Visita á Comunidade do Caeté


Dando sequência ao projeto Conhecendo Alfredo Wagner fomos conhecer a comunidade de Caeté no extremo sul do nosso território.
Uma semana antes da visita começamos a organizá-la. A anfitriã desta vez era a aluna Elâine Schaffer. Diante da falta de material histórico sobre a localidade, convidamos o senhor Osmarino Heinz para vir até a escola conversar conosco. O professor Reginaldo e eu tivemos uma longa e interessantíssima conversa com ele, acerca da história da comunidade e munidos dessas informações, concluímos o folder.
Algumas informações:

Os primeiros habitantes do Caeté, assim como do restante do território de Alfredo Wagner foram os índios, presença essa constatada por meio de artefatos indígenas encontrados em abundância na região.
Caeté é uma das comunidades mais Alemãs de nosso município, preservando a cultura e até mesmo o idioma de seus antepassados. Não é raro encontrarmos no Caeté casas em que o alemão é a primeira língua.
Acredita-se que o primeiro morador a se instalar no local hoje conhecido como Caeté tenha sido Jacob Schaffer. De origem alemã, Jacob teria vindo de Invernadinha, localidade de Rancho Queimado. Além de Rancho Queimado, a origem de diversos colonos de Caeté remete a Nova Trento e São João Batista.
Além da comunidade abrigar a mais distante nascente do Rio Itajaí-Açu é também lá que se encontra a Gruta de Nossa Senhora de Fátima, a mais popular do município. Toda sexta-feira Santa o lugar atrai centenas de visitantes, munícipes e filhos de nossa terra, que retornam vindos de diversos locais e ajudam a manter viva a tradição de ir a pé à gruta do Caeté.

Por meio de nossas pesquisas descobrimos também o porquê do nome Caeté. É uma palavra de origem indígena que significa “mato verdadeiro”. Na região se refere a uma planta que produz uma flor branca e que cresce nas margens dos rios. A planta era encontrada com abundância na região.
Finalmente seguimos para o Caeté na manhã de sexta-feira. Como de costume saímos da escola às 8h e seguimos de ônibus escolar, professora Rosemari, professor Reginaldo, os alunos e eu. De dentro do ônibus tivemos uma aula de geografia, ministrada pelo professor Reginaldo, fizemos algumas paradas e os alunos ouviam atentamente enquanto o professor falava sobre relevo, paisagem, hidrografia, vegetação e até mesmo características sobre a arquitetura da região. Vale muito a pena perceber o quanto aulas assim chamam muito mais a atenção dos alunos, pois colocam frente a frente a teoria com a realidade vivida por todos nós.
Avançamos cerca de 15 km Caeté a dentro em nossa sala de aula motorizada e assim chegamos até a casa de Elâine. Fomos muito bem recebidos por seus avós, Edi e Zilma. Mais uma vez nos deliciamos com um café da manhã colonial, que tem o gostinho de nossa terra. Fartarmo-nos à mesa enquanto seu Edi assava um pinhão no fogão à lenha, recolhido a poucos metros da casa. 
Após o farto café da manhã, seguimos de ônibus até a casa do senhor Leopoldo Schaffer. Estou até agora encantada com ele. Fomos super bem recebidos, na varanda de sua casa, o entrevistamos e mesmo que nossa visita ao Caeté se resumisse a isso, já teríamos agregado um conhecimento inestimável por meio das histórias que ouvimos dele.
O senhor Leopoldo nos contou de seus tempos de criança, de como a vida era mais difícil e também de como os invernos eram mais rigorosos no passado. Confiraaqui a entrevista na integra. Após nos conceder a entrevista, mesmo diante de seus 81 anos e de sofrer de bronquite que vez ou outra lhe tirava o ar, ele nos acompanhou até um pasto e nos mostrou a taipa construída pelos primeiros moradores do Caeté. Nos despedimos do senhor Leopoldo e só ao final percebemos que nossa visita rápida tinha durado mais de uma hora e meia, tempo esse que nem vimos passar em função do quanto nos cativou a conversa com o simpático morador do Caeté.
Seguimos a pé até a casa da Elâine para uma nova degustação das maravilhas gastronômicas do Caeté. Nosso transporte e o professor e também guia, Reginaldo, já haviam retornado para a escola. Durante todo o caminho pudemos observar o Monte Lajeado, que com 1.752 metros é a maior montanha do município  Ao chegarmos, seu Edi, como perfeito anfitrião que é, encilhou o cavalo e enquanto alguns o montavam, ele ia contando histórias sobre a colonização e nos mostrando objetos antigos, que ele usava na lida de campo e também que ele havia encontrado, como uma peça provavelmente utilizada por índios para afiar objetos, uma madeira fossilizada que está exposta no quintal e um antigo pilão.
O almoço dispensa comentário, pois além de estar uma delícia, ainda nos impressionou com a variedade de pratos, caprichosamente preparados para nós por dona Zilma.
Após o almoço ajudamos dona Zilma a organizar a cozinha e nos preparamos para ir até a cachoeira que fica próximo ao terreno. Seu Edi nos guiou. Existem duas cachoeiras próximas à casa de Elâine e, devido a nossa disponibilidade de tempo, poderíamos ir somente até a menor delas. O caminho é tortuoso, cheio de rochas, árvores, cercas e lamaçais, mas ao chegamos à cachoeira soubemos que nosso esforço havia valido a pena. É um lugar maravilhoso, com a água formando um véu sobre as rochas, descendo seu trilho, formado a centenas de anos. Lindo! Tiramos algumas fotos e retornamos, os alunos aproveitaram o momento para recolher algumas frutas silvestres e fotografar alguns representantes da fauna local que cruzaram nosso caminho.
Voltamos à casa dos Schaffer para nos despedir e agradecer, atravessamos a ponte e, após breve desentendimento com o horário do transporte, seguimos até a Gruta do Caeté. De lá, retornamos para a escola, com a bagagem cheia de conhecimento e cultura. 

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