A viagem foi maravilhosa, muito além do que eu
poderia esperar – afinal, perder aquela viagem para Cartagena não poderia ter
sido melhor – e eu vou ressaltar alguns pontos da viagem:
- Perder o medo de viajar sozinha;
- Conhecer muita gente nova e diferente;
- Perder o receio de falar em Inglês;
Eu estava morrendo de medo de viajar sozinha, de ir
para um país onde eu não sabia a língua local e, principalmente, da solidão que
eu poderia sentir, mas deu tudo certo. Estar sozinha me permitiu conhecer um
monte de gente bacana. Gente que me surpreendeu com sua bondade, por demostrar
prazer em ajudar, em compartilhar seu tempo, suas histórias e conhecimento
comigo. Conhecer gente boa sempre me faz ter mais fé no mundo. Para citar as pessoas
boas posso falar do Massimo, meu amigo de Veneza que me mostrou uma parte de
Veneza que a maioria dos turistas não conhece. Bairros residenciais, suas
padarias, livrarias, jardins secretos, guetos, escolas e restaurantes. Conheci
os verdadeiros venezianos.
Posso falar também da Bogusia e da Kasia. Agora sou
apaixonada por poloneses. Sei lá, a Bogusia – de 62 anos, mãe da Kasia de 26 –
tinha uma alma parecida com a da minha vó, o que já bastou para eu simpatizar
com ela. Durante o dia que passamos juntas, ela me tratou como filha, nós três rimos
muito, conversamos sobre diversos temas como política, Segunda Guerra Mundial e
sobre como os pais ficam quando seus filhos saem em viagens pelo mundo. Ela
disse que estava cuidando de mim, como gostaria que os outros cuidassem da
Kasia em suas viagens.
Posso falar também do cara que me cedeu seu lugar
na missa e graças a ele conseguir ver o Papa de muito mais perto do que um dia
sonhei. Das pessoas que acompanharam como a Frabini por Paris e o Zeca, por
Roma. Ou das outras pessoas que me ajudaram em tudo que podiam, me fornecendo informações,
dicas ou simplesmente dando bons dias amistosos. Foi por causa de pessoas boas
que essa viagem aconteceu.
Para me comunicar com essa gente precisei falar
inglês, treinar minha conversação e estava morrendo de medo disso também, pois
em outras viagens, sempre tinha alguém que poderia me ajudar nisso. Dessa vez
era só eu e, com enorme satisfação, afirmo que me sai bem nisso.
- Conseguir visitar minha tia em Barcelona;
Durante muitos anos sonhei em visitar Barcelona,
conhecer suas ramblas, estar mais
perto das obras de Gaudí. Isso também se tornou possível com essa viagem.
Estando com minha tia lá, tive oportunidade de conversar com ela sobre meu pai
e é bom ouvir histórias dele que eu ainda não conhecia. Lá também comi feijão,
um feijão especial, pois o tempero também se parecia com o tempero da casa do
Taba.
- Enriquecer minha futura carreira de professora de
história, entrando no Coliseu e visitando as ruínas de Pompeia;
Estando lá eu não me cansava de agradecer a
oportunidade de estar pisando naquele solo. Estar em lugares que conheci ainda
muito pequena através de livros, sempre é algo surreal para mim. Poder contar
essa experiência para meus alunos, tenho certeza de que também será.
- Consegui viver com meus 18 euros por dia;
- Vi o mar adriático e o mediterrâneo;
- Conheci nove novas cidade em três países - Roma,
Barcelona, Castelfells, Vaticano, Napoli, Pompeia, Veneza, Florença e Pisa;
- Cheguei ao meu 17º país;
Durante 15 das me senti mais viva do que nunca,
conhecendo, podendo tocar em uma cultura com milênios. Tendo contato com
algumas das obras de arte mais famosas do mundo.
O povo italiano é belo, feliz, divertido, acolhedor
e irreverente.
A viagem me fez crescer em muitos sentidos. Aprendi
a apreciar mais a minha companhia e a sentir falta de ter alguém com quem
compartilhar alguns momentos. Foi uma viagem edificante em muitos sentidos...
pessoal, espiritual, profissional e social.
Viajar me abriu portas, não apenas para o mundo,
mas para a minha vida. Viajar me ensina na prática história, geografia, outras
línguas e mais do que isso, me ensina a ser mais humana, a sair da minha bolha.
Viajar me ensinou a não julgar e não estabelecer preconceitos, nem com lugares,
muito menos com pessoas.
Aprendi a deixar apenas de existir, para passar a
viver e escrever a história que eu sempre sonhei para mim.
A cada viagem que faço me faz diferente.
Tento adquirir as coisas boas de cada lugar que
conheço, cada cultura que tenho contato e cada pessoa que passa pelo me
caminho. É isso que me faz crescer, porque trago na mala apenas as boas
lembranças e aprendizado.
Aprendi que investir em experiências é melhor do
que em coisas. Afinal, viajar é enriquecedor. Enriquece a Alma e o coração.
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