“Quando os três se encontrarem, procure o lugar onde eles virarão um
casal, siga a serpente com nome de flor, sem se preocupar com filhotes menores.
Siga a serpente por cinco léguas e vá em direção aos campos aos quais
demos nomes. Procure o Egito e vá até ele.
Encontre aquele que não pode ser abraçado nem por 10 de nós e ache a
palavra chave.
Olhe para os guardiões, com os pés quase na _______ que cai.
Dê doze passos a direita e de ré, volte dois. Cave aos pés dela”
Na vila todo
mundo achava estranho quando ouviam os “Bugres do seu Albert” que era como eram
chamados, a boca miúda Ceci e Sabú, falando alemão.
Os três, Sabú,
Ceci e Eva, estavam aprendendo português e além disso Eva também os ensinava a
ler e escrever no idioma alemão e eles em retribuição ensinavam o Tupi à
alemanzinha. Eva não conhecia o idioma, mas já usava muitas palavras da língua
deles como: arara, tucano, perereca, jabuti, pipoca, mandioca, abacaxi,
jararaca, tatu, sagui e muitas outras que ela e os tios usavam sem saber que
tinham origem indígena.
Sabú e tia
Matilda pareciam se conhecer de outras vidas, tamanha a cumplicidade dos dois.
Ele era muito carinhoso e com isso conquistou o coração da alemã turrona, que
já dava sinais de amolecimento desde a chegada de Eva. Ceci e Eva tinham
praticamente a mesma idade e apesar de terem crescido em realidades
completamente diferentes – uma na Europa e a outra no meio da mata - se davam
muito bem; a vida tinha finalmente dado a Eva a irmã que ela nunca esperou.
As crianças
acordavam cedo ajudavam os tios de Eva, que agora eram a sua família, tiravam
leite, trabalhavam na lavoura, no engenho e ajudavam também nos serviços
domésticos. A tarde estudavam, brincavam e realizavam suas aventuras.
Ceci e Sabú
levaram Eva para conhecer lugares onde o homem branco ainda não tinha pisado.
Belas cachoeiras, imensos morros, campos, tocas, cavernas e mostravam a ela as
flores mais bonitas do Barracão.
Seu tio tinha
cinco cavalos no sítio, um deles era de Eva e se chamava Artigas. Era branco e
a jovem garota já montava com destreza. Foi um trabalho até convencer Ceci e
Sabú a montarem também, mas aos poucos eles foram perdendo o medo e não eram
raras as tardes onde os três saiam sem destino, a cavalo, Caeté adentro.
Certo dia Eva,
Ceci e Sabú foram junto com o tio Albert e a tia Matilda até a vila, no
carroção do tio. Matilda que assim como a maioria dos colonos era muito
religiosa, insistiu em batizar os indiozinhos e encaminharam-se até a igreja
para saber o que era necessário para que isso acontecesse.
A religião era
um dos pilares da sociedade na Vila do Barracão. Havia ali um grande número de
colonos que eram protestantes, mas a família de Eva era católica. No ano de
1910 além da igreja católica ter sido construída na vila, um templo evangélico
também foi erguido em outra comunidade e atraia boa parte dos colonos.
Enquanto os
adultos tratavam sobre os tramites dos batismos, Eva, Sabú e Ceci saíram para
explorar os arredores da igreja. Por aquelas bandas ficava o barracão, um local
que os tropeiros usavam para dar comida e descanso aos animais e que dava nome
a vila. Era um grande barracão com lugar também para os homens descansarem
prepararem suas refeições e até pernoitarem antes de seguir viagem em direção a
Florianópolis, a capital ou Lages no alto da serra.
As três
crianças brincavam de esconde-esconde quando Eva protegida atrás de uma árvore,
escutou a conversa entre dois tropeiros.
Disse o mais
velho “Tem muita coisa escondida por lá. São os guardados: baús, panelas e
potes com barras de ouro e prata enterrados por aqueles lados”.
“Sei sei”,
disse o mais novo. “Um tio meu já encontrou três moedas de ouro, purinhas,
certamente deixadas pelos padres”.
Neste
momento Eva foi chamada por sua tia e teve que ir, mas o que ela queria era
ficar para ouvir mais da conversa.
A menina se
aproximou da tia, e como de costume, o frei veio conversar com ela.
- Frei, o que são os guardados? - perguntou a
curiosa.
O frei ficou
surpreso com a pergunta da menina e mesmo ainda sem entender opor quê do
questionamento contou aos quatro as histórias que sabia sobre tais guardados:
- Bom meus
filhos, não sei se são verídicos ou invenção desse povo, mas dizem que no
século 18 muitos jesuítas andavam por esses campos, transitando entre a serra e
o litoral e eles carregavam alguns “tesouros” com eles; ouro, prata, objetos
preciosos. Muitas vezes eram encurralados por saqueadores ou até mesmo por
alguns bugres. E para não perder seu tesouro acabavam os enterrando, para
tentar salvá-los, resgatá-los mais tarde, mas acontece que muitas vezes esses
jesuítas morriam e nunca conseguiam resgatar suas riquesas das profundezas da
terra. Então anos mais tarde alguns desses tesouros são encontrados por pessoas
comuns. As histórias se espalharam e muitos correram para o Campo do Padres e
naquele tempo aconteceu uma verdadeira corrida do ouro.
Quando o frei
terminou a história os olhos das três crianças brilhavam. E Eva perguntou ao
frei se ele acreditava naquilo tudo.
- Bom, que os
jesuítas andavam com ouro por essas bandas é
verdade, mas se enterraram, isso eu não sei. Mas lembro que logo que vim
para trabalhar aqui nessa igreja em algum lugar eu vi um mapa antigo, que
mostrava um local onde teria ouro escondido.
- Um mapa frei?
- perguntou Eva - Onde está?
O frei soltou
uma gargalhada e disse:
- Ahhh já faz
muito tempo, de certo já foi comido pelas traças.
Eva ficou
triste em pensar que aquele tesouro estava perdido para sempre.
Uma chuva muito
forte começou a cair e Tia Matilda ficou preocupada, pensando em como voltaria
para casa, pois com o barro nas estradas era muito comum os carroções ficarem
atolados. Frei disse que ela não tinha com o que se preocupar, que tinha pouso
para todos. Albert deu mais uma olhada para o céu, enrolou os bigodes e decidiu
aceitar o convite do frei. Todos dormiriam por ali.
Para as
crianças seria muito divertido, pois eles raramente dormiam fora de casa, ainda
mais em um lugar mais agitado como o Barracão, com mais fluxo de gente, com
vendas, hospedarias...
Eva estava
lendo um livro que encontrara em cima de uma mesa quando o frei entrou com um
papel na mão e disse:
- Eu tenho um
presente.
A menina não
imaginava o que poderia ser, por isso quando o frei colocou aquele papel
parecido com um pergaminho em suas mãos ela não teve como disfarçar a surpresa
e o entusiasmo ao perceber que aquele era o mapa dos guardados.
- Frei, frei,
não acredito que o senhor encontrou!
- Sim minha
filha, isso aqui é um presente! Acho que não vale nada, mas é relíquia e quero
que ele fique com alguém que gosta desse tipo de coisa. - disse o frei ao
entregar o papel a Eva.
A menina abriu
o mapa e os seus olhos brilhavam, mais uma vez, ela não conseguia entender
muita coisa pois aparentemente estava escrito em latim, língua muito utilizada
pelos Jesuítas, mas ficou muito feliz pelo presente. O momento foi interrompido
quando um homem chamou o frei.
Eva ouviu o
moço falando que a escola tinha caído com as fortes chuvas e que agora as
crianças da vila não teriam mais onde estudar. O frei lamentou, pois,
acreditava que o futuro de todos estava na educação.
Depois do
jantar o frei estava cabisbaixo triste pelo que tinha acontecido com a escola e
lamentava ainda mais pelo fato de a igreja não ter dinheiro para ajudar na
reconstrução.
Eva queria
fazer alguma coisa para ajudar, mas também não sabia o quê. A resposta apareceu
quando ela chegou no quarto e viu, em cima da cama, a solução para todos
aqueles problemas: o mapa do tesouro. Estava decidida. Encontraria os guardados
e com o dinheiro uma nova escola seria erguida.
Montou um plano
contou-o para Ceci e para Sabú, que se empolgaram com a aventura e guardou
segredo para os adultos.
Eva passou boa
parte da noite traduzindo o mapa, com a ajuda de um dicionário de Latim que encontrou
na biblioteca da igreja.
Pela manhã, Eva
leu a primeira parte do mapa para Sabú e Ceci:
“Quando os três
se encontrarem, procure o lugar onde eles virarão um casal. Siga a serpente com
nome de flor, sem se preocupar com filhotes menores”
Os indiozinhos
se olharam sem entender nada, Eva também se esforçava, mas aquilo não fazia
sentido algum. Teria que estudar mais.
Se despediram
do frei e quando estavam partindo ele gritou:
- Eva, tome cuidado com o gritador.
A menina não
entendeu nada, mas abanou a mão e seguiu. Logo nos primeiros passos dos cavalos
o tio falou:
- Olha Matilda,
aquele rio ali, que vai descendo pega as águas dos três maiores rios aqui do
Barracão.
Passou como uma
frase qualquer pela cabeça de Eva, mas de repente a menina teve um estalo...
- Quando os
três se encontram, quando os três se encontram! Ceci, os três são os rios, são
os rios!!! Tio, tio, de onde vem esses rios, quais seus nomes?
E Albert
explicou:
- Ah minha
filha, tem o rio Adaga, que vem aí de trás. Mais lá em cima o rio Caeté recebe
o Águas Frias, que tem uma água gelada que só.
Era isso! O mapa mandava ir até onde o Águas
Frias se juntava com o Caeté e seguir a serpente com nome de flor: A serpente
era o rio, que faz um zig zag parecido com uma cobra, o nome de flor só podia
ser o caeté, aquela florzinha branca que tinha aos montes em toda a margem do
rio que lhe dava o nome: Caeté. Era simples, era só seguir o Rio Caeté, sem se
preocupar com os seus filhotes menores que só poderiam ser seus afluentes e
isso eles já fariam, pois era o caminho para sua casa.
A segunda parte
do mapa dizia:
“Siga a
serpente por cinco léguas e depois vá em direção aos campos aos quais demos
nomes. Procure o Egito e vá até ele”.
No dia seguinte
eles imploraram para que Tia Matilda os deixassem sair de casa pela manhã,
falaram que era um assunto urgente e que eles não se meteriam em encrenca
nenhuma, mesmo sabendo que isso era quase impossível, a tia permitiu, mas não
sem antes colocarem algumas frutas e um pedaço de pão na sacola. Eva aproveitou
e pegou, sorrateiramente, uma pá, pois achava que poderia ser útil.
Eles não tinham
como marcar as léguas, mas como sabiam mais ou menos a distância entre eles e
os vizinhos, foram seguindo até onde achavam que seria o local indicado no
mapa.
Lá Eva teve
certeza, os campos se tratavam do Campo dos Padres. O jeito era subir! Foram à
cavalo até onde deu, depois amarraram os bichos e subiram a pé. À medida que
subiam a vegetação ficava menos fechada e começava a dar lugar aos campos. Eva
não fazia ideia do que significava a dica “procure
o Egito e vá até ele”, mas quando, ao chegar no alto, contemplou a
paisagem, viu um morro que se parecia com uma pirâmide, algo que ela lembrava
de ter visto nos livros de seu pai e não teve dúvida, eles teriam que ir até o
morro.
Conforme eles
se aproximavam o morro ganhava forma de quatro soldados em guarnição, como se
fossem os guardas de um tesouro.
A próxima parte
do mapa dizia:
“Procure
aquele que não pode ser abraçado nem por 10 de nós e encontre a palavra
chave”...
- Aquele que
não pode ser abraçado por dez de nós?
- Aquele que
não pode ser abraçado por dez de nós?
- Aquele que
não pode ser abraçado por dez de nós?
- Aquele que
não pode ser abraçado por dez de nós?
- O que é isso?
- O que é isso?
- O que é isso?
- O que é isso?
– disse Eva.
Sabú olhou para Ceci e disse:
- Fag, Ceci,
fag.
Ceci olhou para
Eva e disse:
- Fag! Tá lá
Eva!
Eva sabia que
fag, em Tupi, significava pinheiro. Mas como assim? Um pinheiro que nem dez
pessoas conseguiriam abraçar? Isso existe?
Guiados por
Ceci se embrenhavam na mata até encontrarem o pinheiro gigante que, Ceci sabia
mais ou menos a localização, pois a árvore era cultuada por toda sua tribo. Ele
era realmente muito grande, algo surpreendente e que Eva nunca imaginou
existir. Deram voltas e mais voltas no pinheiro procurando pistas até que
encontraram entalhada na casca a palavra “fonte”.
Agora bastava
completar a lacuna.
“Olhem para os
guardiões, com os pés quase na ___Fonte____ que cai. Dê doze passos a
direita e de ré, volte dois. Cave aos pés dela”
Voltaram para o
caminho que os levaria até os Soldados e ficaram maravilhados com a vista. Eva
achou que o lugar parecia ter sido pintado por artistas europeus, Ceci e Sabú,
agradeceram aos deuses por tamanha beleza.
Encontraram a
cachoeira, “a fonte que cai” que ficava em frente aos guardiões, que seriam as
pedras em forma de soldados em guarnição, contaram os passos e começaram a
cavar, aos “pés dela”, uma árvore. O buraco já estava na altura de seus joelhos
e parecia não ter nada ali. Teriam errado alguma das dicas? Ceci pegou a pá das
mãos de Eva e passou a cavar enquanto a amiga descansava. Nesse momento ouviram
um grito horrível, vindo da mata. Sabú, deu um salto da pedra onde estava
sentado e Eva entendeu o alerta do frei, só poderia ser o gritador. Mas o que
ele era? Um bicho? Um monstro? Um fantasma? Um homem louco?
Ouviram mais um
grito, praticamente no mesmo momento em que a pá bateu em algo duro. Eles não
sabiam se corriam ou se cavavam mais um pouco. Eva deduziu que não adiantava
nada correr pois, se o bicho quisesse os pegaria de qualquer forma. O terceiro
grito foi ainda mais alto e parecia que vinha cada vez de mais perto. Decidida
a encontrar o tesouro Eva chamou Sabú e Ceci para ajudá-la a tirar aquela coisa
de metal que agora já aparecia. Cavaram com as mãos o mais rápido que podiam.
Tiraram uma panelinha de dentro do buraco, quando o quarto grito ecoou no ar.
- Vamos para
casa Eva, vamos para casa Eva - Pediu Sabú.
Ceci pegou-o
pela mão e fez coro:
- Vamos Eva,
vamos!
A corajosa Eva
ainda queria tentar identificar de onde vinham os gritos, mas seguiu os amigos
e correram entre os pinheiros. A panela era pesada e Eva não tinha a habilidade
dos indiozinhos para andar no mato. Sabú e Ceci conheciam os atalhos e quanto
mais eles corriam mais gritos eles ouviam.
Nessa corrida
desenfreada Eva acabou rolando de um barranco, sempre abraçada com a panela.
Rolou muitos metros e por sorte não se machucou, mas de onde estava não
conseguia ver os amigos. Na verdade, ela mal conseguia ouvir os gritos deles
que chamavam por ela. Foi quando ela ouviu mais um daqueles terríveis gritos,
agora bem de perto e vindos de cima de uma árvore sobre a sua cabeça e outro,
de uma árvore vizinha. Ela estava cercada. Estava certa de que ia morrer ali,
sozinha, abraçada com a panela. Os gritos cada vez se intensificaram mais e já
contava como certa a hora que aquilo pularia nela.
E pularam, mas
não em cima dela. E quando isso aconteceu a surpresa foi imensa.
Um macaco[1]
com a pelagem ruiva pulou de cada árvore e os dois ficaram lutando no solo,
como se eles estivessem querendo dominar o território. A gritaria era horrível
e Eva aproveitou a briga dos dois para fugir dali. Encontrou Sabú e Ceci que
desciam o barranco para salvá-la. Voltaram para a trilha e correram para os cavalos.
Ceci e Sabú não
acreditaram que aqueles gritos eram de macacos, eles mesmos moraram na mata por
anos e nunca tinham ouvido coisa igual.
Ao chegarem aos
cavalos, era o momento de ver o que tinha dentro da panela de ferro. Abriram e
viram três barrinhas de ouro, um cálice que parecia com os de igreja, algumas
moedas de prata e uma bíblia escrita em Latim. Eva estava radiante, mas quando
olhou para o céu e viu que estava escurecendo, seu coração disparou de medo.
Hoje certamente a tia Matilda cumpriria a promessa de arrancar seu couro.
Artigas nunca
cavalgou tão rápido, parecia que tinha asas nas patas. Sabú já cavalgava muito
bem e quase acompanhava Eva, mas Ceci tinha problemas, ela vinha quicando em
cima da cela e, certamente passaria alguns dias sem poder sentar.
Quando chegaram
na porteira do sítio, a tia os aguardava com uma vara de marmelo nas mãos e
Albert sentado na varanda, enrolava seu bigode.
Os três
guardaram e desencilharam os cavalos enquanto Matilda continuava lá, com a vara
em punho. As meninas mandaram Sabú na frente, para amolecer o coração da tia,
mas assim que o menino disse:
- Boa Noite
Madrinha.
Ela respondeu:
- Boa noite?
Isso são horas de vocês voltarem para casa? Querem me matar do coração? Querem
deixar eu e seu tio loucos? Podiam ter morrido, ter se machucado e como a gente
ia encontrar vocês nessa escuridão? Onde diabos vocês estavam?
E então Eva
colocou a panela com o ouro junto aos pés da tia e apenas disse:
- Ajudando o
Frei a encontrar dinheiro para reconstruir a escola.
Matilda olhou
para baixo, viu o ouro, olhou para Albert, olhou para crianças e disse:
- Entrem, eu
fiz uma cuca, vocês devem estar famintos.
Durante a janta
eles contaram tudo o que aconteceu, mostraram o mapa e tomaram mais uma bronca,
porém podiam ver nos olhos de Albert e Matilda o orgulho por terem se arriscado
tanto por causa tão nobre como a reconstrução da escola.
No dia seguinte,
todos foram para a igreja contar a boa nova ao frei, que não se conteve e
começou a chorar.
- Eva, que
todos tenham a mesma fé que te faz acreditar nas coisas.
O dinheiro foi
utilizado para a escola reconstruir e sobra arrecadada com a venda das barras
de outro e da prata foi usada para comprar remédios para os doentes, que
procuravam a igreja, pois ainda não existia posto médico na vila. A bíblia e o
cálice, até hoje estão na igreja.
O frei se
ofereceu para pagar uma gasosa à família. Diante de todo o bem que eles fizeram
era o mínimo que ele poderia fazer. Na hospedaria eles sentaram ao lado de
alguns tropeiros que contavam causos... causo vai, causo vem, um deles contou
sobre o dia que foi perseguido pelo gritador. Pelo que ele contou o gritador era
uma criatura imensa, munida de garras afiadas, dentes pontiagudos e faminto por
sangue humano, quando ele terminou de contar, se gabando por ter sobrevivido ao
ataque maléfico da criatura, as crianças, os tios e o frei caíram em uma
gargalhada sem fim, Riram imaginando aquele homenzarrão fugindo de um
macaquinho Bugio.
[1] Macaco Bugiu - Está entre os maiores primatas
neotropicais, podendo atingir até 9 kg de peso. A altura do corpo varia de 30 a
75 centímetros, sendo que o comprimento máximo da cauda chega a atingir 80 cm.
Vive em bandos de três a doze indivíduos, de ambos os sexos e várias idades,
chefiados por um macho adulto. Sua pelagem varia de tons ruivos, ruivo
acastanhados, castanho e castanho escuro, essa variação de coloração é devida a
diferenças individuais e de idade. O rugido é a sua característica mais
importante (um ronco forte). É interrompido e recomeçado várias vezes durante
até 30 minutos. Costuma ser emitido quando são observados outros grupos se
aproximando ou com a invasão do território por outro indivíduo; sinal de
perigo; marcação de território. Fonte: (EMBRAPA)
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