o Fim da greve


Carol Pereira - EEB. Silva Jardim

O sonho acabou e todos estão vivendo os efeitos colaterais da greve. Sofremos muito nesses 43 dias de paralisação, nos decepcionamos com pessoas que gostávamos, nos frustramos, fomos manipulados, ridicularizados e nos desiludimos com o futuro de nossa carreira.
Não tenho palavras para descrever o que senti quando vi o final da greve como a única alternativa plausível para o momento. Foi como se todos meus ideais, minhas ideologias estivessem sendo incineradas, ali mesmo naquele plenário. Quero crer que todos os bons estrategistas de guerra em algum momento recuaram. Quero ter a convicção de que toda a nossa luta não foi em vão e, acima de tudo, quero olhar para o magistério e ainda conseguir enxergar o almejado futuro.
Tudo tem seus prós e contras... O que levamos de bom disso tudo?
Em nossa bagagem da greve, entra a certeza de que erramos no dia 3 de Outubro ao colocarmos um aspirante a ditador no poder.
Ganhamos o FUNDEB, que voltou para o local de onde jamais poderia ter saído. Ajudamos a provocar uma auditoria federal.
Fomos personagens atuantes na história de nosso estado, vestimos a camisa da educação e lutamos por ela.
Levamos a certeza de que não somos mais fantoches, que temos voz ativa e precisamos ser ouvidos. Temos força para isso.
Conquistamos a união, a colaboração, abrimos um largo sorriso no rosto ao descobrir que existem pessoas que têm a mesma visão, os mesmos ideais, e a mesma garra para ir atrás de seus direitos.
Emocionei-me com o depoimento dos professores do Roberto afirmando que não voltariam sem seus colegas do SINTE que tanto lutaram pela gente.
Tive aula de cidadania e política com o pessoal de Vidal, que mantinha sua opinião firme e tinha plena certeza do que queria.
Aprendi muito com colegas de outras escolas, que mesmo com um numero reduzido de adeptos, FIZERAM A GREVE.
Constatei que os alunos de nossa regional estão em ótimas mãos, pois a grande maioria de seus professores tem valores e qualidades imensos para serem repassados.
Além disso, tive muito orgulho de meus colegas do Silva Jardim. Formamos uma grande família, compartilhamos nossos anseios, nossas angustias, debatemos ideias algumas vezes, mas nunca perdemos nossa união, e se fosse o melhor caminho a se seguir continuar em greve, seguiríamos todos juntos.
Despeço-me dessa greve com lágrimas nos olhos, mas com uma ponta de esperança no coração. Dias melhores hão de vir, e se tardarem... Ahhh, se tardarem... nós vamos atrás!
Acordamos Colombo.

Carol Pereira

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