2012 - Niterói - (Setembro)


Precisava tirar meu visto, para finalmente fazer a viagem dos meus sonhos e pra isso fui obrigada a ir pra o Rio (nossa, muito sofrimento, quase um castigo ir para lá... só que muito ao contrário). Era setembro, época de trabalho e estudo, então eu tive que praticamente morar na escola durante alguns meses antes, para juntar horas e tira-las em setembro.


22/09 – This Is Halloween
Cheguei de manhã no Galeão, Hugo foi me buscar e de ônibus fomos até Niterói, iriamos encontrar Rá em um jogo de handebol, mas quando chegamos lá o jogo já tinha acabado. No caminho fiquei horrorizada pelas coisas contadas por Hugo e aproveitamos para pedir pra Re levar o vídeo game pra casa da Rá. Encontramos Rá no plaza, não demorou muito chegou Renata. De lá fomos para o apartamento de Rá, Iago também ia se juntar a nós. Passamos no mercado para comprar algumas guloseimas, para completar nosso momento de criança.
Simplesmente foi a noite mais divertida que já passei em Niterói.
Raíssa preparou uma pina colada deliciosa, não contarei que ela teve alguns problemas preparando... fomos jogar. Começamos por Mario Kart e Guittar Hero, não gostei. (No guittar eu não conseguia tocar nenhuma nota do botão amarelo, e no Mario... puff melhor nem comentar, até no da espada com a Renata roubando eu estava perdendo) eu já estava começando a achar tudo sem graça (odeio perder), foi quando pegamos o cd Just Dance 3. Véi o que é aquilo??? HUAHUAUHAUHA
Dançamos várias musicas, riamos sem parar, muito divertido. Mas o auge foi na música This Is Halloween! Eu como caveira, Hugo como abóbora, Re de Vampiro e Rá como Bruxinha certamente nos renderam o Oscar de melhor performance da noite. Filmamos e me acabo de rir cada vez que assisto. E foi isso, me diverti como há tempos não fazia, foi maravilhoso e ainda temos lembranças deliciosas e constrangedoras afinal alguns vídeos da gente dançando são lastimáveis. Hugo e Renata foram embora, Iago já tinha ido um pouco antes, ficamos tratados para o próximo dia.

23/09 – Fortaleza de Santa Cruz
A Fortaleza de Santa Cruz da Barra localiza-se na barra da baía de Guanabara, no bairro de Jurujuba, em Niterói. Fomos para lá de ônibus, eu, Rá, Re, André, Iago e Abdon (amigo de infância do Iago).
Cruzando fogos com a Fortaleza de São João e com o Forte Tamandaré da Laje, constituiu a principal estrutura defensiva da barra da baía de Guanabara e da cidade e porto do Rio de Janeiro durante o período da Colônia e do Império. Encontra-se guarnecida até aos dias de hoje, atraindo uma média de 3.500 visitantes por mês, em visitas guiadas, de hora em hora, com a duração de cerca de 45 minutos. Algumas pessoas devem ter a sorte de pegar bons guias, o que não foi o nosso caso. Ele falava errado e não respondia nossas perguntas. Ficamos com inveja dos outros visitantes que passavam pela gente, por conta dele até hoje penso que pode ter sido o Holandês voador o barco que fez com que aqueles canhões fossem usados pela primeira vez. Apesar disso é um passeio historicamente muito rico, sem falar na vista que não deixa nada a desejar.
Antes de entrarmos ficamos aguardando em uma pracinha que fica dentro da fortaleza, lá encontram-se alguns canhões. Claro, tiramos muitas fotos. Tínhamos até um fotografo particular, que registrou belas imagens! =P "The Charlie Angels"


Fiquei muito impressionada em saber que aquele local foi usado como prisão no tempo da ditadura, as celas são primitivas, apertadas e na época da ditadura muita gente inocente foi mandada pra lá. Acho que se eu tivesse vivido naquela época provavelmente teria morrido, pois ia fazer um auê diante dessas coisas.
Renata só pensava em locar o local para gravar um filme. Gente aquele lugar é lindo. É de se perder, olhando admirado, tentando registar cada detalhe daquele monstro de pedra e concreto.
Na volta fomos jantar no plaza. Ficamos boquiabertos com as histórias lá ouvidas. Você consegue... ??? Gente maluca.


24/09 – Enrolada na embaixada
Fomos até a embaixada, encaminhar a papelada do meu visto e é incrível, até lá a pilantragem é grande. Senti-me em um filme de espionagem, uma funcionaria tinha falas de filme desse tipo. Faltou um papel, na verdade eu tinha o papel, mas a moça que organizava a fila me disse que eu deveria imprimir novamente e sabem como é a fama de como é difícil conseguir o visto americano né, resolvi não correr riscos e fazer o que ela pedia. Então, segue o diálogo:
Eu: Eu não sou daqui, onde posso imprimir?
Funcionária: Não aqui perto não tem, mas procure no comercio.
Eu: Mas como? (Moça me empurrando)
Funcionária: Alguém vai lhe ajudar
Eu: Quem moça? Eu não conheço ninguém aqui.
Funcionária: Vai vai, alguém vai te ajudar (ela ainda me colocando pra rua)
Eu: Eu não sei onde, me ajuda moça (eu já estava ficando assustada com a situação)
Funcionária: Alguém do comércio vai lhe ajudar, pede ajuda no comercio.
Meio encabulada eu sai... e como ela disse fui pedir ajuda no comercio. A única coisa comercial que tinha por ali era um chaveiro... então cheguei e falei. “Oi, a moça disse que você pode me ajudar”. E ele disse: “Eu não posso, mas sei quem pode” e nisso já veio um outro moço e disse, que ia me ajudar. Nos levou para perto de um carro (Iago estava comigo) e o carro era um verdadeiro escritório. Tirou alguns banquinhos, laptop, impressora e nos atendeu  com a maior gentileza, cobrando apenas 30 reais pela impressão. Me senti muito otária, aquela mulher obviamente tem um trato com o cara e ganham muito dinheiro enrolando as pessoas de bem. Puff
Voltei a embaixada e tudo correu bem, no dia seguinte eu ainda deveria ir ao consulado.
Eu e Iago voltamos para Nikiti, almoçamos e como eu estava para ser enrolada aquele dia, ainda paguei 3 reais pra um cara chato, por uma folha com uma poesia péssima.

25/09 – A quinta na terça
No consulado tudo bem, apesar de eu me enrolar um pouco com o sotaque da mulher que me atendeu, em Janeiro eu poderia ir para New York! Um sonho!!!
Saindo de lá eu e Raíssa fomos para a Quinta da boa vista e pirem. ESTAVA ABERTA A VISITAÇÃO! Deve ter sido a terceira ou quarta vez que fui lá e pela primeira vez estava aberta.
Pra quem não sabe, a Quinta da Boa Vista localiza-se no bairro de São Cristóvão e constitui-se atualmente em um parque público de grande valor histórico. Nas dependências da Quinta localizam-se o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e o Museu Nacional, instalado no local do antigo Paço da Imperial Quinta de São Cristóvão, sendo este edifício um magnífico palácio em estilo neoclássico.
Foi utilizado durante o Império do Brasil (1822-1889) como residência pela família imperial brasileira, desde a proclamação da independência do Brasil (1822) por Dom Pedro de Alcântara de Bragança, Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e, posteriormente, o primeiro imperador do Brasil como Dom Pedro I. Tendo antes sido utilizado como residência pela família real portuguesa. Ou seja DOM PEDRO MOROU LÁ!
Para mim só por ele ter morado lá já valeria uma visita, mas assim que entrei percebi o quão interessante é aquele lugar. Fiquei impressionada diante da coleção egípcia deles, é um dos maiores que já vi, dizem que foi confiscado no porto do Rio, por Dom Pedro, sempre astuto o meu herói. Hoje podemos apreciar o acervo graças a ele, caso contrário teríamos que ir para argentina, a priori o destino.

O matéria referente às civilizações primitivas das Américas também é fascinante. Nossa eu passaria horas dentro daquele museu, muita cultura concentrada naquelas salas. E tinha dinossauros!!!
Fiquei perplexa também vendo a educação dos alunos de uma escola publica lá do Rio que realizavam uma visita, era simplesmente inexistente. Não adianta como professora presto atenção nessas coisas e os alunos de minha escola, também publica, poderiam dar aulas de educação por lá. Assustador.
Terminamos o passeio dando uma volta pelo jardim. Eu estava muito feliz por ter finalmente entrado no museu e beijado o busto de Dom Pedro. uhauhhua


Almoçamos novamente no Plaza e como eu iria embora naquele dia fomos para casa arrumar o que faltava. Tudo estava caminhando bem e nosso cronograma estava dentro do previsto, até que despencou um aguaceiro, bem enquanto estávamos saindo.
O ônibus demorou muito para chegar, mas ainda tínhamos tempo. Porém na ponte ficamos parados, por quase quarenta minutos. Era quase inevitável, eu perderia o avião. Por um milagre voltamos a andar, mas muito lentamente. Eu já estava quase entrando em desespero, fora que nosso ônibus teve uma rota meio estranha e eu já contava com o assalto.
Conseguimos chegar ao aeroporto e a moça por gentileza fez meu check-in, afinal, eu tinha sofrido um acidente, segundo Raíssa, mal pude me despedir dela. Sai correndo Galeão afora... com meu nome sendo anunciado no alto falante. (Nos filmes tem bem mais glammour, posso afirmar) e quando cheguei ao ônibus que nos levaria até o avião um sujeito ainda perguntou se eu tinha me machucado, eu com um sorriso amarelo e meio sem entender disse que estava bem. (Tinham avisado pelo rádio que era pra aguardar uma passageira que tinha sofrido acidente huauhauhauh).
Viagem perfeita, com pessoas maravilhosas, me sinto feliz simplesmente relembrando essa viagem.
 Com o visto quase em mãos, New York que me aguardasse! =D


Carol Pereira

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