Personalidade: Maria Cecilia Weingartner Westphal

Data de nascimento: 31 de julho de 1927
Data de falecimento: 9 de dezembro de 1984

D. Maria era assim chamada pelos moradores de Picadas, localidade onde ela fez história e até hoje é lembrada por ter sido uma das primeiras professoras do local, além de ter grande participação na vida de toda a comunidade.

Maria Cecilia Weingartner, nasceu aos 31 dias de julho do ano de 1927, na localidade do Bairro Rio Grande, no município de Palhoça. Filha primogênita de Felipe Weingartner e Cecilia Luiza Weingartner - seu pai descendente de Alemães, sendo que seus avós paternos vieram da Cidade de Hamburgo Localizada ao lado do Rio Reno e trabalhavam no cultivo de uvas e sua mãe descendente de Portugueses.
Seus pais fizeram questão que ela estudasse, o que não era comum para mulheres de sua época. Maria concluiu o curso chamado “Normal”, o que a tornava uma professora. Logo começou a exercer a função e se tornou professora da rede estadual, saindo da residência de seus pais ainda moça, para lecionar no município de Águas Mornas, nos bairros Primeira Linha e Segunda Linha – os bairros se chamam linhas devido às linhas de colonização- segundo relatos, Dona Maria pode ter trabalhado como professora também na Linha dos Scharf.
Na passagem por esses Bairros conheceu um rapaz com o nome de Werdolino Westphal, que era natural de Santa Izabel - conhecido por Rio dos Bugres ou Buga Bart- filho de Evaldo Westphal e Hilda Weingartner, também descendentes de alemães vindos de Hamburgo.
Eles se apaixonaram, namoraram e vieram a se casar no dia 9 de agosto de 1947. Deste matrimônio nasceram quatro filhos, Ivone Westphal, Inge Westphal, Ingo Werdolino Westphal e Izete Westphal.


Em meados de 1950 se mudaram para Picadas, antigo Barracão, onde D. Maria exerceu a função de Professora da comunidade por muitas décadas. Enquanto Dona Maria trabalhava na escola, seu esposo trabalhava na lavoura, era apicultor e também exercia a profissão de carpinteiro. O casal tinha um pequeno terreno onde cultivava árvores frutíferas e deste pomar vinham as peras que eram vendidas e ajudavam no sustento da família.

Dona Maria sempre foi uma mulher muito trabalhadora, de manhã dava aulas e a tarde ajudava seu marido na lavoura. Quando se mudaram para Picadas foram viver em terras de Rodolfo Iung, a quem pagavam um terço da colheita. Foi com muito trabalho que conseguiram comprar um terreno com 12 hectares e finalmente se tornaram independentes.  Além de muito trabalhadora, Maria era também uma mulher muito religiosa, dava Doutrina na Igreja quando o Pastor não podia comparecer e realizava até mesmo os enterros das pessoas que viessem a falecer. Todo ano nas vésperas do Natal ela ensaiava um grupo de crianças para representar o nascimento de Jesus e parte da OASIS, grupo de reuniões de senhoras da Igreja Luterana.


A casa dos Westphal era também uma referência aos doentes da comunidade. No Barracão existia apenas uma farmácia em uma época em que tudo parecia mais distante e difícil devido à precariedade das estradas e dos meios de transporte, então era mais rápido procurar um recurso mais perto de casa. Ela usava seus conhecimentos para ajudar as pessoas, em sua casa havia diversos tipos de remédios que forneciam para a população. Seu esposo era encarregado de aplicar as injeções nos moradores adoentados.
Para aperfeiçoar sua profissão, teve que deixar sua família por alguns meses para estudar em Lages e foi substituída por sua filha Ivone e mais tarde seu filho Ingo que também começou a lecionar, ambos se tornaram professores por influência de sua mãe.
Como Dona Maria era muito religiosa e sempre participava de tudo na igreja, ela sempre ajudava a ensaiar as crianças para o teatro de Natal. Em um certo domingo garoava e ela tinha que ir até a Igreja de Picadas, ensaiar as crianças. Seu marido pediu para uma das filhas do casal levá-la até lá.
No ensaio ela teve um pressentimento e resolveu passar todos os dados referentes ao Teatro para uma prima. Ao final do ensaio se despediu de todos e entrou no carro para retornar para casa.
Era dia 9 de dezembro de 1984 e infelizmente Dona Maria nunca conseguiu chegar até seu lar. No caminho sofreram um terrível acidente. Infelizmente Dona Maria faleceu no local, a poucos quilômetros de casa.
Toda a comunidade sofreu muito com sua morte, ela não era apenas a professora de muitos, era mais que isso, era uma amiga para todas as horas, uma pessoa que esteve presente em muitos momentos da vida do povo de Picadas.
A família sente muito sua falta, mas carrega até hoje os ensinamentos que dona Maria deixou. Se espelham na mãe, uma mulher forte, batalhadora, solidária e comprometida com sua comunidade.

Informações: Ingo W. Westphal

Revisão: Charlene da Silva

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