A
Pedra Branca foi, durante anos, um dos meus lugares mais amados no mundo. Meu avô
tinha uma fazenda lá e eu ia, no mínimo, umas três vezes por semana para a
“Água Fria”, sentada em seu colo, achando que dirigia a velha Pick Up amarela.
Foi uma infância muito divertida, ouvindo histórias de um tempo distante, onde
índios espiavam pelas frestas da casa, cobras caiam de cima de árvores no colo
das pessoas, assombrações habitavam a escuridão da noite e as mais saidinhas
pediam água e apareciam até mesmo a luz do dia e, o milho e o feijão
sustentavam a família. Causos a parte, vamos conhecer um pouco da história da
Pedra Branca?
*As
informações citadas abaixo foram adquiridas em conversas informais com os
senhores Edilio Schtuz, Evanir Wagner e outros registros encontrados ao longo
dos anos.
No período pré-colonial, a
comunidade de Pedra Branca era habitada por muitos índios. Os diversos
artefatos encontrados casualmente contribuem significativamente para a
comprovação da existência de sítios arqueológicos que representam as populações
que ocuparam a área do município de Alfredo Wagner e adjacências em períodos
mais recuados no tempo. Os Sítios e/ou vestígios arqueológicos encontrados na
comunidade de Pedra Branca a céu aberto são as casas subterrâneas, ossos,
sítios líticos - apresentando concentração de instrumentos como pontas de
flechas, machados, mão-de-pilão; e em grutas, abrigos sobre rochas, galerias.
Esses sítios são popularmente chamados como locais de “terra preta”, onde os
detritos deixados pela ocupação indígena marcaram o solo. Se nos aprofundarmos
ainda mais na história na comunidade de Pedra Branca encontraremos também uma
paleotoca, que fica na região conhecida como Combreia.
A Combreia recebeu esse nome devido
a uma arma antiga encontrada enquanto uma picada estava sendo aberta. A
espingarda tinha esse nome escrito e, a partir de então, o local ficou assim
conhecido. Outro fato que marca a história da região de Pedra Branca é a grande
quantidade de cobras existentes no local naquela época. Conta-se que o feijão
era ensacado e transportado, nas costas dos produtores, até o local em que
seria limpo e, muitas vezes, quando eles chegavam e espalhavam os grãos
encontravam até três cobras dentro dos sacos, todas jararacas.
O desenvolvimento da Pedra Branca
começou somente em 1890, com a criação dos Burgos. As terras foram, em sua
imensa maioria, cultivadas por colonos alemães, que as adquiriram junto a “Companhia Colonisadora Catharinense”.
o lugar é conhecido por esse nome devido a
uma montanha de 1.666 metros de altitude, que em uma das faces possui um imenso paredão
de pedras claras, chamada pelos moradores de Pedra Branca.
A comunidade era bastante unida e
faziam mutirões – nesse caso chamado de Pichurum - que aconteciam quando os
homens se reuniam e derrubavam uma capoeira, faziam uma grande roça ou tinham
uma grande colheita pela frente. Como pagamento, a pessoa que recebia os
serviços deveria oferecer um baile, com gaiteiro e tudo mais. Vinha gente de
outras comunidades para ajudar, trabalhavam felizes esperando anoitecer para se
divertirem, essa era uma prática comum no antigo Barracão.
Na comunidade se plantavam, em
especial, o feijão e o milho. Era comum, também, a criação de porcos,
alimentados pelas pequenas roças de abóbora e batata doce e, esses animais eram
soltos dentro das lavouras para comerem quando tivessem vontade. Quando os
porcos eram vendidos, os produtores juntavam suas “varas de porcos” e tocavam
estrada afora, como se fossem um rebanho de gado. Levavam eles até perto da
Lomba Alta onde eram pesados dentro de caixotes e o senhor Duca os colocava em
seu carroção e os levava para vender.
Seu Evanir nomeou algumas das famílias
pioneiras na ocupação da Pedra Branca. É importante frisar que hoje muitos
desses descendentes dos pioneiros ainda vivem na Pedra Branca.
Paulo
Saturno
Lelo
Saturno
Leopoldo
Seeman
Inácio
Castanheiro
Alberto
Marian
Iti
Marian
Augusto
Felau – que possuía uma venda
Aristides
Kalkmann – que também possuía um comércio
Carlos
Berger
Hemilio
Januário Alves
Amaro
Pureza
Henrique
Pinheiro
Amaro
Pureza
João
Santos e Dina
Peta
Klalkmann – família do meu tataravô que morava na casa onde meu avô nasceu,
onde tanto brinquei, onde me apaixonei pelas histórias do passado e por Alfredo
Wagner.
A comunidade também possuía uma
coisa incomum para época: uma professora negra. Chamada de Chica Martins, ela
venceu os preconceitos e se firmou na memória daquela gente como uma professora
excelente e atenciosa. Além da família da professora Chica, existiam outras
famílias de negros como a de Manoel Inácio.
A história da Pedra Branca ainda é
pouco conhecida. Caso você tenha mais informações para contribuir ou conheça
alguém que tenha, entre em contato e nos ajude a escrever na história a luta de
nosso povo.
1 Comentários
Hehhe naci am Alfredo Wagner morávamos na pedra branca onde temos ainda hj sítio la cansei de escutar histórias do local sobre meu bisavós Leopoldo seeman e a vovó liquinha como carinhosamente era conhecida lembro de varias passagem contadas sobre o feijão que era levado nas costar em fardos e quando jogados na pilha para bater de mangual elas saiam do meio da palha, lembro de muitas história de la mais uma que me chama atenção contava a vovó lica que estavam indo pra roça e quando passaram em uma determinada estrada um de seus filhos que ia brincando na frente pulou por cima de uma cobra gigante a cabeça dela nao dav de ver nem o final do rabo atravessa toda a Estrada ela gritou com meu bisavô que quando veio so viu o final da cobra passando pelo outro lado da estrada. Mais tarde alguns dias depois se nao me engano o senhor Alberto Maria encontrara a casca da cobra em um terreno em uns espinhos. Sempre fique pensando pra onde foi essa cobra já que nunca ninguém relatou tela encontrado de novo
ResponderExcluir