2013 - Brasília


Em recente visita a Washington, meus amigos se espantaram por eu ainda não ter viajado a Brasília – então resolvi incluir a cidade em meus futuros roteiros. O que eu não contava era que conheceria a capital tão cedo! Para isso tive uma grande ajuda, digamos, do destino. Hehehe...
Um célebre amigo me disse: “Deus não foi generoso com Brasília; aqui não tem muitas belezas naturais, mas veio o homem e consertou”. A cidade é belíssima! Para admiradores de Niemeyer e da arquitetura moderna, o DF é um deleite. A cada esquina, a cada quadra nos deparamos com esculturas arquitetônicas idealizadas pelo centenário
sonhador, que enchem os olhos e deixam o cenário esplendoroso.
Quando ouço falar em Brasília, três temas sempre surgem em minha cabeça: Política, JK e música. A visita correspondeu a todas as expectativas e ainda a mais algumas que eu nem tinha.
Tenho que ressaltar a conexão em Congonhas: é surreal ver a cidade de São Paulo por aquele ângulo, ver as ruas, prédios e carros diminuindo à medida que subimos. Tudo se tornando uma imensa maquete, é de ficar extasiado.
Ao chegar, seguimos nosso itinerário e a visita já começou onde bate o coração político do Brasil. Primeira parada Câmara dos Deputados, no anexo IV. De lá, tínhamos a vista lateral do Congresso Nacional – sem dúvidas uma obra imponente. Almoçamos e fomos conhecer o gabinete de alguns deputados. Conheci o gabinete do Peninha (meu candidato), mas naquele andar o que me chamou mais a atenção foi o gabinete do Tiririca. Como não poderia deixar de ser, é um ambiente
descontraído, cheio de fotos de seus personagens e até mesmo um quadro de um fake avô com seu jegue. Parada básica para algumas fotos e depois iniciamos um tour pelas entranhas do Congresso. Passamos por uma passarela subterrânea de 110 metros. Eu não poderia estar em melhor companhia, meu guia não deixou a desejar; aprendi várias coisas no trajeto e por absoluta falta de desenvoltura e uma vergonha imensa que me consome vez ou outra, perdi a
oportunidade de tirar uma foto no Plenário da Câmara em sessão solene. Conhecemos tudo por lá, vimos obras de arte, a história política de Brasília no Senado Federal e até um neto bastardo do meu bisavô (ok, essa parte é mentira, mas o que posso fazer se sempre faço a ligação entre Brasília e o Legião Urbana?).
Saindo do Congresso, fomos até o Teatro Nacional, que tem formato de pirâmide. A obra também leva a assinatura de Niemeyer, que
embora tenha sido um arquiteto moderno e arrojado, sempre prestava a atenção na arquitetura da antiguidade, entre elas a grandeza dos templos do Egito.
Next Stop – Torre de TV. Ela é a segunda estrutura mais alta do Brasil, com 224 metros. Um elevador coloca os turistas a 75 metros de altura, de onde a pode-se ter uma visão bastante compensadora da cidade. Lá de cima pode-se até entender melhor sobre o “Projeto Piloto”, avistando partes da Asa Sul e da Asa Norte. Vê-se também o estádio
que está sendo finalizado para a Copa das Confederações e tem-se uma vista linda do Congresso Nacional. Depois descemos e fomos ver mais de perto uma fonte belíssima, que fica em frente à antena. De lá, fomos ao shopping para jantarmos e partimos para o Pontão do Lago Sul, um local muito agradável, com um passeio às margens do lago e um grande complexo gastronômico de bares e restaurantes. O local merecia um chopp e foi isso que fizemos. Entre loiras, ruivas e sararás – na Devassa – acho que a galega aqui acabou ficando tonta. Intercalando bom papo, bons goles e boas risadas, já era hora de dormir e posso dizer... que noite! =P

Sábado no Planalto Central

Pra variar, meu cabelo fez motim. Como sempre, ele fica revoltado em locais com clima seco. Mesmo assim superei e fomos até a casa da Dilma. O Palácio da Alvorada não é assim um castelo, mas tem lá seus encantos. Apenas em nível de curiosidade, o Palácio da Alvorada é a terceira residência oficial de presidentes que eu conheci – Casa Rosada e Casa Branca são as outras duas – estranhei um pouco essa não ter nada relacionado à cor em seu nome, mas também superei. Para completar a sessão de fotos, ainda tirei uma com um dos Dragões da Independência (a bem da verdade existem dois dragões na foto, ele e eu com meu cabelo que no momento estava praticamente com vida própria).
De lá, fomos para um passeio triplo, pela Biblioteca Municipal, Museu Nacional e Catedral de Brasília. Todos eles com a arquitetura bem “brasiliense”, ou seja... do Niemayer. Entramos no Museu Nacional e lá estava tendo uma exposição, que bem, não sei bem falar do que era. A arte moderna às vezes ainda é muito moderna para mim. Na rua estava rolando um protesto pela liberação da Maconha – apesar de nunca ter experimentado, fui prestar meu apoio. =P
Almoçamos no Xique Xique – comi aipim rsrs – e depois fomos até a capela construída por Sarah Kubitschek na SQS 108 para pagar uma
promessa. De lá, fomos até o Memorial dos Povos Indígenas, que não estava no roteiro original, mas foi uma grata surpresa – gosto de conhecer mais sobre a cultura indígena, ria o pai da Aline ou não, eu tenho ascendência indígena e a cultura desse povo sempre me cativou. Atravessando a rua, chegamos ao memorial JK.
O tal do Juscelino sempre me chamou a atenção – além de todo ano apresentar o Oscar – pela audácia de construir uma imensa cidade no meio do nada. Cinquenta anos em cinco. Talvez ele tenha sido o mais
visionário de nossos presidentes e no memorial pude conhecer um pouquinho mais sobre ele. Documentos pessoais, fotos do acervo pessoal, roupas e muito sobre o projeto e construção da cidade são encontrados lá. Ainda pude conhecer um pouco sobre a conquista da Copa do Mundo de 1958 e deixar a moça que estava guiando nossa visita um pouco perdida com nossas perguntas.
Antes de ir para casa, ainda passamos de novo na Catedral, pois anteriormente não tínhamos conseguido entrar. De fato, ela é belíssima. Paramos mais uma vez em frente ao Congresso para garantir uma foto linda com as luzes do sol se findando – espetacular – e então seguimos para a Praça dos Três Poderes, onde tem muito pra se ver. Vale a pena uma visita: a bandeira (a maior hasteada no mundo), STF, Palácio do Planalto (onde trabalha a Presidente da República), Panteão da Pátria, Museu da Cidade e mais algumas coisas interessantes. Voltando para casa, fomos nos arrumar para o cinema.

Assistimos à estreia do filme “Somos Tão Jovens”, e tenho que confessar que me senti muito honrada em poder ver esse filme na cidade de Brasília – como já comentei, eu sempre associo a capital com o início do rock nacional. Confesso também que esperava mais do filme, mas mesmo assim valeu a pena. Destaco a atuação de Edu Moraes; ele era simplesmente o Herbert, o próprio. Finalizamos a noite no Santa Fé, regados a Stellas.

Deus ajuda quem cedo madruga

No domingo acordamos cedo em virtude de alguns compromissos e aproveitamos o tempo que sobrou para voltar até a Praça dos Três Poderes e ver melhor o que não tinha dado tempo de conferir no sábado. Tivemos sorte de estar acontecendo uma parada militar no local: era a troca da bandeira e tinha dezenas de militares marchando, banda e tudo mais. O sol estava escaldante e apesar de estar muito interessante, resolvemos seguir para o aeroporto. No caminho ainda paramos para tirar uma foto com a Ponte JK, que no ano de 2003 foi eleita a ponta mais bela do mundo.
Não esquecendo minha veia acadêmica, concluí que Brasília é uma cidade de contrastes – pode-se ver um semi favela atrás dos Ministérios, por exemplo. É uma cidade para ricos e a prova viva de que o homem pode fazer o que quiser – desde que tenha dinheiro para isso –, pois construir uma cidade imperial daquelas, em um lugar quase remoto, não é coisa que se vê com frequência.  Achei também uma explicação para o movimento roquenrol tupiniquim que surgiu lá nos anos 80. Para mim, isso se explica  devido ao alto poder aquisitivo e à diversidade de cultura da população da capital – dezenas de embaixadas . O acesso a tudo que era novo, a tudo que vinha de fora, a instrumentos, a estilos, tudo era mais fácil. Bom, talvez todo mundo já soubesse disso, mas eu só constatei isso essa semana. Sendo assim, e ainda somado ao talento dos candangos, surgiu tanta coisa boa.
Brasília me surpreendeu.

Notas Mentais Compartilháveis:

Nota 1 – Preciso aprender a ir dirigindo pra Floripa para não depender do Henrique.
Nota 2 – Três anos de recesso, como consegui?
Nota 3 – Quando ando de avião, é como se eu tivesse ganhado também uma passagem para a era glacial: é impossível eu não passar frio dentro de aeronaves.
Nota 4 – É muito bom ter um fotógrafo particular.
Nota 5 – Cair duas vezes na subida da escada antes de entrar no avião, não tem preço. 
Nota 6 - Nunca pensei ouvir "Vaca Profana" em uma rádio e nem a música de abertura de "A Muralha" no memorial JK.

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1 Comentários

  1. Carol gostei dos documentários vividos nesta linda Brasilia !Eu amei em conhecer está muralha ,ai está o nosso dinheiro que todos nos colaboramos a construir esta Grande Brasilia ,eu e minha familia ajudamos com Ouro para o Brasil cada uma familia tinha que entregar uma joia todas era de ouro para o Governo !!Imagine a quantidade que era ?

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