Eu ainda tinha algumas horas na cidade antes
de embarcar para Londres, então resolvi conhecer um pouco dos lugares que
inspiraram a autora de Harry Potter. Talvez nem todos saibam, mas em 1993 J.K. Rowling
se mudou para Edimburgo. As vielas medievais, cafés e até em um cemitério da
cidade inspiraram Rowling e a fizeram colocar em prática a produção dos livros
da saga que a tornaria uma das escritoras mais conhecidas do mundo e exemplo
para qualquer aspirante a escritora como eu.
Ela escreveu dois
dos livros em Edimburgo... o primeiro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, escrito
em uma época da vida onde ela estava passando por muitas dificuldades, mas
estava com a cabeça cheia de ideias e encontrou na cidade inspiração e o
sossego para começar a escrever... Como todos sabem o sucesso apareceu e para
finalizar a saga do bruxinho mais conhecido do mundo ela resolveu voltar para
Edimburgo e foi lá que ela escreveu parte do livro “Harry Potter e as Relíquias
da Morte”, mas dessa vez, já com dinheiro, sucesso e fama, ela se hospedou no
Balmoral, um ícone da cidade – que ficava bem em frente ao hostel onde fiquei
hospedada. (Sim, é claro que eu sempre quis ser igual a J.K. Rowling, mas
confundiram meu pedido e eu acabei ficando igual a ela apenas na parte de viver
a vida com muitas dificuldades... e garanto para vocês, não está fácil...).
Vamos lá, vamos
conhecer alguns dos pontos que precisam ser visitados pelos fãs de Harry e Rowling:
- Diago Alley
- George Heriot’s
School
- The Elephant House
- Cemitério Greyfriars Kirkyard
Então, com meu Google
Maps em mãos, parti em busca desses locais.
Diagon Alley e
lojas de magia - Topar o Diagon Alley (Beco Diagonal), na Old Town, é uma
experiência que impressiona, justamente pela semelhança da realidade com a
ficção. O Beco Diagonal foi inspirado na Victoria Street, que é uma rua
charmosa de Edimburgo. No dia anterior tínhamos tentado encontrar ela, mas não
tivemos muito sucesso, porém dessa vez cheguei por outro caminho e não precisei
nem conferir no Google Maps para ter certeza de que estava lá. A semelhança era
reveladora.
De lá segui para George Heriot's School fundada em 1628.
O lugar é conhecido como inspiração para a escola de bruxaria Hogwarts. Embora
Rowling nunca tenha confirmado que se baseou nela, as semelhanças são enormes.
Vão desde as torres da arquitetura medieval até o sistema de ensino. O método
de incentivo aos alunos da escola de Edimburgo funciona exatamente como o de
Hogwarts. Todos os anos, turmas de cores diferentes acumulam pontos, como acontece
com Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina.
Next Stop: The Elephant House, local onde ela muitas
vezes se sentou para escrever o primeiro dos livros. Dizem que ela se sentava
em uma mesa com vista para o Castelo de Edimburgo e o cemitério de Greyfriars.
O Castelo é uma obra impressionante e com certeza inspiradora... O The Elephant
House é um local super concorrido, as pessoas querem sempre se sentar na mesma
mesa que autora se sentava - eu fico só imaginando quando a Eva for super
conhecida, o pessoal se matando para se sentar na mesma mesa onde eu me sentava
no Prazer na Gula. =P
No meu roteiro
agora chegava a vez do Cemitério
Greyfriars Kirkyard, que data do século 16, Rowling tirou alguns nomes de
personagens dos livros. Um passeio bem exótico é caminhar entre os túmulos para
descobrir onde está cada nome. Lá você vai encontrar a lápide "daquele que
não deve ser nomeado".
Uma pessoa chamada
Tom Riddle, nome de Lord Voldemort, está enterrada lá. Também é possível topar
com os nomes de Elizabeth Moodie (inspiração para Mad-Eye Moody) e William
McGonagall, que deu a ideia de nome para a professora Minerva McGonagall. Eu
achava que seria uma visita interessante, mas já estava noite então era um
local que eu não tinha a menor intenção de conhecer. Me daria por satisfeita
com uma foto tirada do portão.
Eu tava seguindo
as direções do Google, tentando achar o cemitério, mas estava olhando para a
lua que estava linda aquele dia, foi então que percebi que não ouvia mais o
barulho das ruas, olhei para a frente e eu estava no meio do cemitério. Olhei
para meu celular e nele dizia que ainda faltavam 100 metros. Oh não!
Eu não sou a Eva
Schneider e nem de longe tenho a coragem dela. Minhas pernas congelaram. Como
eu tinha ido parar ali, no breu na noite?
As árvores lindas
iluminadas pela lua, passaram a projetar assustadoras sombras, com galhos
parecidos dedos magrelos, tentando me apanhar. Aqueles túmulos me encarando.
Até meu cabelo que mexeu por causa do vento me assustou. Minha vontade era sair
correndo, mas minhas pernas estavam imóveis. Mas, como que eu, a pessoa por
trás das ações da Eva, não teria coragem para ficar ali? Respirei fundo e
fiquei. Deus sabe que sempre tive mais medo de mortos do que de vivos – sim,
sem razão nenhuma, eu sei – então ficar ali não foi fácil, porém valeu a pena,
restou uma boa história para contar e eu conheci outro dos locais que inspiram
nossa amada Rowling.
Ps: Créditos ao @iam.andrerocha pelas fotos das lápides, as minhas não ficaram boas!
Eu estava
satisfeita, decidi sair do cemitério – antes de trombar com alguma alma penada voltar
para o hostel.
É isso, um
pouquinho de Harry Potter em Edimburgo!
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