Onde tudo começou...
Anuncia-se um show em Curitiba. Eu e uma amiga Helô
de Floripa decidimos que iríamos, mesmo que tivéssemos que fugir de casa para
isso. Houve um debate em mesa redonda e ficou decidido que se eu tivesse
dinheiro poderia ir, o que minha mãe não contava era que minha vó, se
sensibilizaria com todo meu amor pelo Kid e me daria dinheiro. Como tínhamos um
trato, minha mãe ao me ver com o dinheiro ficou sem ação, a não ser me desejar
boa viagem.
O dinheiro era suficiente apenas para as
passagens, e uns 3 pasteis, teríamos que passar a noite em um mercado 24
horas, pois não tínhamos dinheiro para o Hotel e o ingresso Mery, uma amiga de
Curitiba tinha conseguido pra mim com um cara da produção... mesmo assim eu e Helô seguimos, de ônibus para
Curitiba.
Nenhuma das duas já havia saído do estado sem
seus pais, mas já éramos mocinhas, estávamos na faculdade e seríamos capazes.
Além do show teria uma noite de autógrafos na livraria Saraiva, logo as chances
de encontro cara a cara com nossa musa eram grandes e faziam valer a pena o
desafio.
26/09 - Após perdermos o primeiro ônibus (sim, não nos
saímos tão bem quanto prevíamos em nossa empreitada rs) porque estávamos vendo
o Cacau apresentar o JA direto da rodoviária, partimos e chegamos em Curitiba
algumas horas depois, ao chegarmos no Shopping encontramos nossas amigas de lá: Mery e Cucah, que estavam tão ansiosas quanto nós, seguimos apressadas até a Saraiva
e meu mundo parou novamente no momento que Paula adentrou à livraria.
Em slow
motion ela veio em minha direção, novamente ela lá, aquele louro, aquele azul... e meu mundo girando em torno dela. Minhas
pernas não paravam de tremer, eu não acreditava que eu estava na mesma sala que
ela, por alguns instantes pensei que não ia conseguir me mover e até respirar
deixou de ser uma ação natural, voltei a terra quando Cucah falou comigo.
Quando encostei na Paula e ganhei seu autografo foi como se toda a magia do
mundo fosse real e vi que sonhos tornam-se realidade. Não tínhamos onde passar
a noite, mas isso era o de menos.
Sensibilizadas pela nossa situação, Mery e
Cucah nos levaram para casa delas. Apesar delas serem praticamente estranhas
para nós naquele tempo (só nos conhecíamos pela internet) aceitamos. Eu como
uma boa garota simples do interior quase morri de vergonha, mas eu não podia
recusar e sou eternamente grata a elas, por terem nos acolhido.
27/09 - No dia seguinte ficamos vagando pelo centro de
Curitiba, dividindo o banco da praça com os mendigos, já que para não abusar da
boa vontade de nossas anfitriãs recusamos o convite de esperar na casa delas. Conhecemos
todo o centro, que é bastante distinto, sério e classudo, como boa parte dos Curitibanos. É claro que nesse distinção toda não se encaixa o Óil Man com sua sunga azul.
Fomos comer em um shopping, calma, compramos um pão em um shopping e uma coca de 2 Litros e fomos comer na calçada.
Tivemos muito tempo, aproveitamos para escrever uma carta mega brega para a Paula, mas era de coração (literalmente, pois fizemos uma dobradura linda, em formato de coração). Lembro o quanto riamos de nossa situação, sentada perto de uma fonte, observando as pessoas que contavam suas vida. Todas muito melhor que a nossa naquele momento. hehehehe
A noite mais um encontro espetacular, em um show que me encantou do começo ao
fim, no teatro Guaíra, que é uma obra prima. Tivemos o maior trabalho pra conseguir meu ingresso, que devo a Mery, pois ela que conseguiu com a produção, pensamos que não daria tempo, mas quando finalmente deu tudo certo, saímos correndo pelas ruas da cidade.
Para a viagem ser ainda mais
incrível entramos no camarim, e novamente vi que minha maior “idola” era de
verdade. O encontro rendeu uma foto, que retrata perfeitamente o estado
lastimável que eu me encontrava, após um dia de sem teto em Curitiba. =P
Conheci muita gente que só tinha contato pela internet, essa foi a primeira de muitas viagens desse tipo, é uma viagem muito importante pra mim e apesar de se diferenciar das outras por eu não "turistar" pela cidade como de costume abriu caminho para todas as outras.
Carol Pereira
0 Comentários