Personalidades: Olibio Ferreira da Cunha

Por Daura da Cunha
Data de nascimento: 02 de maio de 1918
Data de falecimento: 03 de junho de 1993

Olíbio Ferreira da Cunha nasceu em Limeira, Distrito de Catuíra, também conhecida como Colônia Militar Santa Tereza,  Município de Bom Retiro, em 02 de maio de 1918. Descendente de portugueses  e alemães, seus pais eram: Valeriano Ferreira da Cunha e de Laura Althoff da Cunha, ele Sub-Delegado da Região e ela do lar. Foi o terceiro filho de nove  irmãos.  Passou sua infância em Limeira. Cursou  o primário na Escola Isolada de Lomba Alta e posteriormente passou a ser auxiliar de ensino na mesma escola.

Aos 18 anos entrou para o exército em Florianópolis onde ficou muito doente, voltando para terminar seus dias em casa. De forma inesperada  conseguiu  curar-se.  Aprendeu a profissão de agrimensor. Casou-se em 24 de  julho de 1943 com Verônica Maria dos Santos, de descendência portuguesa, que passou a chamar-se Verônica dos Santos  Cunha (12.05.1922/20.04.2004).Tiveram nove filhos.
Homem de princípios rígidos na educação de seus filhos, foi  grande incentivador para que os mesmos tivessem uma formação acadêmica.
Na primeira metade da década de 50, José João Campos, residente em Barracão, então presidente do Diretório Distrital de Catuíra,  em uma visita àquela comunidade conheceu Olíbio Ferreira da Cunha, agrimensor, que também possuía o Cartório de Registro Civil local. A partir daí formava-se uma dupla que se mantivera unida em prol da emancipação política de Barracão.
Olíbio foi então contratado para fazer a medição de uma região que pertencia a José João Campos com o objetivo de loteá-la da forma mais correta possível. O preço acertado pelos serviços foi dois lotes urbanos que se localizavam em frente ao que é hoje a Escola de Educação Básica Silva Jardim.
 Após ter sua residência destruída por um incêndio em Lomba Alta, e, acreditando no desenvolvimento de Barracão,  estabeleceu-se  neste local. Foi  um dos primeiros a construir casa nessa parte nova da vila distrital.
Passou o Cartório em  Catuíra, para sua irmã  Erondina Emília Oliveira da Cunha e  reabriu-o mais tarde em Barracão, aproveitando sua experiência nessa área.  Além  disso continuava  com a função de agrimensor.
Sempre fora um autodidata. Gostava muito de ler e mantinha-se permanentemente  informado a respeito de assuntos da atualidade. Tinha um pequeno acervo bibliográfico voltado para: história universal, biografias de escritores renomados, enciclopédias, além de publicações sobre o mundo atual. Gostava de ouvir todas as noites, em seu rádio, o Repórter Esso e a Voz do Brasil - programas que o deixavam informado sobre os acontecimentos no Brasil e no mundo.
Tinha uma postura formal, inclusive na maneira de  vestir-se. Gostava de usar roupas de linho devidamente passadas e engomadas. Valorizava a boa  aparência.  Apesar de parecer  sisudo era bastante comunicativo e se divertia contando longos “causos”, estes, enigmáticos, quanto a sua origem e veracidade.
Participou da história do Município ora como personagem principal, ora como espectador. Mas, muitas vezes,  como colaborador para com o desenvolvimento da cidade que escolheu para viver.
Foi um dos fundadores e presidente da Sociedade Recreativa União Clube, cuja última sede encontra-se ainda hoje na praça principal do município.
Gostava muito de dançar e também de cantar, fez parte do coral da Igreja da cidade por muitos anos. Adorava participar dos bailes e das festas comunitárias. Na época das festas de São João a comunidade divertia-se muito, a dança da quadrilha era muito esperada e ensaiada com  certa antecedência sob o comando dele.  Comandava o "casamento de jeca", que também era muito divertido, com as brincadeiras próprias para o evento.  A encenação era muito hilária, um momento muito agradável e de intenso convívio entre os moradores.
No final da década de 50, Olíbio Ferreira da Cunha, juntamente com outros correligionários, traçaram uma lista de benfeitorias  realizadas para solicitar a elevação da Vila de Barracão á Distrito, que culminou em 24 de outubro de 1957.
Foi figura fundamental na luta pela emancipação política do então distrito de Barracão para Município de Alfredo Wagner, o que ocorreu na década de 60.
 Ainda na década de 60, a fim de ensinar uma profissão a seu filho Altair e mais tarde ao filho Odair, foi efetuar levantamentos  topográficos em Bocaina do Sul-PR  para fins de colonização. Nessa  época o cartório ficou sob a responsabilidade de Adilson Schuveitzer , filho do seu “Talico”, uma vez que seus outros filhos eram menores de idade.
Fez parte da equipe,  junto a políticos e  a comunidade - realizando leilões, festas, bailes e um livro de ouro – que buscou incessantemente angariar recursos, a fim  de que fosse construído o então Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, entidade fundada em 14 de janeiro de 1959, que teve seu funcionamento, anos mais tarde, em 15 de setembro de 1971. Conseguiu,  inclusive, verbas de uma  entidade filantrópica religiosa sediada na  Alemanha .
Na década de 70, juntamente com políticos locais e outros membros da  comunidade participou de reuniões com autoridades estaduais, a fim de que  a construção  da BR-282 ficasse o mais perto possível dos  Municípios  de Alfredo Wagner, Bom Retiro e  Rancho Queimado, para contribuir a um maior desenvolvimento da região.
Sempre esteve presente nas grandes lutas e reivindicações de Alfredo Wagner, juntamente com outros companheiros. Ao lado desses,  esteve empenhado, sem esmorecimento, no sentido de ver crescer e progredir a sua terra e de seus filhos.
Mudou-se para Florianópolis  em 1971,tornando-se empresário do ramo imobiliário e hoteleiro onde permaneceu até a sua despedida final em 1993.

Correções: Ana Paula Kretzer


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2 Comentários

  1. Já tinha conhecimento da trajetória da vida familiar e pública do meu tio Olíbio Ferreira da Cunha, só que ao ler esta narrativa feita pela minha prima Daura da Cunha, confesso que fiquei bastante admirada e comovida com tantas iniciativas tomadas pelo meu tio Olíbio para que a comunidade do antigo Barracão fosse beneficiada no seu desenvolvimento como um todo. Como tio, sinto bastante sua falta, pois, sempre que íamos visitá-los éramos muito bem recebidos por ele por nossa saudosa tia Santa como era chamada carinhosamente. Mais uma vez, posso dizer, da importância desses relatos para a história do desenvolvimento do Município de Alfredo Wagner.

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  2. Olá! Parabéns pela bela narrativa! Gostaria de saber onde as fotos do pos foram tiradas... Obrigada!! Abraços! Cristina Iuskow

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