Precisava tirar meu visto, para
finalmente fazer a viagem dos meus sonhos e pra isso fui obrigada a ir pra o
Rio (nossa, muito sofrimento, quase um castigo ir para lá... só que muito ao
contrário). Era setembro, época de trabalho e estudo, então eu tive que
praticamente morar na escola durante alguns meses antes, para juntar horas e
tira-las em setembro.
22/09 – This Is Halloween
Cheguei de manhã no Galeão, Hugo foi
me buscar e de ônibus fomos até Niterói, iriamos encontrar Rá em um jogo de handebol,
mas quando chegamos lá o jogo já tinha acabado. No caminho fiquei horrorizada
pelas coisas contadas por Hugo e aproveitamos para pedir pra Re levar o vídeo
game pra casa da Rá. Encontramos Rá no plaza, não demorou muito chegou Renata.
De lá fomos para o apartamento de Rá, Iago também ia se juntar a nós. Passamos
no mercado para comprar algumas guloseimas, para completar nosso momento de
criança.
Simplesmente foi a noite mais
divertida que já passei em Niterói.
Raíssa preparou
uma pina colada deliciosa, não contarei que ela teve alguns problemas
preparando... fomos jogar. Começamos por Mario Kart e Guittar Hero, não gostei.
(No guittar eu não conseguia tocar nenhuma nota do botão amarelo, e no Mario...
puff melhor nem comentar, até no da espada com a Renata roubando eu estava
perdendo) eu já estava começando a achar tudo sem graça (odeio perder), foi quando
pegamos o cd Just Dance 3. Véi o que é aquilo??? HUAHUAUHAUHA
Dançamos várias musicas, riamos
sem parar, muito divertido. Mas o auge foi na música This Is Halloween! Eu como
caveira, Hugo como abóbora, Re de Vampiro e Rá como Bruxinha certamente nos
renderam o Oscar de melhor performance da noite. Filmamos e me acabo de rir
cada vez que assisto. E foi isso, me diverti como há tempos não fazia, foi
maravilhoso e ainda temos lembranças deliciosas e constrangedoras afinal alguns
vídeos da gente dançando são lastimáveis. Hugo e Renata foram embora, Iago já
tinha ido um pouco antes, ficamos tratados para o próximo dia.
23/09 – Fortaleza de Santa Cruz
A Fortaleza de Santa Cruz da
Barra localiza-se na barra da baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, em
Niterói. Fomos para lá de ônibus, eu, Rá, Re, André, Iago e Abdon (amigo de infância
do Iago).
Cruzando fogos com a Fortaleza de
São João e com o Forte Tamandaré da Laje, constituiu a principal estrutura
defensiva da barra da baía de Guanabara e da cidade e porto do Rio de Janeiro
durante o período da Colônia e do Império. Encontra-se guarnecida até aos dias
de hoje, atraindo uma média de 3.500 visitantes por mês, em visitas guiadas, de
hora em hora, com a duração de cerca de 45 minutos. Algumas pessoas devem ter a
sorte de pegar bons guias, o que não foi o nosso caso. Ele falava errado e não
respondia nossas perguntas. Ficamos com inveja dos outros visitantes que
passavam pela gente, por conta dele até hoje penso que pode ter sido o Holandês
voador o barco que fez com que aqueles canhões fossem usados pela primeira vez.
Apesar disso é um passeio historicamente muito rico, sem falar na vista que não
deixa nada a desejar.
Antes de entrarmos ficamos
aguardando em uma pracinha que fica dentro da fortaleza, lá encontram-se alguns
canhões. Claro, tiramos muitas fotos. Tínhamos até um fotografo particular, que
registrou belas imagens! =P "The Charlie Angels"
Fiquei muito impressionada em
saber que aquele local foi usado como prisão no tempo da ditadura, as celas são
primitivas, apertadas e na época da ditadura muita gente inocente foi mandada
pra lá. Acho que se eu tivesse vivido naquela época provavelmente teria
morrido, pois ia fazer um auê diante dessas coisas.
Renata só pensava em locar o
local para gravar um filme. Gente aquele lugar é lindo. É de se perder, olhando
admirado, tentando registar cada detalhe daquele monstro de pedra e concreto.
Na volta fomos jantar no plaza.
Ficamos boquiabertos com as histórias lá ouvidas. Você consegue... ??? Gente
maluca.
24/09 – Enrolada na embaixada
Fomos até a embaixada, encaminhar
a papelada do meu visto e é incrível, até lá a pilantragem é grande. Senti-me
em um filme de espionagem, uma funcionaria tinha falas de filme desse tipo. Faltou
um papel, na verdade eu tinha o papel, mas a moça que organizava a fila me
disse que eu deveria imprimir novamente e sabem como é a fama de como é difícil
conseguir o visto americano né, resolvi não correr riscos e fazer o que ela
pedia. Então, segue o diálogo:
Eu: Eu não sou daqui, onde posso
imprimir?
Funcionária: Não aqui perto não
tem, mas procure no comercio.
Eu: Mas como? (Moça me empurrando)
Funcionária: Alguém vai lhe
ajudar
Eu: Quem moça? Eu não conheço
ninguém aqui.
Funcionária: Vai vai, alguém vai
te ajudar (ela ainda me colocando pra rua)
Eu: Eu não sei onde, me ajuda
moça (eu já estava ficando assustada com a situação)
Funcionária: Alguém do comércio
vai lhe ajudar, pede ajuda no comercio.
Meio encabulada eu sai... e como
ela disse fui pedir ajuda no comercio. A única coisa comercial que tinha por
ali era um chaveiro... então cheguei e falei. “Oi, a moça disse que você pode
me ajudar”. E ele disse: “Eu não posso, mas sei quem pode” e nisso já veio um
outro moço e disse, que ia me ajudar. Nos levou para perto de um carro (Iago estava
comigo) e o carro era um verdadeiro escritório. Tirou alguns banquinhos,
laptop, impressora e nos atendeu com a
maior gentileza, cobrando apenas 30 reais pela impressão. Me senti muito
otária, aquela mulher obviamente tem um trato com o cara e ganham muito dinheiro
enrolando as pessoas de bem. Puff
Voltei a embaixada e tudo correu
bem, no dia seguinte eu ainda deveria ir ao consulado.
Eu e Iago voltamos para Nikiti,
almoçamos e como eu estava para ser enrolada aquele dia, ainda paguei 3 reais
pra um cara chato, por uma folha com uma poesia péssima.
25/09 – A quinta na terça
No consulado tudo bem, apesar de
eu me enrolar um pouco com o sotaque da mulher que me atendeu, em Janeiro eu
poderia ir para New York! Um sonho!!!
Saindo de lá eu e Raíssa fomos para a Quinta
da boa vista e pirem. ESTAVA ABERTA A VISITAÇÃO! Deve ter sido a terceira ou
quarta vez que fui lá e pela primeira vez estava aberta.
Pra quem não sabe, a Quinta da
Boa Vista localiza-se no bairro de São Cristóvão e constitui-se atualmente em
um parque público de grande valor histórico. Nas dependências da Quinta
localizam-se o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e o Museu Nacional, instalado
no local do antigo Paço da Imperial Quinta de São Cristóvão, sendo este
edifício um magnífico palácio em estilo neoclássico.
Foi utilizado durante o Império
do Brasil (1822-1889) como residência pela família imperial brasileira, desde a
proclamação da independência do Brasil (1822) por Dom Pedro de Alcântara de
Bragança, Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e,
posteriormente, o primeiro imperador do Brasil como Dom Pedro I. Tendo antes
sido utilizado como residência pela família real portuguesa. Ou seja DOM PEDRO
MOROU LÁ!
Para mim só por ele ter morado lá
já valeria uma visita, mas assim que entrei percebi o quão interessante é
aquele lugar. Fiquei impressionada diante da coleção egípcia deles, é um dos
maiores que já vi, dizem que foi confiscado no porto do Rio, por Dom Pedro,
sempre astuto o meu herói. Hoje podemos apreciar o acervo graças a ele, caso
contrário teríamos que ir para argentina, a priori o destino.
O matéria referente às
civilizações primitivas das Américas também é fascinante. Nossa eu passaria
horas dentro daquele museu, muita cultura concentrada naquelas salas. E tinha
dinossauros!!!
Fiquei perplexa também vendo a
educação dos alunos de uma escola publica lá do Rio que realizavam uma visita,
era simplesmente inexistente. Não adianta como professora presto atenção nessas
coisas e os alunos de minha escola, também publica, poderiam dar aulas de
educação por lá. Assustador.
Terminamos o passeio dando uma
volta pelo jardim. Eu estava muito feliz por ter finalmente entrado no museu e
beijado o busto de Dom Pedro. uhauhhua
Almoçamos novamente no Plaza e
como eu iria embora naquele dia fomos para casa arrumar o que faltava. Tudo
estava caminhando bem e nosso cronograma estava dentro do previsto, até que
despencou um aguaceiro, bem enquanto estávamos saindo.
O ônibus demorou muito para
chegar, mas ainda tínhamos tempo. Porém na ponte ficamos parados, por quase quarenta
minutos. Era quase inevitável, eu perderia o avião. Por um milagre voltamos a
andar, mas muito lentamente. Eu já estava quase entrando em desespero, fora que
nosso ônibus teve uma rota meio estranha e eu já contava com o assalto.
Conseguimos chegar ao aeroporto e
a moça por gentileza fez meu check-in, afinal, eu tinha sofrido um acidente,
segundo Raíssa, mal pude me despedir dela. Sai correndo Galeão afora... com meu
nome sendo anunciado no alto falante. (Nos filmes tem bem mais glammour, posso
afirmar) e quando cheguei ao ônibus que nos levaria até o avião um sujeito
ainda perguntou se eu tinha me machucado, eu com um sorriso amarelo e meio sem
entender disse que estava bem. (Tinham avisado pelo rádio que era pra aguardar
uma passageira que tinha sofrido acidente huauhauhauh).
Viagem perfeita, com pessoas
maravilhosas, me sinto feliz simplesmente relembrando essa viagem.
Com o visto quase em mãos, New York que me
aguardasse! =D
Carol Pereira
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