O ônibus para La Quiaca era bom, pudemos descansar e passei pouco
frio. Chegamos em La Quiaca por volta das 5 da manhã e a rodoviária parecia uma
rodoviária de cidade fantasma, com algumas pessoas largadas pelo chão dormindo,
muitos cachorros e um banheiro que cobrava dois pesos argentinos para ser usado,
o que não pudemos fazer pois não tínhamos nada.
Ao nosso lado estavam duas mulheres com mochilas e assim que pude
perguntei a elas como se fazia para chegar a fronteira, prontamente elas nos convidaram
a seguirmos juntas, assim que o dia começasse a amanhecer e assim o fizemos. Andamos
cerca de 2 km – os mais longos de minha vida – e chegamos até a imigração. Na
fila da imigração eu quase desmaiei por duas vezes, um pouco por causa da
altitude, outro pouco por estar a dois dias sem comer praticamente nada. Eu
estava um pouco desesperada, achei que fosse desmaiar, morrer, todos estavam
com muito frio e eu estava só de regata de tão agoniada que me sentia.
Ao passar a imigração chegamos em Villazon, já na Bolívia, subimos uma
ladeira sem fim, trocamos dinheiro e fomos até a estação de ônibus. Outro local
surreal, Denise foi ao banheiro e me alertou a não fazer o mesmo, comprou as
passagens e encontrou um local onde me obrigou a comer. Lá eu tomei um dos
melhores cafés da minha vida, era um local muito simples, mas as pessoas eram tão
simpáticas que fiquei encantada. Ao terminar de comer – o café e um pedaço de
queijo – quase vomitei, o que deixou Denise bastante irritada. Fomos para a
fila do ônibus e lá, sentada, dormi em cima da minha mochila. Enquanto eu
dormia, Denise foi procurar folhas de coca para aliviar os efeitos da altitude
– esse é um ponto que preciso ressaltar, eu não senti nenhum efeito e odiei as
folhas de coca, fiquei com nojo e não posso nem sentir o cheiro daquilo.
O nosso ônibus era super alto e sem escadas, Denise me guinchou, quase
não podia com o peso da mochila, nos acomodamos e por mais pitoresco que
pareça, dentro daquele ônibus minha saúde começou a se recuperar.
Os ônibus são mesmo um caos, velhos e sem banheiros. O nosso estava pronto
para ir para um museu, estava lotado e assim que começou a andar minha bexiga
parecia que ia explodir. Na primeira parada na cidade de Tupiza, assim que o
ônibus parou eu saltei em direção de um baño, que estava imundo e fedido, mas
eu nem dei bola. A partir dali não tínhamos mais nenhuma parada em rodoviárias,
como as viagens são quase sempre longas por causa da precariedade das estradas,
muitas vezes os ônibus param na beira da estrada, todos descem e procuram um
matinho para fazer as necessidades, sim, eu também fiz isso e por duas vezes.
Parecia que nunca chegaríamos... mas eis que no horizonte aponta a pequena
cidade de Uyuni.
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1 Comentários
Sentimos o vento frio andino, no forevis hahahahahah
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