No último dia 6 de agosto nosso igreja Matriz completou 50 anos e dia 15 realizou-se uma grande missa de reinauguração (do novo telhado) e de comemoração ao cinquentenário. Senhor Pedro Jaime solicitou que eu e o professor Fabricio Dorigon criássemos um pequeno vídeo para contar um pouco do histórico da nossa matriz, a seguir o resultado.
Edição: Carol Pereira
Texto: Fabricio Dorigon
Narração: Juliana Eli de Souza Dorigon
Contribuição: Pedro Jayme, Juliano Wagner, Acervo Histórico Fotográfico de Alfredo Wagner
6 de agosto de 2015, é nesse dia que comemoramos o cinquentenário de
inauguração da matriz da Paroquia Bom Jesus
Durante esses 50 anos muitas são as histórias de fé, dedicação, doação
e amor a Deus. Desde os primeiros tijolos e de sua inauguração até os dias de
hoje, muitas foram as pessoas que no decorrer do tempo fizeram com que tudo
isso pudesse ser real. Não saberíamos dizer o nome de tantas pessoas que de uma
forma ou outra doaram o seu tempo de suas vidas para o serviço da comunidade,
mas como certeza Deus sabe. Jesus Cristo sabe de todos os que se dedicam, que
se dedicaram e que irão se dedicar para que o evangelho possa ser anunciado. Leitores,
cantores, músicos, ministros, ministros, catequistas, padres que junto com todo
o povo fizeram e fazem com que a igreja se torne um pedacinho do céu na terra e
depois voltam para suas casas com esse sentimento e transmitem a suas famílias,
seus trabalhos, as suas vidas.
Quantos de nós que estamos aqui neste momento se casaram nessa igreja,
foram batizados, fizeram a primeira comunhão, que foram crismados ou
simplesmente vieram aqui para rezar, agradecer, pedir graças, forças para
enfrentar os desafios que a vida nos apresenta e temos a certeza que esse lugar
santo continuará a nos trazer mais para perto dele, de Jesus Cristo. Essa
igreja vai continuar a trazer paz, amor, conforto e muitas bênçãos para cada um
de nós, não importa o que aconteça, não importa as provações que apareceram com
as graças de Deus e com a força e com a fé de muitos fieis estamos aqui hoje
para festeja os 50 anos da nossa igreja Matriz da Paróquia Bom Jesus.
Histórico Matriz
Texto: Juliano Wagner
Colaboradores: Luci Schweitzer e Marides Margarida Marocco
No última dia seis de agosto, dia do Senhor Bom Jesus, padroeiro da Paróquia de
Alfredo Wagner, fez exatamente cinquenta anos que nossa Matriz foi inaugurada.
A entronização do Sacrário à sua nova morada e a abertura do templo aos fiéis
deu-se através de uma missa solene, sucedida por animada festa.
A tradicional Festa do Padroeiro, realizada desde imemoráveis tempos, naquele ano de 1965 superou todas as outras. O convite, guardado com admirável zelo pela Secretaria Paroquial, conclamava a comunidade a participar da festividade, nestes termos: “Inauguração da majestosa Igreja do Senhor Bom Jesus, construída pela fé inquebrantável, coragem indomável e esforço generoso do povo de Alfredo Wagner.”. Nas semanas que precederam a data, os senhores Alcebíades Andersen, AlfredoWagner Júnior, Lindolfo Souza, Orlando Dorigon, Rodolfo Crispim e suas esposas, na qualidade de festeiros, percorreram incansavelmente o município convidando o povo para a festa e arrecadando numerosas prendas.
O dia seis de agosto de 1965, uma sexta-feira, amanheceu ensolarado. O Pe.
Cristóvão Arnaud registraria no Livro Tombo: “Até o tempo contribuiu,
pois Nossa Senhora nos mandou um dia de sol magnífico que, para agosto, foi
surpresa.”. Às 8 horas da manhã, Pe. Cristóvão oficiava, em latim, a primeira
missa no novel templo, cujas intenções eram: “Para comunhão geral de todos os paroquianos
e em agradecimento a Deus Nosso Senhor por cinco anos de trabalhos pacíficos na
construção de Sua casa.”
Às dez horas, o Pe.
Quinto Baldassar, vigário do Estreito, capelão militar e presidente da comissão
de liturgia sacra celebrava a esperada Missa Solene, desta vez no idioma
português, a qual foi acompanhada pelo Coro e Banda de Música do grande
seminário de Ascurra, regidos pelo Pe. Genésio. A comunidade lotou o templo,
maravilhando-se com a altivez de sua estrutura bem como com a riqueza espiritual
da cerimônia inaugural. A festa após a missa causou sensação, resultando num
lucro bruto de 4 milhões de cruzeiros, dos quais se obteve o valor
líquido de Cr$ 3.400.000. A comissão, a fim de concluir a obra, contraiu dívida
no valor de Cr$ 2.200.000, a qual pôde ser quitada, sobrando Cr$1.200.000 para
os acabamentos e retalhos – conforme palavras do Pe. Cristóvão.
A primeira missa
realizada neste templo, ocorrida às 8h do dia seis de agosto, no rito
tridentino, como citado, foi em ação de graças pelos cinco anos de trabalhos
pacíficos. Teve todas as razões para ser celebrada, pois os efervescentes anos
de 1960 a 1965 foram deveras profícuos. Aqui contaremos um pouco da história
que culminou na edificação da nova matriz de Alfredo Wagner.
A Paróquia Bom
Jesus, que havia sido fundada em 17 de janeiro de 1959, antes mesmo da criação
do município, tinha como matriz uma igreja datada em 1927, cujos aspectos
arquitetônicos eram bem interessantes esteticamente falando; porém, seu porte físico
de capela já não comportava o emergente número de fiéis. Em dias de festa e
visita do Bispo, as missas tinham de ser celebradas na rua.
A ereção da atual Matriz constituiu quase que uma saga. Frei Agatângelo de
Umbará, cujo nome civil é Eugênio Nichele, conclamou seu rebanho a se unir
visando a edificar uma nova igreja. Designou-se, então, uma comissão, tendo
como presidente o benfeitor Izidoro Cechetto e membros principais – com poder
de decisão – Paulo Schwinden (Almeida) e Paulo Bunn.
Frei Agatângelo, paranaense, soube que o povo de Irati - município situado a
150 km de Curitiba, declinara de um projeto para a construção da Matriz local:
seria muito grande e, por conseguinte, demasiado onerosa para o parco orçamento
disponível na paróquia. O frade teve uma ideia, e provocou Cechetto:
"Izidoro, Irati abandonou a planta de uma grande igreja por não acreditar
que conseguisse fundos para a construir. Que achas de nós nos valermos dela
para erguer a nossa matriz? Será uma igreja magnânima, aludindo à magnanimidade
da fé do povo deste distrito de Barracão!". Frei Agatângelo, sagaz e
astuto, conhecia a obstinação que pontuava o caráter do italiano, e era cônscio
de que ele não se prostrava ante desafios. Deu certo. Izidoro Cechetto, em
consonância com seus dois parceiros de comissão, não só aquiesceu à proposta
como a aderiu com copioso ardor: "- Frei Agatângelo, a fé do nosso povo
certamente é maior que essa enorme igreja de que o senhor fala. Custe o que
custar, nós concretizaremos o projeto.
Vamos movimentar famílias, homens, mulheres, crianças, e a poremos de pé em pouco tempo!". Ao contemplar a adesão irrestrita da comissão (nome para o hoje CPC), Frei Agatângelo tratou de marcar uma ida à cidade de Irati, com o intento de apanhar a planta. Foram de jeep o religioso, Izidoro, Balcino Wagner e, se não me engano, Dido Cechetto - na época, um menino.
Vamos movimentar famílias, homens, mulheres, crianças, e a poremos de pé em pouco tempo!". Ao contemplar a adesão irrestrita da comissão (nome para o hoje CPC), Frei Agatângelo tratou de marcar uma ida à cidade de Irati, com o intento de apanhar a planta. Foram de jeep o religioso, Izidoro, Balcino Wagner e, se não me engano, Dido Cechetto - na época, um menino.
Ao analisarem o projeto, os homens seguramente se assustaram. A igreja tinhas
proporções colossais em relação às existentes nestas plagas na época. Se uma
cidade como Irati, emancipada há mais de 40 anos, desistira de executá-lo, será
que Barracão, que era um mero distrito, seria capaz? Havia duas opções:
desistir também ou abraçar. Optou-se pela segunda assertiva.
Um pouco de receio dominou nossos homens nos primeiros quilômetros da viagem de volta. Mas agora, com a planta na mão, eles não voltariam mais atrás. Ao contrário, em nome de sua honra e da honra de seu povo, poriam de pé a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus. O Senhor Balcino Matias Wagner, compadre e amigo íntimo de Izidoro Cechetto, me contava: “O compadre Izidoro é um italiano típico: teimoso. Se quiser que ele faça alguma coisa, é só dizer que ele não vai conseguir. Daí ele se embrenha naquilo, é não sossega enquanto não deixar pronto!”. Ainda no trajeto, Wagner, Cechetto e Frei Agatângelo confabulavam sobre o desafio. Numa parada para pouso, após terem bebericado uma pinguinha, Izidoro rogou a Balcino, que era oleiro: “Compadre, a partir da hora em que a gente chegar a Barracão, começa a fazer tijolo na tua olaria pra nossa igreja. Não dês trégua, compadre, porque vai precisar muitos milhares de tijoDe volta a Barracão, a ordem era não perder tempo. Primeira coisa: demolir a velha matriz. O frade clamou aos jovens que assumissem a tarefa.
No dia marcado, 12 de junho de 1960, moços e moças lotaram o adro do templo, dispostos a, sem mensurar esforços, darem sua contribuição. Concretizava-se já nesse primeiro trabalho o que predissera Cechetto: “O nosso povo vai ajudar!”. E foi assim nos anos seguintes: homens e mulheres trabalhavam com pás, enxadas e carrinhos de mão; o próprio frade amarrava sua batina à altura da cintura e, dia após dia, labutava como operário, sem flectir. As crianças, inspiradas no exemplo do frei, também faziam sua parte, recolhendo pedrinhas no rio para o fundamento, sendo recompensadas com santinhos em papel doados por Frei Agatângelo e, posteriormente, pelo Pe. Cristóvão Freire Arnaud.los pra construção!”
Um pouco de receio dominou nossos homens nos primeiros quilômetros da viagem de volta. Mas agora, com a planta na mão, eles não voltariam mais atrás. Ao contrário, em nome de sua honra e da honra de seu povo, poriam de pé a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus. O Senhor Balcino Matias Wagner, compadre e amigo íntimo de Izidoro Cechetto, me contava: “O compadre Izidoro é um italiano típico: teimoso. Se quiser que ele faça alguma coisa, é só dizer que ele não vai conseguir. Daí ele se embrenha naquilo, é não sossega enquanto não deixar pronto!”. Ainda no trajeto, Wagner, Cechetto e Frei Agatângelo confabulavam sobre o desafio. Numa parada para pouso, após terem bebericado uma pinguinha, Izidoro rogou a Balcino, que era oleiro: “Compadre, a partir da hora em que a gente chegar a Barracão, começa a fazer tijolo na tua olaria pra nossa igreja. Não dês trégua, compadre, porque vai precisar muitos milhares de tijoDe volta a Barracão, a ordem era não perder tempo. Primeira coisa: demolir a velha matriz. O frade clamou aos jovens que assumissem a tarefa.
No dia marcado, 12 de junho de 1960, moços e moças lotaram o adro do templo, dispostos a, sem mensurar esforços, darem sua contribuição. Concretizava-se já nesse primeiro trabalho o que predissera Cechetto: “O nosso povo vai ajudar!”. E foi assim nos anos seguintes: homens e mulheres trabalhavam com pás, enxadas e carrinhos de mão; o próprio frade amarrava sua batina à altura da cintura e, dia após dia, labutava como operário, sem flectir. As crianças, inspiradas no exemplo do frei, também faziam sua parte, recolhendo pedrinhas no rio para o fundamento, sendo recompensadas com santinhos em papel doados por Frei Agatângelo e, posteriormente, pelo Pe. Cristóvão Freire Arnaud.los pra construção!”
A arquitetura da igreja mostrou-se deveras arrojada, sendo constituída por
extensa nave central, nove absides, nártex – sobre o qual se encontra o coro,
nártex externo (ou átrio). No abside maior, encontra-se o presbitério, com o
altar-mor, ladeado por dois absides menores, ou capelas radiantes. Cinco
absides contêm cúpulas. Com pé direito de quase 25 metros, a edificação
apresentava, cinquenta anos atrás, obstáculos à engenharia e à construção.
A planta, que fora desenhada por um padre alemão (esta informação carece de confirmação), teve como engenheiro responsável o Dr. Antônio Carlos Werner. A família Zilli, cujos membros eram afamados na arte da construção em alvenaria, foi requisitada para levantar a imponente obra, chefiada pelo exímio mestre de obras José (Bépi) Zilli. A parte de carpintaria ficou a cargo de Juca Sens, genro de Vilson Schweitzer. Ele é o feitor da linda escada para o coro, a grande cruz que orna o teto, as cúpulas dos absides... Um artista!
A planta, que fora desenhada por um padre alemão (esta informação carece de confirmação), teve como engenheiro responsável o Dr. Antônio Carlos Werner. A família Zilli, cujos membros eram afamados na arte da construção em alvenaria, foi requisitada para levantar a imponente obra, chefiada pelo exímio mestre de obras José (Bépi) Zilli. A parte de carpintaria ficou a cargo de Juca Sens, genro de Vilson Schweitzer. Ele é o feitor da linda escada para o coro, a grande cruz que orna o teto, as cúpulas dos absides... Um artista!
A obra seguiu ininterruptamente. No princípio dos anos 60, Frei Agatângelo foi transferido para o Paraná vindo, em seu lugar, o Pe. Cristóvão. Tal qual seu predecessor, ele abraçou a causa. O mandato da comissão vencia, mas o pároco suplicava para que Cechetto, Schwinden e Bunn permanecessem. Eles administraram a comunidade por quase duas décadas!
Em 1965, a parte externa era concluída. Faltavam os dispendiosos acabamentos,
bem como bancos, altares. As famílias locais, como os Kretzer, os Almeida, os
Schweitzer, os Bunn, os Cechetto, José de Campos, Nena Frutuoso, entre muitas
outras, doaram desde as fechaduras, bancos, até os vidros para as janelas e
portas. Em seis de agosto de 1965, com as bênçãos do santo do dia, o padroeiro
da Paróquia, a Matriz era declarada apta para a realização do ofício divino.
A planta previa uma altíssima torre, na parte de trás esquerda (onde hoje se
encontra o Salão Paroquial). Izidoro e seus companheiros computaram que o valor
a ser gasto nessa torre quase se equipararia ao da igreja na totalidade.
Decidiu-se omiti-la provisoriamente e, quando sobrassem recursos, a ergueriam.
Quem sabe agora, passados 50 anos da inauguração, a comunidade católica de
Alfredo Wagner se dê as mãos novamente, tal qual fez entre 1960 e 1965 e,
guiada pelo espírito obstinado dos senhores Pedro Jayme Dos Santos e Orlando de Souza e equipe, se
encoraje para edificar a alta torre. Será, esteticamente falando, a cereja do
bolo da nossa igreja. Avante, Alfredo Wagner!
3 Comentários
Legal, Carol! Obrigado por divulgar!
ResponderExcluirLegal essa matéria. Sou sobrinho do Padre Cristóvão. Ele é irmão do meu pai,Waldir Freire Frazão
ResponderExcluirNão tenho palavras para agradecer mas orações não me há de faltar! "Não desanimeis jamais mesmo que venham ventos contrários" um dia todos os sonhos serão realizados...
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