Quando chegamos em Buenos Aires não tínhamos onde ficar, a intenção a
principio era jantar pela região do Puerto Madero e depois seguir para o
aeroporto para aguardar nosso voo para Salta, porém tivemos que procurar um
hotel. Nos hospedamos em um hotel por perto da região do Puerto, acabamos nem
jantando... tomamos um banho e dormimos até as 5 da manhã, quando pegamos um
táxi até o aero.
Nosso voo aconteceu sem maiores imprevistos e foi muito engraçado
quando saímos do aeroporto e, a pé carregando nossas malas e nos dirigimos até
um ponto de ônibus. Uma alemã nos acompanhava, lá os ônibus passavam voando,
era impossível ler o que estava escrito neles, então o jeito foi parar o
primeiro que passasse e perguntar se ele seguia até a rodoviária, e ele seguia.
Acabamos nem pagando o ônibus – e o motorista nos prometeu guardar segredo –
pois não tínhamos um cartão com o qual todos pagavam. Na rodoviária guardamos
nossas bagagem e fomos conhecer Salta.
A primeira coisa que nos chamou a atenção foi que a maioria da
população era de descendência indígena. A praça central da cidade é linda e
segundo Denise lembra muitos as praças centrais de Cusco e da Compostella – eu
ainda não conhecia Cusco, as agora posso dizer que concordo com ela, de fato,
lembra, mas não chega nem aos pés de Cusco, verdade seja dita, porém tem traços
muito marcantes da colonização espanhola. Almoçamos em um restaurante no
centro, Denise comeu um bife de chouriço e eu tentei comer uma massa, porém não
consegui – fiquei com muita vergonha do garçom que não entendeu nada quando
recolheu o prato praticamente intocado. Ficamos mais um pouco no restaurante e
resolvemos dar uma volta, mas foi quando uma chuva grossa começou a cair, o
jeito foi se abrigar no coreto da praça central. Eu estava muito ruim, deitei em
cima da canga da Denise, esperando a morte chegar e só acordei quando Denise me
chamou com um certo temor, avisando que estávamos no meio de uma boca de
cocaína, cerca de 15 pessoas cheiravam a droga, entre adolescentes, meninos e
meninas, uma cena muito triste. Além de nós um grupo de mochileiros e uma
família também se abrigava da chuva no coreto, o que nos permitiu continuar por
ali até a chuva diminuir, assim que a chuva aliviou tratamos de sair dali.
Fomos visitar o teleférico da cidade. Lá de cima pudemos ver que Salta
é imensa, muito maior do que pensávamos e é muito conhecida por seus lugares
para praticar esportes em meio a natureza. Aproveitamos a paz do alto do
mirante para descansar, eu estava muito fraca.
Ao descer resolvi que deveria comer uma fruta, pois senão não teria
forças para terminar o dia. Fomos até o mercado e lá só aceitavam pesos
argentinos. Tínhamos 16 pesos argentinos, cerca de 500 dólares e mais de 4 mil
reais, mas como só aceitavam a moeda local, tivemos que contar as moedinhas e
eu ainda tive que chorar para que o cara que pesa as frutas mudasse o preço das
minhas duas maças para que pudéssemos pagar. Lembrando hoje é engraçado, mas
foi muito triste, o cara ficou com muita pena da gente quando eu falei que não
tínhamos dinheiro. Saímos do mercado alegres, com nossas duas maças e um litro
de água. Comi as duas frutas e minha dor de cabeça até aliviou. Esse foi sem
dúvidas o pior dia do meu mochilão. Antes de sairmos da rodoviária com destino
de La Quiaca, Denise me avisou que se eu não melhorasse voltaríamos para
casa, com uma dor no coração concordei,
pois daquela forma eu não tinha como seguir.
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1 Comentários
Carol apesar do fator de sua saúde, sua viagem foi maravilhosa. Que bom, agora vc tem muitas novidades para compartilhar.Um dia quero preparar meu mochilao. Bjs
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