Expedição Cânion Arroio do Leão


O último sábado foi de aventura... iniciando com um pedal até a gruta do Caeté. O trajeto é cheio de morros e foi um teste para quem está iniciando no esporte – no caso eu. No total percorremos mais de 17km e o dia que tinha amanhecido gelado com temperatura por volta de 7o graus ficou menos frio, pedalar ajudou a esquentar.
Na volta resolvemos visitar o Cânion do Arroio do Leão que fica da propriedade da família do Lazaro Steinhauser e ele mesmo nos guiou na visita.
Eu já havia estado no cânion em outra oportunidade, mas nunca tinha passado de seu início, pois existe um córrego – o Arroio do Leão – por dentro do cânion, com água passando da altura da cintura, em alguns pontos, então como estive lá no inverno acabei não seguindo adiante, mas dessa vez resolvemos encarar o desafio. Lazaro disse que valeria a pena, e isso bastou, afinal a água não parecia estar tão gelada.
Assim que molhamos os pés percebemos que estávamos enganados, ela estava geladíssima, chegava a doer, mas não desistimos. Em alguns pontos a água batia no peito e era como se nosso corpo estivesse envolto por uma camada de gelo. Mas a medida que avançávamos o cânion revelava sua beleza e nos fazia persistir.  
Aquele “rasgo” na rocha revelava formas, cores e luzes diferentes. Dizem que ao meio dia o sol adentra à fenda e produz um grande espetáculo. Infelizmente no dia de nossa visita o sol não estava se fazendo presente, mas nem esse fato conseguiu tirar o fascínio do local.
O ponto onde uma pequena cachoeira se forma com as águas que descem por uma das encostas do cânion para mim é um dos mais bonitos, são 360º graus para se contemplar.
Estar lá é convite para refletir: como é que a natureza constrói locais tão espetaculares? Bom de uma forma geral cânions são vales profundos com encostas quase verticais, que podem se estender por centenas de quilômetros e atingir até 5 mil metros de profundidade. À primeira vista, quem observa esses gigantescos entalhes na superfície do planeta poderia imaginar que eles foram criados de uma hora para outra por algum fenômeno catastrófico, como um terremoto capaz de abrir a terra e gerar um precipício. Nada disso: em geral, os cânions têm um aprofundamento lento, que pode durar milhões de anos. Os autores principais dessas obras de arte são os rios. Dependendo da declividade do terreno, da quantidade de água e das fraturas do relevo, um curso d’água tem a capacidade de entalhar as rochas do leito por onde corre, dando origem aos paredões. Entretanto, um rio não constrói um cânion sozinho, porém no caso do Cânion do Arroio do Leão ele foi o grande responsável. Conforme o terreno desce, os rios que correm na superfície começam a ganhar velocidade e a aprofundar seus leitos, aumentando a altura dos paredões, exatamente o que acontece no caso do nosso cânion, que recebe as águas vindas do alto da Santa Bárbara.
Certamente o Cânion do Arroio do Leão é outro local com um potencial turístico enorme. Apesar do frio e da sensação de voltar para casa de bicicleta e molhados a visita valeu muito a pena.
O lugar é apenas uma das belezas escondidas em Alfredo Wagner


Fotos: Renan Schuller


 





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