As copas que já vivi

Como grande parte da população brasileira, sou apaixonada por futebol e essa paixão aumenta quando se trata de seleção brasileira. Quantas Copas já vivi? Como me lembro delas?
A primeira Copa que vivi foi a de 90, mas não lembro direito dela, apenas sei que devo odiar para sempre a Argentina por ter tirado o Brasil da competição, mas como a alegria dos “hermanos” dura pouco sei que perderam a final para a Alemanha, e isso me deixa feliz.
A primeira Copa que realmente vivi foi a de 1994 e acredito que não seja saudosismo, mas ela foi a melhor de todas. Vinte e quatro anos sem títulos e o Brasil recupera a soberania no futebol. Apesar de eu ter apenas 7 anos na época eu sei o nome de boa parte do time e é impossível não lembrar daquela final angustiante, decidida nos pênaltis. Lembro que eu escondia a minha cabeça dentro da jaqueta verde do meu avô em cada cobrança e não pude conter as lágrimas ao ver meu avô chorando de alegria após o Galvão falar que a cobrança do Baggio tinha subido a rampa do planalto. Para comemorar, fui à primeira carreata da minha vida, com uma bandeira enorme verde e amarela que minha vó tinha feito, cobrindo o carro.
A Copa do mundo de 1998 foi uma decepção, primeiro porque eu não consegui completar o meu álbum de figurinhas, faltou apenas umas cinco, entre elas a do Zidane, um cara da França que eu nem sabia quem era, mas que depois daquela final foi difícil de esquecer. Eu não estava acostumada com o Brasil perdendo em finais.
Em 2002 eu intercalava alguns cochilos com pedaços da minissérie Dona Flor e seus dois maridos, tentando me manter acordada para assistir aos jogos que passavam de madrugada, mesmo assim assisti a todos e parecia surreal aquela final onde o melhor goleiro da copa tinha virado um “frangueiro”. Valeu a pena ter acordado super cedo naquele domingo.
A Copa de 2006 foi a primeira Copa em minha fase adulta. Eu já estava na faculdade e como minha turma era formada, em sua maioria, por meninos apaixonados por futebol era impossível não entrar no clima da Copa, mas lembro que assisti a eliminação sozinha no meu quarto e parecia um Déjà vu da final de 98, sofri novamente.
Em 2010 eu já trabalhava em meu atual emprego e a Copa teve um clima diferente, assisti com o pessoal da escola, tomando quentão, comendo pinhão e torcendo muito. Quando o Brasil foi derrotado, foi como se aquilo não fosse realidade, eu acreditava no titulo. Além disso o dia desse jogo ainda fica marcado em minha vida como o dia em que meu coração perdeu a razão por um tempo. Fase difícil!               
Já tenho uma grande bagagem de Copas vividas, mas nunca vivi uma Copa no Brasil. Mesmo assim, chorei algumas vezes assistindo o silencio do Maracanã no gol do Uruguay, naquela final de 1950, a primeira Copa que o Brasil sediou.  

                É emocionante receber a maior festa do futebol em nossa casa. Espero comemorar o Hexa, e se isso acontecer terei uma história para contar por toda a minha vida. Assistirei somente até as quartas de final no Brasil, depois contarei a todos como foi assistir essa final em outro país, como foi vibrar de alegria na casa do eterno vilão da final da primeira Copa no Brasil.

Copa de 2010

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5 Comentários

  1. 1. Gostei do texto. É leve e envolvente. Faz da tua memória, um passeio às memórias coletivas. Por quê? Pelo fato de boa parte do país gostar de futebol; e pelo futebol provocar esse sentimento de religar as pessoas...
    2. Minha primeira Copa foi 1982. Lembro pouco, muito embora guarde o sentimento daquele ano; em 1986, sofrimento; em 1990 engoli a seco o gol argentino, muito embora eu tivesse desejado tanto a ida do Neto para o meio-campo que a derrota soou como prenúncio de uma tragédia. Depois decorei o nome todo do time da Alemanha e torci como se fosse o Brasil. Em 1994, foi empolgante até o último jogo. Assistimos com a TV comprado para a copa de 1982 (risos). Anos depois, conheci pessoalmente alguns jogadores que estiveram naquela final, entre eles: Marcio Santos, Romário e Bebeto. Em 1998, foi decepcionante ver que o Ronaldo amarelou na final; em 2002 fizemos carreata! Em 2006, aquela derrota para França foi mesmo uma repetição de 98; em 2010, uma copa apática e sem brilho. Agora, apesar dos castigos, vou abrir minha bandeira e torcer para a seleção. E por que eu nada devo...

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  2. 1990/Itália [Alemanha Campeã]
    Eu era pequenino e não sabia nem o que era uma bola nessa época... kkkkkk

    1994/EUA [É TETRAAAA, É TETRAAAA]
    Lembro apenas da gritaria com o pênalti perdido pelo Baggio, e meu avo falando pro pessoal sentar e fechar a boca 'porque ainda falta o Bebeto bater'...

    1998/França [França Campeã]
    Nessa época eu era um menino que estava divido entre ser piloto de F1 ou jogador de Futebol. Por incrível que pareça, após o 3x0 passei a gostar do futebol do Zidade. Um gênio.

    2002/Japão-Coréia do Sul [É PENTAAAA, É PENTAAA]
    A primeira Copa em que assisti a maior parte dos jogos, mesmo eles sendo em sua grande parte, de madrugada. Foi a primeira carreata com a seleção, embora meu FLAMENGO já tivesse me possibilitado algumas inesquecíveis.

    2006/Alemanha [Itália Campeã]
    Pra mim, o Brasil tinha um elenco melhor do que em 2002. Eu contava ganho. Perdi aposta na Faculdade... kkkkkk

    2010/Africa do Sul [Espanha Campeã]
    Nesse ano, eu era estagiário no Banco do Brasil. E os jogos interferiam nos horários de atendimento. Fechava-se o Banco antes do jogo e abria-se depois. Assistíamos Brasil x Holanda na agencia mesmo, com pipoca e tudo mais. Lembro-me que no intervalo do jogo, 1x0 Brasil, corri na tabela para ver qual o próximo jogo, já pensando na folga do trabalho... Mas o segundo tempo apareceu um tal de Felipe Melo e se foi a Copa e minha esperança de folga... Fui trabalhar com a camisa da seleção. Após o jogo, com a agencia aberta novamente, foi engraçado [tira essa camisa, gritavam alguns clientes]... kkkkkk

    2014/Brasil [Alemanha Show]
    Não perdi 1 jogo se quer. Até especiais sobre a Copa assitia. Minha mãe passou mal vendo os pênaltis contra o Chile. Brasil Hexa era o pensamento. Mas tinha uma Alemanha pela frente. Lembro-me que:
    1x0 Alemanha, pensei: ainda dá.
    2x0 Alemanha, pensei: vamos Brasil, ainda dá.
    3x0 Alemanha, pensei: tchau, Brasil.
    4x0, 5x0, 6x0, 7x0...
    7x1... GOOOOOOOOLLLLLLL, comemoramos como se tivéssemos virado o jogo.

    Hoje, temos apenas um 'bando' dentro de campo, onde selfie, balada, cabelo da moda... são mais importantes que a bola na rede.
    Só peço uma coisa: deem o sangue pela Amarelinha. Só isso. Perder faz parte, mas perder com honra, jogando, não apenas correndo atrás da bola...

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    1. Thiago, espero que hoje esse cenário de 2016 tenha mudado! O Hexa veeeeem!

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