A entrevista com Wirto Schaeffer, foi realizada no dia 17 de setembro na cidade de Urubici, por Edson Iahn. Wirto é um homem empreendedor e visionário, que foi muito atuante em vários setores da economia e vida social de Alfredo Wagner: ele foi um dos pioneiros no comércio de cebola, teve comércio onde vendia no atacado e varejo, foi muito influente na polícia da cidade, foi delegado, dono de fábrica de rádios, colaborador da igreja luterana participando de construções de igrejas na região, atuante no ramo de construções e empreendimentos da capital, sendo responsável pela construção da cruz do Morro da Cruz e pioneiro em uma nova modalidade hoteleira, ainda pouco usada no sul do Brasil.
A história de Wirto começa bem antes dele, ainda na Alemanha, com a vinda de seus avós para o Brasil. Seu Wirto chegou a conhecer apenas as avós Caroline Luchentemberg e — Ema Schutz. Sua avó Ema era inglesa, mas por acidente. Os bisavós de Wirto estavam vindo para o Brasil e o navio teve um problema, por isso precisou parar em um porto inglês. Sua bisavó já estava sentindo as dores do parto e sua filhinha Ema acabou nascendo neste porto, sendo então registrada como inglesa. O navio retornou para a Alemanha, corrigindo os problemas, e depois retomou sua rota para o Brasil.
O casal Ema Schutz e Pedro Schaeffer foram os pais de seu pai, Rodolfo Jacó Schaeffer, que nasceu em 11 de maio de 1889, um pouco antes da república ser proclamada. O casal Alberto Luchemberg e Caroline Luchentemberg eram pais de sua mãe, Frida Amalia Schaeffer, que nasceu no ano de 1900.
Assim que os pais de seu pai chegaram da Alemanha, se estabeleceram em Santa Isabel. O pai nasceu em São José, do outro lado da ponte velha do Imaruim. Depois, o seu avô se mudou para o Aririu e montou uma ferraria nesse novo local.
Depois, o pai de Wirto veio para trabalhar junto com o Tio Alex, no Rio Lesse, e só depois se mudou para Picadas e abriu uma ferraria lá, ainda solteiro.
Ele ia a cavalo fazer compras na capital, para usar na ferraria dele. Em uma dessas cavalgadas, ele conheceu a futura esposa, que morava em uma casa antiga em frente ao posto de Gasolina em Taquaras, na época.
Eles se casaram em 1918 e ela acompanhou o marido, também se mudando para Picadas.
Wirto nasceu em 15 de outubro de 1937, na “maternidade” de Picadas. Uma maternidade que pertencia à esposa do seu Carlos Horst, dona Matilde, a parteira.
Talvez toda a veia empreendedora de Wirto tenha sido herança do pai, um homem que também não tinha medo de empreender, fez isso durante a vida toda.
O pai dele era muito conhecido em toda Picadas por ter uma das maiores ferrarias da região, responsável por fornecer produtos para os moradores e para os tropeiros vindos da serra ou do litoral — mais detalhes sobre a ferraria do seu pai podem ser encontrados na entrevista de Dona Linde, sua irmã.
O pai de Wirto era conhecido por muitos como km 100, pois era a referência do seu endereço na antiga comunidade de Picadas, que ficava no km 100 da estrada que ligava Florianópolis a Lages na época. Ele por si só era referência, devido ao seu trabalho e facilidade em se comunicar com os clientes e amigos. O pai também tinha uma serraria com registro e muitos pinheiros em sua propriedade, um engenho de farinha e uma fundição que operava no beneficiamento de vários tipos de metais.
Ele lembra alguns fatos de sua infância: “Infância muito gostosa, apesar de todas as dificuldades”. Wirto nasceu em uma época em que a família não estava muito bem financeiramente. Seu pai era um visionário, não tinha medo de apostar em novos negócios, porém alguns não deram certo e no momento em que ele nasceu e viveu a infância, sua família estava sofrendo as consequências de um desses investimentos. Wirto teve seu primeiro par de sapatos apenas aos 11 anos de idade.
Ele ressalta que foi um “Época difícil, mas muito feliz” e relembra um fato sobre o Fogo Simbólico que estava passando pelo município, tradição que acontecia todos os anos no dia 28 de agosto, que era uma homenagem a Duque de Caxias. A tocha saía do Rio de Janeiro e chegava até Caxias do Sul, passando pela comunidade de Picadas. Ele ainda não estava na aula e tinha uma bombacha de pelúcia, feita com muito esmero pela sua mãe. Ele tinha quase sete anos e gostava de acompanhar os irmãos nas brincadeiras e sabendo que o fogo passaria pela comunidade, todos aguardavam sentados à beira da estrada, quando a corrida com a tocha se aproximou, Wirto foi ao encontro deles e o homem que segurava a tocha, entusiasmado, passou a tocha para o pequeno de bombachas e os homens que acompanhavam o corredor de cima do caminhão gritavam “Corre, bombachudo” e ele, feliz da vida, corria!
A sua primeira professora foi Rute Belin, a segunda Áurea Luckman, mas a que mais marcou sua vida escolar foi a terceira professora, Maria Cecilia Westphal, que ganhou o coração do pequeno Wirto. Ele lembra dos amigos da escola Raul, Lourival e Maura. Ele revela que tinha um pouco de inveja do Lourival, pois ele, Wirto, era mais esperto que Raul, mas não do que Lourival.
Como não é novidade, toda a comunidade de Picadas tinha uma grande influência e conexão com os alemães, não apenas por eles serem descendentes daquele povo e ainda terem parentes lá, mas também por toda a influência do governo alemão na Igreja Luterana, religião da maioria dos imigrantes. O governo alemão construía escolas nas colônias, construía igrejas, pagava o salário de professores e pastores e com a guerra colocando o Brasil e a Alemanha como inimigos, tudo isso teve que parar. Como sabemos até o idioma passou a ser proibido nas colônias.
A ferraria do pai de Wirto também foi afetada com esse estremecimento entre a relação entre os países, pois muitas das matérias primas vinham da Alemanha.
Nessa época, ele falava apenas o alemão e só aprendeu português quando entrou na escola. O pai pedia para ele não falar em alemão quando entrava na ferraria.
“Antes da Guerra, nós tínhamos o maestro da Alemanha, o dentista da Alemanha que morava na Picadas. A ligação com a Alemanha era muito boa para a comunidade”. Ele se recorda que quando receberam a notícia de que Alemanha havia perdido a guerra, eles estavam em uma domingueira e, quando ficaram sabendo, muitos voltaram para casa quietos e tristes. Eles torciam pela Alemanha.
Vale ressaltar que aquele era um tempo em que as informações não corriam o mundo com a mesma velocidade de hoje em dia e os moradores de Picadas que simpatizavam com Hitler, o conhecimento que tinham sobre ele é que havia reconstruído a Alemanha e tornado ela uma potência mundial, mas nunca tinham ouvido falar no que eles faziam com os judeus durante o holocausto ou de todas as outras atrocidades cometidas pelos nazistas.
Ele também relembra que, quando ele tinha oito anos, ajudou o seu pai a fazer caixas de querosene e colocar metal velho dentro, enviando para o país de seus antepassados, para ajudar a Alemanha a se recuperar. Santa Catarina tinha três navios, da família Hoepecke, que faziam a rota entre os dois países e a ajuda mútua ocorria por meio destes. Primeiro os alemães ajudando as colônias e no pós guerra as colônias ajudando a reconstruir o país. Ele também relembra que, em 1951, com o país parcialmente recuperado, eles mandaram batata para o Brasil em agradecimento. Nessa parte da entrevista, ele também fala sobre o privilégio que teve em depois de adulto poder ter ido até Berlim e ver a ruínas do muro.
Ele também relembra a importância do rádio na comunidade. O rádio ficava na casa do tio Calinho. “O rádio era entusiasmante. Por ele, a gente ouvia a Hora do Brasil, e a gente tinha que escutar, pois era por ali que vinham todas as notícias”.
Ele era tão entusiasmado pelo rádio que, aos 17 anos, no ano de 1954, fez um curso de rádio técnico pelo Instituto Universal brasileiro, junto com o cunhado Arthur e mais tarde, de 1964 a 1966, fabricavam e revendiam rádios, de nome TransKennedy.
Nos meados dos anos 50, o irmão Bruno tinha um caminhão e eles compravam e negociavam cebola. Wirto era o motorista. Eles construíram um grande depósito de cebola e compravam a produção dos agricultores do interior do município e revendiam para compradores de Ribeirão Preto, os irmãos Gendiroba, que vinham em Picadas carregar. O negócio ia muito bem até que um problema financeiro fez com que os irmãos Gendiroba não comprassem a produção do Barracão naquele ano, fazendo com que Bruno ficasse com o galpão cheio de cebola, não tendo para quem vender. Eles tiveram um grande prejuízo, mas superaram as dificuldades.
Foi mais ou menos nessa época que ele conheceu a sua esposa. Ela era um pouco mais nova que ele, uma moça de uma família tradicional e influente da região. Ela era também muito bonita e seu Wirto logo se interessou por Emília. Mas naquela época ele tinha fama de muito namorador, “caminhoneiro namorador com uma namorada em cada parada” e não sabia se a família da moça iria aceitar o namoro. Então, ele decidiu que iria ter que ser alguém para poder impressionar os sogros, para conquistar o amor da moça.
Foi então que ele se lançou na política, para conquistar espaço e também conseguir crescer e poder realizar seus sonhos, um deles era o de abrir uma loja no centro de Alfredo Wagner — que naquele tempo ainda era Barracão e que pertencia a Bom Retiro.
Para isso, foi ajudado pelo seu amigo, Renato Antônio Harger, que o levou até o prefeito em Bom Retiro, que era do PSD. Apresentado ao prefeito, esse gostou de sua postura e viu também que ali conseguiria muitos votos na comunidade de Picadas. O Wirto explicou seus projetos ao prefeito e esse resolveu ajudá-lo. Então, o encaminhou ao presidente do PSD no estado, ex-governador Aderbal Ramos da Silva, que era dono do banco “Nosso Banco” na capital. Então, o prefeito escreveu uma carta e lacrou, dentro explicava a situação e pedia um empréstimo ao Wirto, este disse que gostaria de levar a carta, pois queria entregar em mãos.
Indo a Florianópolis, lá entregou a carta fechada ao dono do Banco e na conversa o impressionou, por ser tão novo e já saber negociar tão bem: “faço isso desde os 14 anos”, e garantiu ali um bom empréstimo para abrir seu negócio. E lá, segundo ele, o ex-governador fez uma profecia, dizendo: “Tu vais dar alguém na vida”.
Voltando para o Barracão, tinha em mãos os recursos necessários que precisava, então alugou o cinema antigo da cidade e montou um comércio. “E o comércio fluiu muito bem, pois eu sabia comprar e sabia vender”. Isso tudo com uns 20 anos de idade. Acabou comprando o prédio que primeiro alugara e abriu uma loja na frente do posto da Chiquinha, na esquina onde hoje é o prédio da Lala.
A loja de atacado DIGELI vendia máquina de costura, geladeira, bicicleta, rádio etc. Ele comprou o direito da representação da Singer entre Santo Amaro e São Joaquim, e se tornou o maior vendedor de máquinas de costura Singer na região. “Naquele tempo, tinha um plano que pagava mil de entrada e mais 35 prestações de mil. Então ele vendeu muitas máquinas”.
Tudo ia muito bem, até que, em 1959, ele agradecido resolveu financiar a campanha do PSD à prefeitura de Bom Retiro, empolgado acabou investindo mais que pensava, ainda perderam as eleições e isso o quebrou financeiramente. Ele acabou tendo que vender a loja para pagar dívidas. O comprador foi o senhor José de Campos.
Nesse meio tempo, a família da moça permitiu o namoro e o casamento, tudo iniciou quando ele ainda tinha a loja e os bens, mas já estava casado quando veio a primeira crise financeira. Casou-se com Emília de Almeida no dia 4 de novembro de 1960. O casal permanece unido até hoje e tem cinco filhos: Paulo Rodolfo, Marcia Helena, Maerly Cristine, Mirian Suzane e Mariane.
Wirto estava com um problema financeiro, mas ainda tinha seu nome. O PSD perdeu no município, mas ganhou no estado, o partido lhe deu um cargo de fiscal da estrada, remunerado.
Em 21 de dezembro de 1961, Alfredo Wagner foi emancipado politicamente, seu primeiro prefeito nomeado foi o coronel Pedro W. Borges. Tornando-se um município, tinham que nomear um delegado, que seria voluntário e sem remuneração, mas o partido queria um delegado que fosse do PSD, que ajudasse a conquistar votos e “massacrasse“ os eleitores da UDN, como o pai de Wirto era desse partido, isso o fez pensar bem, só que ele também queria ser o delegado, então ele teve uma ideia.
Pegou seu fusca e foi até Florianópolis se apresentar como o homem que montaria o partido PR no Barracão. O PR era um dos partidos da coligação que tinha ajudado a eleger o governador. Deu certo seu plano, foi nomeado Delegado de Alfredo Wagner, em um decreto assinado pelo governador Celso Ramos, “mas você vai precisar ficar três dias em Florianópolis até o diário oficial publicar, para ninguém poder tirar tua nomeação”.
Como delegado, ele se gaba de ter sido muito pacificador, de resolver tudo na conversa e por nunca ter prendido ninguém. Ele tem muitas histórias dessa época que serão publicadas em uma futura biografia, mesmo assim revelou algumas.
Um jovem roubou uma arma de um dentro de um caminhão, que estava parado no Quebra Dente, os responsáveis pela segurança da comunidade o enviaram para o Delegado Wirto. Ele conhecia toda a família do rapaz e não queria arruinar a vida dele, o deixando preso. O garoto apenas chorava, sabendo que tinha cometido um grande erro e prometendo que nunca mais faria o mesmo. Wirto fez um acordo com ele: “eu vou te mandar por dez dias para a casa do seu tio na Pedra Branca e você vai ficar lá. Vai dizer que foi preso. Se algum dia tu cometer algum outro delito, tu vai pagar por esse e pelo próximo”. Ele foi para a casa do tio. Algumas horas depois, o tio apareceu bravo com o delegado por ter enviado um ladrão para sua casa. Wirto foi muito paciente e explicou quais era suas intenções. Por fim, o tio aceitou e o menino nunca mais voltou a dar problemas para a polícia.
Outra história aconteceu logo após a emancipação política administrativa da cidade. O prefeito em exercício era o Coronel Pedro Borges, designado pelo governador e comandava a cidade. Porém nesse início eles ainda não tinham muitos recursos do município, muito do dinheiro dos impostos ainda estavam indo para a cidade de Bom Retiro e a prefeitura não tinha dinheiro para pagar os funcionários, entre eles os professores. O marido de uma professora foi até a prefeitura cobrar providências e desacatou o prefeito, que abriu uma ocorrência para processar o homem. O delegado precisava resolver o caso. Então, ele chamou o cidadão e disse que ele precisava ir até o prefeito e pedir desculpas. A princípio, o homem disse que jamais faria isso, mas ele foi convencido e fez exatamente o que o delegado mandou. O resultado foi que o prefeito ficou bravo, pois não teve como processar o homem, que implorou por seu perdão e escapou do processo.
Em 1962, foi cabo eleitoral da campanha vencedora de Alfredo Wagner Junior, o Duca, filho de Alfredo Wagner, patrono do município. Duca foi o primeiro prefeito eleito do Município de Alfredo Wagner.
Nessa época, por ter poucos engenheiros agrônomos formados no estado, um agrônomo Boliviano é quem era responsável pela região e o Wirto passou a ocupar um importante cargo, sendo bem remunerado por isso, passou a ser o braço direito deste engenheiro, tendo o status de engenheiro agrônomo para assinar e resolver assuntos dessa função no Município. Então, entregou o cargo de delegado. Ele possuía um posto de gasolina — onde hoje é o bar do Anjinho. Ali, tinha sido a base do delegado e passou a ser agora a do engenheiro agrônomo.
Para novamente empreender, fez um grande empréstimo com pagamento em 12 anos, comprou uma casa financiada e vendeu a vista também. Com dinheiro na mão, passou a ser “camelô”, ia para São Paulo, comprava roupas e várias mercadorias a dinheiro e revendia aqui por duas a quatro vezes mais e, mesmo assim, seus produtos ainda eram os mais baratos da região. Nesse período, ganhou muito dinheiro.
Depois, vendeu o posto e voltou para Picadas, então começaram a produção de rádios de ondas médias e ondas curtas, os Rádios TransKenedy, ele e o cunhado Arthur Hinghaus. Ia em São Paulo buscar as peças e montavam os rádios ali. Faziam cerca de 15 rádios por mês. E Wirto saía para vender pelo interior de Alfredo Wagner e por cidades de toda a região.
Wirto foi vereador da cidade na segunda legislatura, sendo o terceiro mais votado e também vice-prefeito no mandato de Rogério Kretzer. Ele se orgulha de ter muita influência na política da cidade nesse período, sabendo o que se esperar de cada urna da cidade, por conhecer tão bem os eleitores de cada canto do município.
Além disso, ele também foi e é muito atuante junto à igreja, exerceu cargos da diretoria e foi presidente em algumas gestões da IECLB em algumas comunidades e na capital. Emociona-se ao falar das construções e reformas das quais participou da maioria.
Enquanto ainda era vice-prefeito, ele se mudou para Florianópolis, em 1969, lá iniciou sua carreira no ramo das construções, primeiramente sozinho, montou sua base no Estreito, onde construiu o loteamento Benedito Teregi de Carvalho, na rua onde morava. Construiu um prédio na rua Santo Saraiva, também no Estreito. A igreja Católica foi uma grande cliente de sua empresa, ele tinha uma grande amizade com o arcebispo na época, Dom Afonso Niehues, que confiava muito na sua pessoa. Realizou várias obras na grande Florianópolis para a igreja Católica, entre elas o Refúdio Emaus, Igreja da Penitenciária e inclusive a grande cruz no Morro da Cruz, um dos símbolos mais conhecidos da capital do estado.
Um dos seus principais negócios, já nos anos 70, foi a construção do Hotel Itaguaçu em Capoeiras, na divisa com São José, onde criou a JOWI Empreendimentos Imobiliários LTDA, em sociedade com o amigo João Furtado. No hotel Itaguaçu, no quinto andar, o Wirto se orgulha em dizer que construiu o primeiro centro de convenções da grande Florianópolis, com 350 lugares.
Com a JOWI, construíram vários loteamentos, tais como: Flor de Nápoles, Jardim Senador Saulo Ramos, Costa azul, Santos Dumont, Jardim das Palmeiras, Jardim Residencial Marista e também o famoso condomínio de casas de luxo Bosque das Mansões. Nos anos 80, construiu o edifício JOWI, em Campinas, diz ser o primeiro centro comercial na vertical com elevador de São José, com 132 lojas comerciais.
Depois, ele resolveu investir mais no ramo hoteleiro e turismo. Em suas viagens aos Estados Unidos e Europa, viu como o ramo funcionava por lá. Em seu estudo de campo, ele gostou do que viu e resolveu aplicar em seus empreendimentos um pouco do que ele tinha aprendido por lá. Vendendo unidades do hotel antes de pronto, para investir o dinheiro na construção do mesmo. Dessa maneira, o proprietário da unidade tinha direito a 14 dias hospedado, depois tinha direito a reservar mais 14 dias e tinha participação no lucro dos outros dias em que sua unidade era alugada.
Nesse setor, destacam-se as construções do Treze Tílias Park Hotel em Treze Tilhas, do São Joaquim Park Hotel em São Joaquim, do Aomóri Park Hotel em Curitibanos e do Urubici Park Hotel em Urubici. Orgulha-se de ser um motivador dos urubicienses à vocação do turismo, onde hoje existem mais de 390 pousadas no município e arredores.
O Wirto Schaeffer é um grande cidadão alfredense, mas também recebeu os títulos de cidadão josefense e de cidadão urubiciense. Tem um pujante legado de vida, que merece ter seu nome gravado em nossa história.
Mas a história não acaba aqui, o Wirto é um homem visionário e têm grandes sonhos que pretende realizar, entre eles ver o término da rota “Caminhos da Neve”, que ligará o litoral catarinense a Gramado no Rio Grande do Sul, projeto iniciado em 12/02/1993 com lideranças dos dois estados. Essa rota passará por Urubici, São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Canela e terminará em Gramado, previsão de conclusão em 2022.
Também tem outro importante projeto para o turismo da região serrana, Rota dos Jesuítas, onde o Wirto articula pessoalmente com as lideranças públicas e empresariais da região. Essa rota inicia em Bom Retiro, atravessa Urubici, desce pela Serra do Rio do Rastro, passa por Nova Veneza e vai até Turvo, onde entra na Br 285 que sobe a Serra da Rocinha em direção a Vacaria já no Rio Grande do Sul e segue para São Borja, onde a bela ponte internacional da integração liga o Brasil a Argentina. Essa rota atrairá muitos turistas da Argentina, Uruguai e do Chile. Faltam poucos trechos, por isso a conclusão está prevista para o final de 2022.
Entrevista realizada em setembro de 2021
Conduzida por: Edson Iahn
Entrevista presente no livro "Histórias da Nossa Gente"
das autoras: Carol Pereira e Manuella Mariani
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