Trekking Cachoeiras do Pinguirito



Enquanto o Brasil fervia por causa da votação na Câmara dos Deputados, tratando do Impeachment da presidente Dilma...
Em hora a natureza, a aventura e as belezas naturais de Alfredo Wagner nós falamos SIM a um passeio pelas cachoeiras do Pinguirito.
Visitamos duas cachoeiras que ficam na propriedade da Senhora Angelina Oliveira. Há alguns meses um grupo de pessoas aqui de Alfredo foi passar um domingo em uma dessas cachoeiras, postaram fotos no face e desde então não consegui tirar da cabeça a ideia de conhece-la. Eu não sabia direito onde ficava, se os proprietários permitiam a visita e nem se eu conseguiria chegar até lá. Aos poucos essas dúvidas foram se esclarecendo e me faltava apenas companheiros para seguir a trilhar, então por acaso comentei com a Su e ela como também queria conhecer o lugar se empolgou bastante.

Eu e a Suzanne ano passado tivemos a super ideia de fazer vários trekkings por Alfredo Wagner e mapear tudo, mostrando o quanto nossa cidade é bela, porém, depois do primeiro trekking a ideia perdeu força, mas não tinha morrido ainda e agora que o fusca turbinado do Evandro virou realidade, nosso “projeto” pode ter melhores dias.

Saímos de casa no início da tarde, rumo ao Pinguirito – distante cerca de 17 km do centro de Alfredo Wagner. Já no Pinguirito fomos até o sítio dos Oliveira, onde sabíamos que encontraríamos a cachoeira e já havíamos conversado com dois filhos de dona Angelina para pedir autorização.
Ao chegar, Evandro já colocou o fusca para mostrar ao que veio, atravessando o rio com ele. Quando passamos pelo rio algumas crianças gritavam eufóricas, achando um máximo aquele carro passando pelo meio da água  - ainda não sabíamos, mas no meio delas estavam nossas guias. Su as chamou e pediu informações de como fazer para chegar até a cachoeira, que até então pensávamos ser apenas uma. Elas prontamente se ofereceram para nos levar até lá e se mostraram muito simpáticas.

Na descida ficamos sabendo que aquela cachoeira, que tínhamos avistado quando estávamos com o fusca, não era a maior de todas e confesso que depois de ouvir isso achei que o lugar não fosse aquilo tudo, mas bastou contemplar a queda d’agua para mudar de opinião. O local é cheio de lajes e forma várias quedas, formando uma espécie de cascata, as águas são clarinhas e o dia estava perfeito para o passeio. Era impossível não sentir muita vontade de se banhar naquelas águas, mas resistimos. Até então eu não queria nem molhar minha bota e para isso contamos com a engenhosidade de Evandro que com ajuda de uma tábua construiu uma ponte, para que fossemos até o meio do rio.

Dali pedimos informações de como faríamos para chegar na cachoeira maior e por sorte a mãe de Janaina permitiu que ela nos acompanhasse.
Primeiro andamos pelo meio dos pinheiros em um cenário bem de filme americano, depois começamos a descer o barranco e ao chegarmos, nos deparamos com aquela que sem dúvidas é uma das mais belas quedas d’agua de nosso município.
A cachoeira tem cerca de 30 metros de altura e diferente da maioria das cachoeiras ela tem lajes no chão, então, é possível ficar de pé exatamente onde a água cai. Como já mencionei, não tínhamos planos de nos molhar, mas ao chegarmos, não pensamos duas vezes, “nos metemos” debaixo da queda e a sensação foi inexplicável.
Demos a volta na cachoeira e fomos para trás da cortina d’agua, onde a formação rochosa é parecida com uma gruta. Mais beleza. No local ainda tem um tronco de árvore fossilizado, que mais parece uma pedra imensa.
Ficamos algum tempo por lá, desfrutando daquela paz, celebrando a vida em comunhão com a natureza e agradecendo em silencio por ter a oportunidade de conhecer lugares como aquele.
A paz é tão grande que é impossível não sentir a presença de Deus. Eu sei, eu sei, ninguém gosta de discursos religiosos, nem eu, mas diante de toda aquela beleza e daquela paz é impossível não pensar que exista algo superior, algo maior que nós.



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