novas escolas — Escolas Isoladas — implantação de rede de água — da CASAN — e construção de um ginásio de esportes — lembrando que naquela época o Rogerão ainda não existia.
Apesar da insistência do partido para ele ser candidato a prefeito, ele aceitou concorrer apenas como vice, ao lado de Nivaldo Wessler — Formiga. Eles foram eleitos para a gestão de 1997 até 2000. Durante esse mandato, Ratão atuou como Secretário da Agricultura do município. Ele foi o responsável por uma grande reestruturação na secretaria e início de várias ações, tais como o “troca-troca de sementes” e o fornecimento de calcário para os agricultores. Também foi em sua gestão que ele trouxe um engenheiro agrônomo para trabalhar na cidade e estruturar tecnicamente a área. Seus amigos de partido contam que ele era um grande companheiro, fiel, uma pessoa de palavra, que só prometia o que poderia cumprir. Além disso, era uma pessoa muito popular, tinha conversa com todo mundo e estava sempre muito contente.
Ele tinha uma caligrafia muito bonita, uma letra bem desenhada e era extremamente organizado em seus negócios e também na política, mantendo diversas cadernetas com anotações. Anotava de quem tinha comprado determinado boi, quanto estava pesando no dia que comprou, a evolução da engorda do animal e quanto ele tinha obtido de lucro com a venda do mesmo. Ele também tinha tudo anotado sobre os bois que tinha em pastagens alugadas, em outras cidades como Urupema e serra acima.
O filho mais novo, Evandro, relembra que muitas de suas memórias do pai estão associadas ao futebol. Ele era um jogador apaixonado pelo esporte e muito habilidoso, além disso, quando não estava em campo, ele adorava assistir partidas. Mesmo quando saíam de Alfredo Wagner, o pai sempre parava com eles em campos de futebol para assistir aos jogos. Durante muito tempo, ele jogou no time Corisco, de Alfredo Wagner. No futebol de salão, ele era lateral esquerdo e no futebol de campo, jogava como ala esquerdo.
Além disso, Ratão adorava carros, principalmente os potentes. Ele adorava dirigir velozmente em seus momentos de lazer e os filhos sempre estavam com ele, o que até hoje permanece sendo uma das paixões deles. Entre as lembranças, também estão as idas para a praia com o caminhão boiadeiro, que eles usavam para acamparem na praia.
Ele era uma pessoa muito boa, paciente e gostava muito de crianças. Todos seus sobrinhos o adoravam e eles queriam ver o tio todos os dias.
O filho Evandro ainda ressalta que três adjetivos podem definir seu pai: bom caráter, honesto e trabalhador. Ele acordava todos os dias antes do sol e já começava a trabalhar.
Uma curiosidade é que ele sempre foi do MDB e a família de sua esposa, grandes apoiadores do PP. Eles moravam na mesma casa que os sogros e os dois partidos, na época, eram grandes adversários em nossa cidade, mas as divergências políticas nunca interferiram na rotina da família.
Seus hobbies, como já citamos, eram o futebol, a engorda do gado e amava levar os filhos quando chegava algum circo na cidade, principalmente para assistirem as touradas, realizadas com os bois cedidos por ele.
Ele faleceu em 27 de janeiro de 2000 por conta de um aneurisma, a morte repentina aconteceu quando ele tinha apenas 43 anos. Ele conheceu apenas uma de suas três netas e, segundo contam, ela era outra de suas grandes paixões. Ele sempre carregava uma foto dela dentro de sua carteira.
Apesar de suas outras duas netas não terem tido a oportunidade de conhecer esse grande homem, a família não deixa que sua memória se apague e sempre fala para as pequenas sobre o seu incrível vovô Ratão, um homem que deixou grandes memórias por onde passou.
Os filhos e a Bel mantêm o seu legado vivo, seja no açougue que ainda leva seu nome “Açougue do Ratão”, na fábrica de embutidos “Embutidos Rathão” ou no gosto pelos carros potentes.
Informações repassadas por:
Maria Izabel Wagner
Evandro Luiz Onofre
Suzanne Werlich Schmitz Onofre
4 Comentários
Oi Carol me chamo Carol Pereira e publiquei meu livro na Amazon " amor proibido " e consta como seu livro quem pesquisa, gostaria da sua ajuda para que tirassem como fosse seu e aparecesse meu perfil, desculpe vir aqui mas não consegui te achar nas redes sociais, se puder me ajudar nisso agradeço de coração.
ResponderExcluirOie... como faço para te ajudar? (48) 988127312 meu WhatsApp... desculpe a demora, só vi agora.
ExcluirOlá. Eu sou dono do Blog O Cavaleiro Templário.
ResponderExcluirwww.ocavaleirotemplario.com.br
Vi sua postagem sobre Stonehenge e gostaria de lhe fazer algumas perguntas para postar em meu blog. Inclusive eu iria lhe dar os devidos créditos. Se quiser, claro.
Oie, claro. Desculpe só ter visto agora. (48) 988127312 pode me adicionar no whats.
Excluir