Dia de todas nós

Hoje no dia 8 de março temos que celebrar nossa força, nossa garra e todos os nossos encantos.
Temos que parabenizar nossas mãe e avós, nossas tias, nossas vizinhas, nossas professoras, nossas irmãs e tantas outras mulheres que já se foram, mas que tanto lutaram por justiça, valorização e respeito.
Ser mulher nunca foi fácil...
Basta a gente analisar gerações anteriores para constatar isso.
A geração da minha avó faz tipo Amélia, a “mulher de verdade”. Criadas para cozinhar, limpar, obedecer ao marido, dar educação aos filhos. Mulheres de um homem só, religiosas, a maioria nunca dirigiu um carro, estudaram pouco, geralmente até a 4º série. É uma geração cheia de pudores e falso moralismo. O machismo não tinha nome, era a realidade. O homem colocava dinheiro em casa e por isso era dono de tudo, inclusive de sua esposa. A mulher tinha que aturar o que quer que fosse, pois não queria ser uma “apartada”. Minha vó apesar de ter casado por amor, sofreu muito, passou muitas dificuldades e só se tornou dona de seu nariz na terceira idade. Criou os filhos – ainda cria alguns deles -, criou os netos e os 76 anos reina soberana como matriarca de nossa família.
Minha mãe é de uma outra geração... as mulheres chegaram ao ensino superior, afloraram sua vaidade, entraram de vez no mercado de trabalho, se tornaram muitas vezes as principais geradoras da fonte de renda da casa. Foram atrás dos seus direitos e de sua felicidade. Na minha infância vi minha mãe lutando contra o machismo e o abuso de meu pai. Minha mãe mostrou sua força quando foi em busca de um novo rumo em sua vida, se separando, e isso foi frequente em sua geração, elas não eram mais obrigadas a manter um casamento pela aparência ou pela dependência financeira. Ela sempre trabalhou fora, desde nova, sempre teve seu próprio dinheiro e nos ensinou a importância da independência. Mesmo sem saber ela fez uso do “empoderamento” tão comentado hoje em dia.
Eu sempre soube da força de nós mulheres olhando para minha mãe.
Perto de minha avó e minha mãe, como mulher eu ainda não sou nada.
Já nasci livre e em uma sociedade que apesar de ainda ser machista, nem se compara com décadas atrás. Não precisei botar fogo em sutiã, apanhar calada de meu marido, lutar para ter um salário igual a de um homem ou direito ao voto. Outras mulheres já tinham feito isso por mim e o mínimo que posso fazer é usar bem esse legado.
A minha geração tem asas para voar. Temos acesso ao ensino superior, apoio para estudar, para sermos o que quisermos. Temos voz e vez. São outros tempos, mas mesmo assim a luta nunca tem fim. Tenho plena convicção que não represento a classe de mulheres que ainda sofre todos os dias com a falta de oportunidades, de respeito e com a violência física e psicológica.  A luta é de todas, enquanto uma mulher tiver passando por essa violência, todas passam!
Parabéns a nós mulheres, por esse dia tão especial. Parabéns por nossas conquistas e em especial a quem deu ou dedicou a vida a elas.

Somos mulheres, somos fortes e especiais. 


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