Por Daura da Cunha
Data de nascimento: 02 de maio de 1918
Data de falecimento: 03 de junho de 1993
Aos 18 anos entrou para o exército em Florianópolis onde ficou muito
doente, voltando para terminar seus dias em casa. De forma inesperada conseguiu curar-se.
Aprendeu a profissão de agrimensor. Casou-se em 24 de julho de 1943 com Verônica Maria dos Santos, de
descendência portuguesa, que passou a chamar-se Verônica dos Santos Cunha (12.05.1922/20.04.2004).Tiveram nove filhos.
Homem
de princípios rígidos na educação de seus filhos, foi grande incentivador para que os mesmos
tivessem uma formação acadêmica.
Na primeira metade
da década de 50, José João Campos, residente em Barracão, então presidente do
Diretório Distrital de Catuíra, em uma
visita àquela comunidade conheceu Olíbio Ferreira da Cunha, agrimensor, que
também possuía o Cartório de Registro Civil local. A partir daí formava-se uma
dupla que se mantivera unida em prol da emancipação política de Barracão.
Olíbio foi então
contratado para fazer a medição de uma região que pertencia a José João Campos
com o objetivo de loteá-la da forma mais correta possível. O preço acertado
pelos serviços foi dois lotes urbanos que se localizavam em frente ao que é
hoje a Escola de Educação Básica Silva Jardim.
Após ter sua residência destruída por um
incêndio em Lomba Alta, e, acreditando no desenvolvimento de Barracão, estabeleceu-se
neste local. Foi um dos primeiros
a construir casa nessa parte nova da vila distrital.
Passou o Cartório
em Catuíra, para sua irmã Erondina Emília Oliveira da Cunha e reabriu-o mais tarde em Barracão,
aproveitando sua experiência nessa área. Além disso
continuava com a função de agrimensor.
Sempre fora um
autodidata. Gostava muito de ler e mantinha-se permanentemente informado a respeito de assuntos da atualidade.
Tinha um pequeno acervo bibliográfico voltado para: história universal,
biografias de escritores renomados, enciclopédias, além de publicações sobre o
mundo atual. Gostava de ouvir todas as noites, em seu rádio, o Repórter Esso e
a Voz do Brasil - programas que o deixavam informado sobre os acontecimentos no
Brasil e no mundo.
Tinha uma postura
formal, inclusive na maneira de vestir-se.
Gostava de usar roupas de linho devidamente passadas e engomadas. Valorizava a
boa aparência. Apesar de parecer sisudo era bastante comunicativo e se
divertia contando longos “causos”, estes, enigmáticos, quanto a sua origem e
veracidade.
Participou da
história do Município ora como personagem principal, ora como espectador. Mas,
muitas vezes, como colaborador para com o
desenvolvimento da cidade que escolheu para viver.
Foi um dos
fundadores e presidente da Sociedade Recreativa União Clube, cuja
última sede encontra-se ainda hoje na praça principal do município.
Gostava muito de
dançar e também de cantar, fez parte do coral da Igreja da cidade por muitos
anos. Adorava participar dos bailes e das festas comunitárias. Na época das
festas de São João a comunidade divertia-se muito, a dança da quadrilha era
muito esperada e ensaiada com certa
antecedência sob o comando dele.
Comandava o "casamento de jeca", que também era muito
divertido, com as brincadeiras próprias para o evento. A encenação era muito hilária, um momento
muito agradável e de intenso convívio entre os moradores.
No final da década
de 50, Olíbio Ferreira da Cunha, juntamente com outros correligionários,
traçaram uma lista de benfeitorias realizadas para solicitar a elevação da Vila
de Barracão á Distrito, que culminou em 24 de outubro de 1957.
Foi figura
fundamental na luta pela emancipação política do então distrito de Barracão
para Município de Alfredo Wagner, o que ocorreu na década de 60.
Ainda na década de 60, a fim de ensinar uma
profissão a seu filho Altair e mais tarde ao filho Odair, foi efetuar
levantamentos topográficos em Bocaina do
Sul-PR para fins de colonização.
Nessa época o cartório ficou sob a
responsabilidade de Adilson Schuveitzer , filho do seu “Talico”, uma vez que
seus outros filhos eram menores de idade.
Fez parte da equipe, junto a políticos e a comunidade - realizando leilões, festas,
bailes e um livro de ouro – que buscou incessantemente angariar recursos, a
fim de que fosse construído o então
Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, entidade fundada em 14
de janeiro de 1959, que teve seu funcionamento, anos mais tarde, em 15 de
setembro de 1971. Conseguiu, inclusive,
verbas de uma entidade filantrópica
religiosa sediada na Alemanha .
Na década de 70,
juntamente com políticos locais e outros membros da comunidade participou de reuniões com
autoridades estaduais, a fim de que a
construção da BR-282 ficasse o mais
perto possível dos Municípios de Alfredo Wagner, Bom Retiro e Rancho Queimado, para contribuir a um maior
desenvolvimento da região.
Sempre esteve
presente nas grandes lutas e reivindicações de Alfredo Wagner, juntamente com
outros companheiros. Ao lado desses,
esteve empenhado, sem esmorecimento, no sentido de ver crescer e
progredir a sua terra e de seus filhos.
Mudou-se para Florianópolis
em 1971,tornando-se empresário do ramo
imobiliário e hoteleiro onde permaneceu até a sua despedida final em 1993.
Correções: Ana
Paula Kretzer
2 Comentários
Já tinha conhecimento da trajetória da vida familiar e pública do meu tio Olíbio Ferreira da Cunha, só que ao ler esta narrativa feita pela minha prima Daura da Cunha, confesso que fiquei bastante admirada e comovida com tantas iniciativas tomadas pelo meu tio Olíbio para que a comunidade do antigo Barracão fosse beneficiada no seu desenvolvimento como um todo. Como tio, sinto bastante sua falta, pois, sempre que íamos visitá-los éramos muito bem recebidos por ele por nossa saudosa tia Santa como era chamada carinhosamente. Mais uma vez, posso dizer, da importância desses relatos para a história do desenvolvimento do Município de Alfredo Wagner.
ResponderExcluirOlá! Parabéns pela bela narrativa! Gostaria de saber onde as fotos do pos foram tiradas... Obrigada!! Abraços! Cristina Iuskow
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