Por: Paulo
Zilli Jr.
Data de nascimento: 22 de agosto de
1931
Data de falecimento: 28 de novembro
de 2012
Primeiramente
fiquei muito feliz de prestar esta homenagem a um grande homem, Raulino Zilli
meu avô paterno, e contribuir com algumas palavras para que muitos venham a
conhecer a passagem desta figura notável que nasceu em Alfredo Wagner e nos
deixou a menos de um ano em Campinas – São José .
Raulino Zilli
nasceu no dia 22 de agosto de 1931, era filho de João Zilli (Giovanni) e
Antônia Martignago, filhos de
italianos. Teve 4 irmãos, José
Zilli (1912), Assivio Zilli ( 1921 –
1923) Adelina Zilli ( 1926) e Olíbio Zilli (1933).
Quando novo,
trabalhou na roça como qualquer criança daquela época, ajudando na subsistência
da família . Estudou pouco, fez até a quarta série do primário. Na década de
30, Raulino conheceu sua futura esposa, a Sra. Zulma Freitas, filha de José
João Freitas e Hortência Aniceta da Cunha, no colégio que frequentavam em
Alfredo Wagner.
Com o passar dos
tempos, a brincadeira dos tempos de escola se transforma em realidade; Raulino
Zilli, com dezoito(18) anos e Zulma
Freitas, com quinze (15) anos, casaram no dia 12/11/1949. Deste casamento nasceram oito filhos, seis homens e duas mulheres. São eles: Antônio Valsonir Zilli (1950), José Valdecir
Zilli (1951), João Adelecir Zilli (1953), Pedro Joceli Zilli (1955), Paulo
Valdemar Zilli ( 1957), Suely Terezinha Zilli (1960), Luiz Alberto Zilli (1963 – 2004) e Antônia
Zilli (1967).
Após o casamento
ocorre um dos momento mais difíceis da vida do casal. Raulino alista-se no exército
indo fazer teste em Joinville, dizia ele” Levamos quatro (4) dias de Alfredo
Wagner até Joinville, a estrada era de barro e o caminho foi muito longo em
cima de uma caminhão de pau de arara”. No mesmo ano foi chamado para servir a
pátria no Rio de janeiro em meados de 1950. No Rio de janeiro vivenciou a
construção do estádio do Maracanã; sempre comentava em nossas conversas” Aquilo
lá parecia um formigueiro, nunca vi tantas pessoas trabalhando em um local só”.
Raulino ficou um ano e um mês no exército, perdendo até o nascimento do seu
primeiro filho Antônio Valsonir Zilli. Nesta época, sua esposo Zulma morou com
João Zilli e Antônia Martignago, seus sogros. Conta ela que foram momentos
difíceis, desde a compreensão da língua italiana, até os afazeres domésticos,
que a obrigavam a fazer mesmo grávida.
Raulino não gostava de trabalhar na roça.
Tentou seguir a profissão do seu pai que era feitor de ruas. Mais não deu muito
certo, pois, o negócio dele era o ramo da construção civil. Então foi trabalhar
com o irmão José Zilli que na época havia aberto uma firma de construção civil.
Nas décadas
seguintes, ajudou na construção da ponte do Rio Caeté, o hospital de Alfredo
Wagner, o clube, a Igreja de Alfredo Wagner, Igreja da Lomba Alta, Igreja em
Urubici, além de várias e várias casas nas redondezas de A.W. Sempre relatava
que eram momentos difíceis, pois naquela época o frio era intenso. Falava sempre
da região da serra e o frio que chegava a doer nos ossos, desde Alfredo Wagner
até Urubici. Relatou que chegou a
trabalhar com neve caindo na década de 50 e 60. Um fato curioso que sempre
contava, é que para amolecer a massa de cimento era obrigado a jogar água
quente, pois a mesma estava congelada. Por causa desse frio, tinha lesões nos
pulmões que o acompanharam até o final de sua vida.
Na década de 70,
mudou-se com a família para a região de São José, mais precisamente para o
bairro Campinas. Nesta época, Raulino já tinha uma firma de construção civil
onde todos os filhos trabalhavam com ele.
Fizeram muitas casas aos arredores de Campinas, Roçado, Kobrasol ,
centro da cidade etc.
Na década de 80
alguns filhos saíram da firma e foram trabalhar por conta própria, ficando
Raulino somente com seu filho João Adelecir Zilli. Atuou na profissão até início da década de
1990, quando sofreu um infarto que o inutilizou para o trabalho também perdeu 75 %
da capacidade do seu coração.
Gostava muito de
pássaros, por isso possuía um viveiro imenso local ao qual dedicava maior parte
de seu tempo após a aposentadoria. Também gostava muito de cachorros, sempre
tinha um para alegrar o ambiente.
Sempre foi muito participativo
da igreja católica, em Alfredo Wagner frequentavam missa todos os domingos junto com sua família. O padre Cristóvão, que
foi pároco da Igreja na década de 60 era frequentador de sua casa, podendo ser
visto em várias fotos de família. Esse
costume ele trouxe para Campinas, sendo frequentador assíduo da igreja . Quando podia, ajudava a paróquia. Alguns
filhos seguiram seu caminho frequentando e participando ativamente de celebrar
religiosas.
Raulino era uma pessoa alegre e gostava de
ajudar o próximo. Estava sempre sorrindo e dificilmente ficava irritado com
alguma coisa. Todos os filhos tiveram uma educação muito boa e tornaram -se
pessoas de bem. Hoje, sete filhos
continuam vivos. No ano de 2002, Luiz Alberto Zilli, filho homem mais novo,
morreu em um acidente de moto, fato que deixou seus pais inconformados.
Nos últimos anos,
Raulino estava muito doente; devido ao problema de coração não podia se
incomodar, e já não possuía mais a vitalidade que sempre teve. Sua maior
ocupação era cuidar de sua esposa Zulma, que é diabética. Sempre foi zeloso,
dedicado, amoroso, preocupado, pontual..
e era assim sua relação com ela. Um
tombo no ano de 2012, afetou sua cabeça e ele começou a ficar esquecido,
misturar as informações por isso passou a ter cuidados especiais de uma
enfermeira. Engraçado é que sempre era alegre, mesmo quando resmungava, era
hilário. Faleceu na manhã do dia 28 de novembro de 2012, em casa nos braços de
um de seus filhos. A família continua
lembrando da pessoa que ele era, e todos, sem exceção, sentem muito a sua
falta.
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