Cruzeiro no Soberano – Janeiro 2019


Eu nunca tinha feito um cruzeiro antes. E, pra ser honesta, não sabia muito bem o que esperar. Sempre achei que cruzeiro fosse aquele tipo de viagem que ou você ama ou você detesta. Mas bastou embarcar no Soberano, no porto do Rio de Janeiro, pra descobrir que eu estava prestes a passar uns dias no lado ensolarado da vida.

A tripulação era animada, o sistema all inclusive deixava a gente feliz o tempo inteiro, e o astral não poderia ser melhor. Fui com a Paula, a Ana Maura, a Rose, o Jorge e o Digo — e juntos formamos aquele grupo que ri à toa e transforma qualquer viagem numa festa. Era final de janeiro, verão no auge, e o roteiro parecia ter sido planejado sob medida pra gente: sol, praia, música boa e zero preocupação.


O cruzeiro saiu do Rio de Janeiro no dia 30 de janeiro, e dali em diante o mundo virou mar. Navegar até Búzios, depois passar um dia inteiro só de navegação e fazer escala em Santos, antes de retornar ao Rio, foi uma experiência diferente de tudo que eu tinha vivido. A sensação era simples: acordar com vista pro mar, comer sem se preocupar com a conta, curtir piscina, festas temáticas e, claro, praia. Uma pausa da rotina, um respiro merecido.

O melhor do cruzeiro? Não precisar planejar nada. Tudo estava ali, esperando por nós: comida boa, bebida gelada (quase sempre), shows, festas, sol e aquele vento no rosto que só o mar aberto consegue oferecer. E a cada porto, uma nova paisagem pra guardar na memória.



Pegamos o primeiro avião em Floripa com destino à felicidade. Era o início de uma aventura que prometia sol, risadas e mar por todos os lados. Eu dividi a cabine com a Ana Maura e, olha, foi tudo perfeito. As más línguas lá de Alfredo até chegaram a dizer que a gente estava tendo um affair — e depois sou eu que tenho muita imaginação, né? É de morrer de rir!

A festa começou antes mesmo do navio zarpar. No porto do Rio de Janeiro, a temperatura beirava os 40 graus, a música rolava solta e as poses para fotos na proa do navio já garantiam o conteúdo da semana. Eu acho que nunca tomei tantas piña coladas na vida. O Rio de Janeiro, visto do mar, é ainda mais deslumbrante. Aquela mistura de morros, concreto e verde parecia uma pintura viva. Era como se a cidade dissesse: “Vocês estão prontos?” — e a gente estava.

Os restaurantes do navio eram um espetáculo à parte. Havia opções para todos os gostos — do buffet farto com mil tipos de massas e saladas, até os restaurantes à la carte, onde garçons elegantemente vestidos traziam pratos com nomes chiques e apresentações impecáveis. Na primeira noite, optamos por um desses mais requintados, onde comemos com calma, brindamos com vinho e rimos até a sobremesa. Era tudo muito bem organizado, com horários marcados, cardápios variados e aquele atendimento que faz você se sentir uma celebridade em alto-mar.

Depois do jantar, seguimos para o teatro do navio, onde assistimos a um show de Rock and Roll que fez um verdadeiro passeio pelas décadas — dos anos 50 aos 2000, com figurinos, coreografias e muita nostalgia. A banda era ótima, os vocais impecáveis, e a plateia, animadíssima. Eu mal conseguia ficar sentada na cadeira de tanta empolgação. Era só o primeiro dia e já parecia que tínhamos vivido uma semana inteira.

No dia seguinte, com o sol brilhando e o navio em pleno movimento, nos jogamos na piscina. O verão de 2019 foi, sem dúvidas, o ápice do meu bronzeado. Eu me olhava no espelho e me sentia a própria Glória Maria em temporada no Caribe. 

A Rose e a Paula são irmãs do meu tio Chico e fazem parte da minha vida desde sempre. A Paula, aliás, foi minha companheira de guerra por muitos anos na escola Silva Jardim — minha grande amiga e parceira de tantos projetos que já perdi a conta. As duas têm ainda uma outra irmã, a Andréia, minha parceira do turismo. Juntas, e acompanhadas pela Luiza – filha da Rose e parceira de muitos carnavais - elas atravessaram o oceano e foram me visitar na Irlanda, em Limerick. Então você já imagina como foi o clima nesse cruzeiro: pura alegria. Piscininha, cervejinha e risadas soltas como o vento do alto-mar. Aquelas risadas que a gente só divide com quem já compartilhou a vida.


Quando nos demos conta, já estávamos chegando em Búzios, com aquele mar azul cintilando sob o sol e um cenário que mais parecia cartão-postal. Eu e a Ana Maura descemos animadas, prontas pra explorar cada cantinho. Fomos direto para o centrinho da cidade, a famosa Rua das Pedras, onde tudo acontece. A rua de paralelepípedos é charmosa, cheia de lojinhas descoladas, cafés aconchegantes, bares animados e uma energia vibrante que mistura luxo despretensioso com aquele jeitinho praiano que só Búzios tem. Caminhamos sem pressa, até que demos de cara com ela: a estátua da Brigitte Bardot, sentada com seu chapéu, olhando para o mar. É impossível passar por ali sem tirar uma foto, afinal, foi ela quem ajudou a colocar Búzios no mapa do glamour internacional. Naquele momento, nos sentimos um pouquinho estrelas também — bronzeadas, sorrindo à toa, de férias num paraíso.


Voltamos para o cruzeiro a tempo de aproveitar mais uma noite memorável. O jantar foi delicioso, acompanhado de bons drinks e muitas risadas. Antes disso, claro, fizemos questão de tirar fotos na escadaria principal do navio — com aquele ar dramático e elegante que nos fazia sentir protagonistas de Titanic, só que sem o iceberg, graças a Deus.


Mais tarde, nos deixamos levar pelo som alto e pelas luzes coloridas de uma das boates do navio. A pista estava animada, os DJs mandando bem e ninguém ali queria saber de hora. Dançamos como se não houvesse amanhã, embaladas por hits que iam de Anitta a ABBA, passando por um axé nostálgico que tirava todo mundo da cadeira. Foi uma daquelas noites em que você se esquece do mundo lá fora e se lembra apenas de como é bom estar cercada de gente leve, com o pé descalço e o coração em festa.

Antes de encerrar a noite, ainda demos um pulo no teatro do navio. Confesso que não lembro exatamente o que estava em cartaz — talvez um musical, talvez um show de humor, talvez até os dois. O que sei é que nos acomodamos nas poltronas vermelhas, com ares de plateia chique, e deixamos a noite nos levar. Rimos, aplaudimos, tiramos fotos e aproveitamos o momento como se fosse uma estreia na Broadway em alto-mar. Porque no fim, o que importava mesmo era estar ali, vivendo tudo intensamente — mesmo que algumas lembranças fiquem meio borradas pela brisa do mar e pelos bons drinks.

O dia seguinte seguiu o mesmo roteiro de sucesso: piscina, sombra e água fresca, risadas mil e, claro, aquela produção caprichada para o jantar. À noite, fomos presenteados com um espetáculo temático de ABBA — sim, a trilha sonora perfeita para quem quer cantar junto, bater palma e se sentir em um videoclipe sueco dos anos 70. Eu já tinha assistido ao musical original em Nova York, então digamos que essa versão foi… peculiar. Mas como fã assumida de ABBA, só posso dizer que foi divertido, leve e dançante do jeitinho que a gente precisava. Dancing Queen tocando em alto-mar tem um gosto especial.


No dia seguinte, voltamos ao Rio. O navio se aproximava lentamente da cidade, e o Pão de Açúcar surgia imponente no horizonte, como se nos desse as boas-vindas de volta à realidade. Tiramos muitas fotos com aquele cartão-postal ao fundo, tentando eternizar em imagens o que nossos corações já guardavam com carinho: dias de sol, risadas e leveza. Desembarcamos com a pele dourada, as malas um pouco mais cheias e as baterias completamente recarregadas para enfrentar o novo ano.





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