Aproveitamos o feriado
de Corpus Christi para ir novamente em busca do pinheiro centenário gigante. Os
boatos de nossa primeira expedição se espalharam, não faltaram pessoas dando
dicas e indicando os caminhos que deveríamos tomar para chegar até o pinheiro.
Nosso grupo também aumentou, além de nós três - Suzanne, Evandro e eu – nos
acompanharam Tarcisio, Lu, Manu, Renan, Ariel e Lazaro que se ofereceu para ser
nosso guia, além de Luci e Pen Duick, dois cachorros da raça border collie.
Dessa vez o terreno estava ainda mais molhado, o que deixou a viagem com um
gostinho de aventura ainda maior.
Logo depois da primeira subida ainda se anda mais um pouco pelo pasto e só cerca de meio quilometro à frente é que se entra na mata.
Todo o caminho foi feito com muita animação, muita conversa e acima de tudo, contemplação. É incrível ver como a natureza é exuberante e não tem como não se admirar com suas sutilezas, como por exemplo um pequeno pinheiro, nascendo a partir de um pinhão, deixado provavelmente por algum pássaro em cima de um samambaiaçú.
Depois de mais de uma hora de caminhada chegamos ao pinheiro e tivemos um momento mágico, todos em silêncio apenas admirando a exuberância da árvore. Não tem como não pensar há quantos anos aquele imenso pinheiro está ali, naquele mesmo lugar. Dias de sol, chuva, neve, tempestades, brisas de verão... ele foi testemunha do grande desmatamento que aquela região sofreu há algumas décadas e sobreviveu, para continuar encantando a todos, atraindo pessoas que tem como único intuito admirar sua beleza.
De acordo com algumas informações encontradas na internet ele não é um pinheiro qualquer, o nosso pinheiro gigante figura como um dos maiores exemplares de araucária - Araucária angustifólia - do planeta, no quesito circunferência. A verdade é que muitas cidades lutam para ter o título de cidade onde existe a maior Araucária do mundo, como por exemplo Canela que divulga aos sete ventos que possui o maior pinheiro, com uma árvore de 7,5m de circunferência e 2,7m de diâmetro, mas, que já perde para uma de Caçador aqui em Santa Catarina com 7,8m de circunferência e 3,6m de diâmetro e também para a majestosa Araucária de São Joaquim com circunferência de cerca de 15,2 metros e cerca de 900 anos. Esse título certamente é catarinese!
Bom a nossa não disputa o título, mas não faz feio, possui uma circunferência de 6,95 metros e o diâmetro de 2,22 e com possibilidade de aumentar a medida, pois só depois que retornamos descobrimos que existe um padrão para medir a circunferência de árvores, a medida dever ser feita a 1,30 metros do chão e desconfiamos que nossa medida tenha sido realizada a uma altura superior a essa, cinco pessoas foram necessárias para abraça-la. Vale a pena a visita. Estimamos que pelos dados contidos na internet nosso pinheiro tenha mais de 500 anos e já estamos planejando uma próxima expedição para medir sua altura e estimar sua idade.
Para completar o passeio ainda pudemos ver logo ao lado um pedaço do pinheiro que caiu, talvez por ter sido atingido por um raio ou algo do tipo, ali existem dezenas de nós de pinho, formando belas estruturas.
Na volta fizemos um piquenique às margens da pequena queda d’agua, já imortalizada tantas vezes em fotos dos Soldados do Sebold. Salame do Evandro, pães deliciosos do Pedras Rolantes, frutas, queijo, vinho e mais algumas besteiras para finalizar um passeio maravilhoso. A noite já caia enquanto nos divertíamos e recuperávamos a energia comendo. Na volta mais aventura pelas estradas do Santo Anjo.
Depois que retornarmos e comentamos com amigos sobre a expedição algumas pessoas nos falaram que existe outro pinheiro, naquela mesma região e que esse mede mais de 10 metros de circunferências. Se ele existe mesmo ou não, só indo lá para conferir, e ao que tudo indica teremos que o “Em busca do pinheiro gigante parte III”.Se você tiver dica ou foto desse pinheiro ainda maior do que encontramos na última quinta, deixe algum comentário ou foto, nos ajude a encontrá-lo e a formar a rota dos pinheiros gigantes de Alfredo Wagner!
Fotos: Tarcisio Mattos
4 Comentários
Que maravilhoso. Parabéns.
ResponderExcluirQue legal! Como se pode chegar lá? É bom divulgar para que o proprietário dessa terr anão corte nunca a árvore! Parabéns!
ResponderExcluirRenato Tapado.
Grande Carol, sempre "botando pra quebrar"... Pegou mesmo o jeito de AW e vai divulgando cada vez mais a sua aldeia! Maravilha de matéria. Parabéns!
ResponderExcluirPrezada Carol, você sabe fornecer a coordenada geográfica para chegar na Araucária Gigante de Alfredo Wagner? Se você me auxiliar, ficarei muito grato.
ResponderExcluirContato: marcelo.scipioni@ufsc.br
Atenciosamente
Prof. Dr. Marcelo C. Scipioni
Universidade Federal de Santa Catarina
Campus de Curitibanos
Centro de Ciências Rurais
Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas