Diário de bordo - Eurotrip - Dia 1 - Rio de Janeiro


DIA 1 - EUROTRIP - RIO DE JANEIRO E VIAGEM 

Então no dia 23 de dezembro o sonho de colocar pela primeira vez os pés no velho mundo começou a se tornar real. Logo cedinho, estávamos na estrada para o início da odisseia que seria cruzar o grande oceano, pelo ar, até o nosso destino. Os companheiros dessa aventura foram Alvarino – meu BFF dos tempos da universidade – e Bárbara – namorada do Alvas e parceira de muitas viradas nas praias de SC.

Seguimos de carro até Florianópolis, para pegar nossos voos até o Rio de Janeiro, o de Alvas, sem escalas com chegada no Santos Dumond e o nosso – meu e da Bárbara – com conexão em São Paulo e chegada via Galeão, de onde pegaríamos o avião com escala de 8 horas em Frankfurt, com destino a Londres – London, Baby. Alvarino nunca tinha andado de avião, então existia uma ansiedade pairando no ar.

Assim que chegamos em Floripa recebemos a notícia que durante a madrugada o sobrinho do Alvarino havia sofrido um acidente, não sabíamos ainda a extensão dos danos, parecia não ser nada muito grave.
Assim que guardamos o carro, fomos para o aero, pois não queríamos correr o risco de perder nosso avião, porém o que aconteceu já era de se prever... tomamos um chá de cadeira e como tínhamos acordado muito cedo, já entramos no avião derrotados.

No Galeão, Lívia estava nos esperando. Para matar um pouco a saudade e também nos levar para um passeio, fazendo assim que Bárbara e Alvas, conhecessem um pouco da cidade maravilhosa. Como a gente chegou um pouco antes, fomos até o carro de Lívia e demos um jeito de enfiar todas as malas dentro dele. Quando Alvas finalmente chegou ao nosso aero de partida, no seu semblante dava para perceber que alguma coisa não estava bem. E realmente não estava. Durante a viagem ele recebeu a notícia de que seu sobrinho estaria com suspeita de traumatismo craniano. Não sabíamos direito o que fazer. Se continuaríamos a viagem ou não.

Foram momentos de muita tensão. Até que decidimos aguardar por notícias mais concretas. Enquanto isso daríamos uma volta de carro. Que alternou entre momentos alegres e de silencio ensurdecedor.

Lívia foi um amor nos levando para o passeio, mas o clima estava pesado, cheio de ansiedade e temor. Mesmo assim deu para eles conhecerem – de dentro do carro – Copa, a Praia Vermelha, ver o cristo e o Pão de Açucar. Retornamos ao aeroporto, aguardando por mais notícias.  
Quase na hora de embarcar veio a notícia que estávamos esperando. Talvez fosse mesmo só suspeita de traumatismo, haviam até cessado os sedativos dele. Viajamos mais tranquilos.

A área internacional do Galeão é uma riqueza sem fim. Nós estávamos o dia todo com a mesma roupa, cansados e sem tomar banho, parecia que não nos enquadrávamos naquele cenário. Mas mesmo assim permanecemos lá. Lá vi o “Anjo Ariel” de Além do Tempo, ok... talvez você não o conheça, mas achei bem legal esse meu encontro global. Comemos um sanduíche de 27 reais e embarcamos rumo ao velho mundo.
O Lufthansa é um CIA aérea alemã, então cada vez que as aeromoças se aproximavam, a gente quase morria de medo de não entender o que elas falavam. Foi hora de aquecer o inglês, pois, como sabem, morro de medo de falar errado e isso me trava. A Frida – apelido da aeromoça que nos atendia – foi um amor, nos deu vinho, muita comida, a “little bit” de café e aturou nossas risadas sem fim.
Assisti ao filme “A múmia”, aquele novo com o Tom Cruise e assim como nós, ela estava indo para Londres.

Foi uma longa noite, cheia de turbulência – uma das maiores da minha vida - dor e desconforto, daquelas que só quem dorme em avião sabe como é.

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