O dia já começou hard para mim. Quem me conhece
sabe o quanto sou nojenta, no sentido de quase vomitar por tudo... sinto cheiro
ruim, quase vomito... vejo algo nojento, quase vomito... lembro de algo
estranho... quase vomito, fico nervosa, quase vomito. Uma frescura sem fim. Pois
bem, fui ao banheiro ao acordar, estava ainda meio dormindo pois não estava
adaptada ao fuso. Sentei no vaso e quando olhei para baixo, estava entupido,
cheio de papel higiênico. Sai para o quarto fazendo muita ânsia de vomito, lá
tive que me controlar. Os meus amigos me deram uma sacola, mas não a utilizei.
Vale uma nota mental aqui: evitar com todas as forças os hostels.
O segundo dia em Londres começou em um ponto
icônico da cidade: o Palácio de Buckingham! Local que abriga a mais tradicional
aristocracia do mundo. Mas antes precisávamos dar um jeito de despachar as
bicicletas. Sem chuva e com a luz do dia, conseguimos finalmente chegar na
estação da Cycle e devolver as bikes. Não, nenhuma foi roubada durante a noite.
Originalmente conhecido como Casa Buckingham, o prédio que hoje forma o núcleo do palácio era uma grande casa de cidade construída em 1703 para John Sheffield, 1º Duque de Buckingham e Normanby, em um local que era propriedade privada por pelo menos 150 anos. Foi subsequentemente comprado em 1761 pelo rei Jorge III como residência particular para a rainha Carlota de Mecklemburgo-Strelitz e ficou conhecido como "A Casa da Rainha". O Palácio de Buckingham finalmente tornou-se a residência oficial dos monarca britânicos em 1837 com a ascensão da rainha Vitória. As últimas grandes adições estruturais foram realizadas ao final do século XIX e início do XX, incluindo a fachada leste, que contém a famosa varanda em que a família real tradicionalmente reúne-se para saudar a multidão no lado de fora – infelizmente no dia em que estávamos lá, nossa amiga Beth, não foi nos saldar.
Antes de chegar até o palácio, passeamos pelo
parque, repleto de belas árvores, muitas aves e esquilos. Foi lá que ouvimos
uma mulher falar macaquito, gerando uma série de risos.
Depois de fotografá-lo em todos os ângulos possíveis
- se você quiser assistir a troca da guarda, confirme o dia e horário no site, no
dia em que estivemos lá, não estava ocorrendo a troca - fomos caminhando pela The Mall uma grande
avenida bem em frente ao Palácio em direção a Trafalgar Square, com o
lindíssimo St. James’s Park a esquerda, que tem flora e fauna riquíssimas.
Já estava na hora do almoço e estávamos famintos,
procurando algum lugar para comer, quando avistamos de longe o Hard Rock Café.
Eu tinha boas lembranças da comida dele em NY então, quando Alvarino cogitou ir
lá, apoiei de imediato.
Depois da saga para atravessar a imensa avenida,
passando por uma “calçada”, que não foi construída para caminhar, finalmente
chegamos ao icônico “templo do rock”. Não sabíamos, mas a comida de lá, ficaria
em segundo lugar de nosso ranking de comidas, da viagem.
Fora a delícia de comida, tivemos pequenos momentos
de frisson admirando as vitrines com instrumentos, roupas e objetos pessoais de
lendas do rock mundial. Impossível conter a emoção em ver ali, ao alcance das
mãos os discos de ouro dos Beatles, guitarras de lendas como Jimi Hendrix e até
aquela roupa do Madonna, com dois cones nos seios. Foi verdadeiramente
emocionante.
Esse dia também ficou marcado por termos finalmente
aprendido a usar o metro de Londres, que depois que entendemos se mostrou super
fácil e funcional. “Main the Gap”, ficará para sempre em nossos corações.
Tenho que contar uma pequena “decepção” da viagem.
Quando viajamos não nos demos conta de que lá no inverno começa a anoitecer
antes das 16 da tarde e amanhece perto das 9 da manhã, então nosso roteiro
ficou um pouco comprometido, pois tínhamos pouco tempo para fazer muita coisa.
Como já estava noite e para complicar ainda mais,
começou a chover, fomos as compras. Eu comecei bem, resistindo as tentações,
comprando apenas coisas de necessidades básicas, tipo: meias e calças térmicas.
A volta no metro nos deu de brinde a sensação de
ser uma sardinha enlatada, e isso nos proporcionou boas risadas.
Na volta para casa, resolvemos comprar algo
congelado para janta. Chegando ao hostel, o treco era “incomível”, mas fomos
salvos pelo Ottoma, um cara lá do hostel, provavelmente do oriente médio, que gentilmente
nos deu macarrão e molho para prepararmos algo para comer. Nesse dia também
conhecemos Narradra, um senhor da Nigéria, que depois de se aposentar se mudou
para Londres e estava hospedado no hostel, até encontrar um lugar para viver.
Conversamos um monte com ele e foi uma boa oportunidade para treinarmos o
inglês.
Degustamos a Beck’s, que não sabíamos, mas é uma
cerveja de Bremen e quando estivéssemos lá, conheceríamos sua fábrica. Após as
23:00 bebemos ela em canecas, para disfarçar, aparentemente era política do
hostel, pois foi o recepcionista que mandou que colocássemos nas canecas de
café. Na Inglaterra bebemos muita cerveja quente, mas essa ganhou o oscar, ela
não tinha nem ido para a geladeira, mas mesmo assim bebemos e acreditem... não
estava ruim.
Nesse ponto da viagem, já tínhamos alguns bordões,
que nos acompanhariam até o final dela, como: “Oh my”, “Baby Jesus”, “Main the
Gap”, “Go to hell”, “Macaquito”, “Hello” dito como os indianos falam “rélou”,
quando eu simulava um flerte com algum gato e o insuperável “Cachorro? Que
cachorro o que, eu não sou cachorro não” e todas as suas variações possíveis,
dependendo da circunstância.
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