Amanhecemos com a temperatura bem amena, o
termômetro marcava zero grau, e uma chuva fininha caia, para deixar tudo ainda
mais agradável. Mas, constatamos que definitivamente aprendemos a utilizar as
linhas do metrô Londrinho.
Nossa primeira parada era o Petrie, que é um
pequenino museu de arqueologia egípcia e estava entre minhas maiores
expectativas do dia, mas estava fechado.
A placa mais antiga existente é de 1867 e pode ser
vista na King Street, em St James’s, indicando uma das casas onde Napoleão III,
o famoso imperador francês, morou durante seu exílio em Londres.
Fatos e locais históricos também têm placas, como a
primeira sede da polícia metropolitana de Londres, a Scotland Yard, ou a
primeira transmissão pública de TV de alta definição no mundo, pela BBC.
Ficamos espantados, pois na rua em que estávamos, a cada duas casas tinha uma
placa, e muitos deles eram contemporâneos, o que fez a gente imaginar como
seria ter uma vizinhança tão criativa e genial como aquela.
Almoçamos no Greene King, um simpático barzinho que
fica na região do museu, mas até o dono do bar era contra o uso de
desodorantes. Outro fato peculiar é que lá estava acontecendo encontro da turma
de formandos de 39 – muito provavelmente, pois estava cheio de idosos em uma
mesa, compartilhando risadas como se fossem amigos de uma vida inteira.
Depois do almoço
fomos ao museu britânico e eu queria conseguir ver a minha cara quando cheguei
lá dentro. Tudo gigante, com um hall de entrada imenso, todo com o telhado de
vidro, bem iluminado... Milênios da humanidade dentro de uma sala! Impossível
para mim segurar a emoção. Me apaixonei pelo museu logo no primeiro olhar!
Tínhamos pouco tempo, pois estávamos com ingressos para outros locais já
comprados, sendo assim nos concentramos apenas na pare do Egito, e mesmo assim
não deu tempo para ver tudo.
Lá Eva conheceu “pessoalmente” o Tutancâmon. Se
você leu o livro da Eva, deve lembrar da réplica da máscara, que foi encontrada
pelo Friedrich – seu pai – e Doutor Henry, depois roubada por O’Malley e
posteriormente recuperada por Eva Schneider, no Caeté. Pois é... a original,
verdadeira, real/oficial, esteve por muito tempo no Museu Britânico, mas atualmente
está no Egito, pois foi devolvida pelos ingleses.
Tínhamos mesmo pouquíssimo tempo, então deixamos o
museu, mas com a promessa de retornar em breve. A próxima parada seria na
Becker Street 221B.
Sherlock Holmes, mais emoção. Eu nunca imaginei
quando conheci suas histórias que um dia eu colocaria meus pés na casa dele. “As
aventuras de Sherlock” Holmes foi um dos primeiros livros que li na vida, e ele
sempre estará entre os meus favoritos. Quando o li pela primeira vez, eu
deveria ter uns 14 anos, e nem em meus sonhos mais mirabolantes eu pensei que
um dia estaria lá, naquela rua, naquela casa, que por mais que seja “fake”, não
deixa de ser emblemática. Eu sei que me torno repetitiva, mas tenho que falar,
mais uma vez, parecia que eu estava vivendo um sonho. Um daqueles momentos
surreais, que a vida te proporciona. Significou muito para mim.
“Elementar cumpadi Uóshington!”
O dia já estava maravilhoso e ainda fomos brindados
por um lindo pôr do sol, enquanto estávamos na fila para entrar no Madame Tussauds.
O museu em si não tem nada demais, deve ser como os
das outras cidades – pois se parecia bastante com o NY – mas foi muito divertido,
tiramos muitas fotos engraçadas, selfie com o Papai Noel, foto dando uma carona
para o E.T na cestinha de nossas bikes, eu conversando com o Steven Spielberg tratando
sobre o filme da Eva, com figurinhas certas de alguns filmes e flertando muito
com os galãs. Sim, em algum momento dessa viagem eu tinha que me dar bem, nem
que fosse com os homens de cera.
Em uma das salas
do museu existia uma área que recriava a experiência Alien, e senti muita falta
da Suzanne, pois ninguém queria tomar a frente e puxar a fila, um bando de
medrosos. Sei que a Su iria na frente. Na falta dela, colocamos a Bárbara na
dianteira. Mas o troféu de mais medroso foi para Alvas, que praticamente não
conseguia andar de tanto medo e depois ainda tomou um grande susto.
A mão inglesa nos
confundia um pouco, então, não raras as vezes a gente sambava no meio da rua.
Estava indo, via o carro, não sabia se ia, se voltava e acabava dando uma
sambadinha, era hilário e se um dia você passar por isso, vai lembrar do que
escrevi e entender.
Na volta para
casa, divertimos o pessoal do nosso vagão do metrô, quando entramos em vagões
separados e só nos demos conta quando o metrô já estava em movimento. Também
foi um momento de muitas risadas.
Nesse dia
jantamos no MC, para economizar um pouco, pois tínhamos gastado muito no Hard
Rock. Mas antes da janta nos encantamos com a Piccadilys Circus e as suas luzes
de natal, muito lindo. A Piccadilys lembra a Times Square, não apenas pelos
painéis luminosos, mas por toda a vida pulsante que as duas concentram. Me
senti um criança, encantada com as luzes de natal da cidade.
Estava tudo bem, lindo e maravilhoso. O havia sido
perfeito, tínhamos até marcado um ponto no placar, dominando o metrô, mas já no
hostel, enquanto ouvíamos música, tomávamos uma cerveja e eu fazia anotações para o blog, quando o Alvarinho
olhou a fatura do cartão de crédito e percebeu que pagamos uma multa de 164
libras, pelas bikes. VERY BAD NEWS! Ficamos perplexos. Os outros hospedes
estavam ouvindo um Rap, que penetrou em nossas cabeças. Foi como um balde de
água fria. Eu só queria dormir e esquecer aquelas malditas bicicletas e nosso
enorme prejuízo.
PLACAR FINAL DO DIA: EUROPA 5 X 1 PESSOAL DA
AMÉRICA DO SUL.
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