A trilha é uma das mais bonitas da capital, um paraíso que fica
espremida entre dois costões que entram no oceano, formando uma enseada. A
praia ainda preserva as características de quando os primeiros imigrantes
aportaram nestas terras. Ela começa em meio a Mata Atlântica e garante a
sensação de se estar voltando no tempo. A praia tem a companhia de uma lagoa.
De águas quentes e escuras, a lagoa se esconde atrás da restinga e é essa lagoa
que dá nome ao lugar.
Pode-se se chegar até a praia de barco ou por trilhas que criadas a
séculos. A trilha pode ser realizada partindo do Matadeiro ou pelo Pântano do Sul – que foi a opção
que escolhemos. A extensão é de aproximadamente 6 km – segundo o strava - e realizamos o trajeto em cerca de uma
hora.
A Lagoinha, como é carinhosamente chamada pelos manézinhos,
impressiona seus visitantes com sua beleza, seu ar selvagem e seus mistérios.
Toda aquela região da ilha de Florianópolis é cercada por lendas e mistérios
que remetem ao início da colonização açoriana e os antigos moradores da região
contam muitas histórias bem no estilo Frankilin Cascaes. Dizem que a praia de
vez em quando é frequentada por bruxas para realizarem seus rituais. Segundo as mesmas
lendas isso acontece a séculos.
Os moradores antigos contam a lenda de que “a Bruxa Conceição
encontrou o Índio Peri por acaso em meio à mata e se apaixonaram, começaram a
se encontrar escondidos, pelas trilhas da
Lagoinha do Leste, pois nem as outras bruxas nem a tribo de Peri
permitiriam um Índio e uma bruxa juntos. Infelizmente uma bruxa os viu juntos e
contou as outras que, como punição, transformaram Peri em uma lagoa. Conceição
ficou muito triste e não parava de chorar, até que suas lágrimas encheram a lagoa,
e por isso ela é salobra”
Como sempre nossas trilhas são cheias de boas risadas e muitas
histórias para contar. Durante todo o trajeto lamentamos a ausência de Dona
Valneide e planejamos muitas formas de penaliza-la, porém, nosso amor foi maior
e resolvemos apenas aceitar a preterição . Aliás, os assuntos giraram entre muitos
temas, envolvendo pontes, Titicaca, caca, meias, Sônia Bridi, combinamos mais
cerca de 20 trilhas e entre mais conha e menos cunha acho que rolou um empate. Tempo voou e
quando percebemos já estávamos no paraíso.
Quando chegamos fomos logo “montar acampamento” e comer, pois
estávamos famintos. Como não poderia faltar, tínhamos a linguiça do Evandro para nos alimentar e dessa vez ainda rolou
até uma disputa para ver qual era a melhor, a do Evandro ou a do Mercado
Limeira, que dizem por aí que é o melhor mercado da Trindade. Merchandising.
O mar como já era de se supor é bravo e precisa ter coragem para
entrar nele, coisa que naquele momento eu não tive.
Estávamos na dúvida quanto a subir ou não até a Coroa. Que segundo o
Guia Florianópolis “No topo do Mirante do Morro da Coroa, há uma formação de
pedras que lembram os vértices de uma coroa. Lá, se pode curtir a visão do
paraíso da Lagoinha do Leste.Para chegar até a coroa, deve-se pegar uma trilha
que começa costeando o morro e tem caráter fácil. Depois de algum tempo de
caminhada, a trilha passa a ser muito íngrime, sendo necessário escalar em
alguns pontos.” Acabamos não subindo por estarmos sem água, mas ainda quero
voltar até lá.
Um dos pontos altos do passeio foi quando atravessamos toda a enseada
- cerca de 1,5 km - e fomos até o Rio, na verdade a Lagoinha. As águas como já
citei acima são calmas e escuras, e a temperatura é super agradável, deu para
curtir, nadar e relaxar um pouco. Depois resolvemos subir em uma duna na outra
margem do rio e lá de cima tivemos uma vista incrível do lugar, bem diferente
da vista comum, fotografada de cima da Coroa. Valeu a pena.
O dia estava quente, mas não aquele calor avassalador, tivemos sorte.
Como não íamos subir até a Coroa resolvemos voltar e surpreendentemente a
trilha parecia ter triplicado de tamanho e eu secretamente agradeci por não ter
subido mais aquele morro – no caso o da coroa.
Na volta regisrtamos mais alguns tombos e rimos muito de Wadinho, de
suas piadas e de seu Rexona vencido.
Foi um passeio muito divertido e a noite na casa de Valdete ainda
conversamos muito e comemos centenas de ostras.
Nossa próxima trilha já está marcada, será no que se tornou o mais
novo cartão postal de Alfredo Wagner, Soldados Sebold!
2 Comentários
Indo morar na ilha em 3,2,1,fui!
ResponderExcluirSério,meu sonho é morar nesse paraíso chamado florianopolis(Carol adorei seu blog )
Indo morar na ilha em 3,2,1,fui!
ResponderExcluirSério,meu sonho é morar nesse paraíso chamado florianopolis(Carol adorei seu blog )