Finalmente chegamos na Europa, mais especificamente, na Alemanha.
Terra que no século XIX meus antecedentes deixaram em busca de melhores
condições de vida, se instalando na minha querida Alfredo Wagner e iniciando a
nossa família.
Eu sempre sonhei
em um dia estar nesse país, conhecer melhor as tradições que tanto já estudei, ver
com meus próprios olhos coisas sobre a imigração, marcas da guerra, conhecer a
cultura que tanto influenciou a cultura da minha gente. A visita a Frankfurt
seria rápida, mas tinha um ar de portão de entrada ao velho mundo.
Estávamos meio
perdidos a princípio, mas tínhamos lido um artigo falando o que fazer em
conexões longas na cidade. Seguimos o tal artigo, para sair do aeroporto e ele
realmente funcionou. Compramos tickets e em pouco tempo estávamos no centro da
cidade.
Da um medinho
quando a gente se dá conta de que todo mundo fala alemão – e o seu alemão se
baseia apenas em palavrões e nomes de comidas - para mim foi impossível não
associar a “falação” com o Caeté ou com o bar do Miro – alfredenses entenderão.
No nosso olhar dava para ver o pânico quando todos as orientações vinham na
língua do Hitler.
Foi aí que
sofremos nossa primeira baixa. Eu sempre viajo com uma mala grande e uma
mochila, mas dessa vez resolvi trocar a mochila por uma mala de mão, que logo
nessa primeira etapa quebrou. Eu tinha colocado bastante peso nela, para não
deixar minha bagagem muito pesada, ou seja, fiquei andando pelas ruas de
Frankfurt como uma burra de carga.
Não sabíamos
muito sobre a cidade, exceto que lá tinha nascido Anne Frank e que ficava a
cerca de 100km de Heidelberg, cidade natal de nossa querida Eva Schneider. Em
poucas horas a gente não pode conhecer muito, mas o que vimos, nos encantou.
Fomos para o Hauptwache, que é o coração da cidade. Passeamos pela Zeil que é a
principal rua de comércio. Andamos e vimos algumas construções que já nos
impressionavam, afinal, aquilo era tudo o que conhecíamos da Europa.
Logo saindo da
estação paramos na Gutenberg-Denkmal ou Gutenburg memorial que é uma escultura
muito bonita. Ele está no meio de uma pequena praça rodeada por arranha-céus e
faz referência a Gutenberg. Gutenberg foi o inventor da prensa tipográfica e tem
seu trabalho ligado a cidade de Frankfut, bom, a invenção da prensa tem uma
grande relevância para o desenvolvimento de toda a sociedade moderna, então
tive um carinho especial pela tal estatua.
Almoçamos em um
restaurante, aparentemente árabe, de comida alemã. Preços normais, comunicação
de baixa para mínima, mas conseguimos pegar a informação de para qual lado
ficava a praça que queríamos visitar. Pelo caminho tiramos algumas fotos,
incluindo aquela com o símbolo do Euro, a icônica escultura do Euro situada em
frente ao antigo prédio do Banco Central Europeu (BCE), que tem 14 metros de
altura e pesa 50 toneladas. Ela representa a moeda, usada hoje por 19 países
europeus.
Dali seguimos para a Romerberg.
A Praça Romerberg, fica no Altstadt – que é como se
chama os centros antigos, as cidades velhas na Alemanha -, é a parte mais
antiga da cidade e dizem que era o maior e mais bonito centro histórico de toda
a Alemanha, antes de ser quase totalmente destruído durante a 2ª Guerra. A
Altstadt contém muitos dos mais importantes pontos turísticos de Frankfurt, como
a famosa Rathaus e muitos outros edifícios, na maioria reconstruções. A praça é
caracterizada pela arquitetura germânica e data o século XII.
O Rathaus – o complexo de casas medievais é o local
de trabalho oficial do prefeito da cidade, em toda cidade alemã tem o Rathaus,
que é a prefeitura. No hall dos imperadores (kaisersall) eram onde os grandes
banquetes eram realizados. No centro da praça fica a Gerechtigkeitsbrunnen –
sim, baita palavrão cheio de consoantes -, a fonte da justiça, construída em
1543. No lado oposto a prefeitura está o Ostzeile, o casario de madeira,
originalmente construído durante os séculos XIV e XV, que foi reconstruído após
a 2ª guerra.
Lá fizemos nossos primeiros amigos da viagem – que até
agora não sabemos se eram um casal ou mãe e filho – e também tomamos a primeira
cerveja da Eurotrip – a primeira de muitas, vocês vão ver.
Saindo de lá fomos até a catedral da cidade e
depois até a Eiserne steg - ponte de ferro -, uma ponte para pedestres, construída
em 1869, presente do governo grego. A visita valeu muito a pena e proporcionou
várias fotos legais. Nosso tempo era curto e não queríamos arriscar perder
nosso avião para Londres, então depois da ponte seguimos para a estação de trem
e depois nos dirigimos novamente para o aeroporto.
Na fila para o check-in
recebemos a notícia terrível, que nos abalaria durante boa parte da viagem. O
sobrinho do Alvarino, que havia sofrido o acidente de moto no dia anterior,
teve morte cerebral. Eu não sabia o que dizer, qual conselho dar a ele. A volta
para o Brasil, acabou se tornando inviável, por vários fatores, entre eles
indisponibilidade de passagens que tivessem um tempo viável e os valores das
passagens disponível para o retorno ao Brasil, que eram absurdos. Decidimos continuar,
mas antes disso choramos durante muito tempo em uma das salas de espera do
aeroporto de Frankfurt.
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2 Comentários
Que triste a história da morte do sobrinho. Que legal os detalhes da viagem.
ResponderExcluirLinda viagem, belas fotos, gorros fundamentais. Frio aí?
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