Durante a
semana, explorando as cavernas de minha cidade, conheci o senhor Evanir Wagner
e no meio da conversa, o seu Nem, como ele é conhecido por todos, contou que é
neto de Alfredo Wagner, o patrono de nossa cidade. Entusiasmado, começou a
declamar um poema que um dia escreveu em homenagem a seu adorado avô. Quando
ele terminou eu estava com os olhos marejados d’água. Essas demonstrações de
amor sempre mexem com meu coração.
Pedi a ele
permissão para tomar nota e publicar.
Ele, da pedra em que estava sentado, ditava e eu da minha (pedra)
anotava. Ali, naquele momento ímpar de minha vida, ao mesmo tempo em que era
cadastrado abrigo do Tio Zezé, o poema dele era registrado em uma folha de
papel!
“Meu querido
vovô
Era uma vez
um menino,
que ficou
órfão muito cedo
Porém não
teve medo,
da nova vida
a enfrentar.
O tempo
passou,
o menino
cresceu
Como cada um
tem sua sina
Ele conheceu
a menina e foi casar.
Casados
resolveram conhecer novas “terra”
Os dois
“subiru” a serra
e em Lomba Alta foram parar.
Aqui nesse
lugar tão bonito
Onde se vê
até o infinito,
pra todo
lugar que for olhar
Um dia junto
com sua amada
Ao lado da
velha estrada,
escolheram
um lugar.
Ali ele
construiu a sua casa
E com a
mulher que tanto amava foi morar.
“É minha querida!
”
Ele falou um
certo dia
Vamos
construir uma família, você sabe como é...
Daí nasceram
o Duca, o Tubia, o Zeca e o Zé.
Mais essa
família ainda era mais numerosa
Ainda tinha
a Nila, a Albina, Gulina e a Rosa.
O tempo
passou, os filhos cresceram
e ele os botou a trabalhar em suas “carroça”
Puxando
mercadoria de Lages até Palhoça.
Para na capital
o mercado abastecer
Dos
alimentos que transportavam,
dali
retiravam, o sustento para se viver.
Aqui ele foi
pioneiro,
Alfredo foi
o primeiro
a essas terras desbravar.
Vovô quanta
saudade,
Alfredo hoje
é cidade,
que orgulho
ela me dá.
Vovô, vovó,
vocês aqui fizeram história
e que hoje na memória
estamos a
recordar.
Lembra
aquela velha igreja?
A nova agora
é uma beleza!
É o espelho
do lugar!
Ah que bom,
que bom se o senhor pudesse “ve”
Mas não se
preocupa,
porque um
pouco daquilo que foi seu,
Está
guardado no museu
que nós
fizemos pra você!
Autor:
Evanir Wagner”
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