Por Manuela Schutz Mariani
Ao
pesquisar na internet sobre trilha, encontrei esse significado: Rasto ou vestígio que uma pessoa ou animal
deixa no lugar por onde passa. Além do vestígio, a gente deixa muita coisa
boa quando resolvemos conhecer um novo lugar. Deixamos sensações, levamos a
felicidade de viver aquele momento, o entusiasmo de superar os obstáculos, o
prazer em avistar uma deslumbrante paisagem e principalmente, deixamos belas
histórias.
A
trilha do Costão do Frade foi suada e encantadora. Descrever o que vimos, não dá,
é único. Nem as melhores câmeras registrariam a emoção de chegar ao topo,
respirar ar puro e visitar esse pedacinho catarinense que me enche de orgulho.
Encontrei
poucos registros na web sobre o costão, mas acredita-se que ele possui
aproximadamente 1.400 metros de altitude. Localiza-se no município de Bom
Retiro. O acesso pode ser pela localidade de Pinguirito, em Alfredo Wagner, ou
por Bom Retiro (nossa opção). Contamos com ajuda do guia, o Marcos.
Nossa
turma, que por uma brincadeira, se tornou o grupo “Só para os fortes”, botou o
pé na estrada dia 15, um sábado lindo e ensolarado. Saímos de Alfredo Wagner às
7 horas da manhã e começamos a trilha por volta das 8:30h. O primeiro trecho
era árduo e já nos deixou cansados. Em seguida, a mata começou a fechar,
grandes árvores nos rodeavam, porém o caminho já estava facilitado, pois fazia
“ziguezague”.
Você
já imaginou encontrar no meio de uma vegetação, num lugar calmo, uma placa
pedindo silêncio? Nós encontramos! Foi cômico.
A
vegetação alta começou a desaparecer, dando lugar à vegetação rasteira e isso
já nos deu noção de quanto estava alto e lindo o local. Muitas paradas para o
café foram dadas. O lanche era bem nutritivo: bananas, bolachas, sanduíches...
ou até mesmo o inseparável fandangos da Elisa e o bolo de cenoura, bolinho de
carne, pão com linguiça e café da Jucelita! Eu diria que esse povo é bem
preparado...
Conto agora que
particularmente, para mim, a pior parte da trilha se deu quando precisamos de
corda, que no caso eram fios de luz amarrados e um cabo de aço (que cortava as
mãos), para usar como apoio na subida. Naquele momento eu segurei na mão de
Deus e fui. Era uma sensação de fazer rapel com “quero minha mãe”. Mas todos
foram firmes e subiram.
A chegada foi
incrível. Nós não sabíamos se descansávamos, se comíamos ou se apreciávamos
aquela beleza. Ora, fizemos tudo de uma vez só!
Existia dois
pontos mais altos, em um deles havia uma cruz. Ficamos um bom tempo apreciando
o momento, compartilhando comida e risadas. Abro espaço para dizer que sentimos
falta da querida Carol, que por ser tão dedicada aos estudos, não pode
comparecer.
Alguns trilheiros
também pegaram um caminho para ir até a “Pedra do Frade”. Reza a lenda que
perto dessa pedra um frade escondeu seu tesouro. Muita gente já escavou o
local.
A descida foi um
pouco mais descontraída, para não falar que houve muitos tombos. Principalmente
na bendita corda.
Nossa trilha ainda
não terminou. Seguimos para a “Calçada de Pedra”. Essas calçadas são importantíssimas para a
história catarinense e brasileira, pena ser tão esquecida e tão pouco divulgada
pelo povo local. Sua construção é datada entre 1750 e 1800. A estrada fazia
ligação Desterro, atual Florianópolis, a Lages. Contam que muitas mulas
atolavam no local, então os escravos posicionavam pedras, uma ao lado da outra,
formando a estrada de pedra, assim, as mulas passavam tranquilamente.
No começo era um
pouco difícil de encontrar o caminho de pedra, visto que o local está tomado
por arvores e matos, contudo, encontramos e fomos visitar. Batemos um papo com
um morador que estava lá perto e ele nos contou histórias interessantes.Em seguida, pegamos nosso caminho de casa e finalizamos com um bom café, na Lomba Alta.
1 Comentários
Desde muito qdo passo pela Limeira, sempre apreciei essa montanha. Agora mais ainda
ResponderExcluirAdorei o relato. Que orgulho de ser trilheira e participar do grupo so para os fortes.
I