Última Semana no Uruguay
O que dizer dessa última semana?
Tivemos dois ótimos professores,
que se juntassem todos os doutorados e pós docs, daria mais de 10. Eu sei que
números não são sinônimos de conhecimento, mas nesse caso podia sim dar uma
base. O professor de segunda e terça era bom, tinha vários livros lançados mas
era extremamente realista e das exatas, logo, trabalhava como se fossemos todos
números – professores, alunos, os estudos - já o professor do resto semana veio
para lavar a alma dos apaixonados pela educação. Perez Lindo é certamente a
pessoa com mais conhecimento com quem já tive o prazer de conviver, além de
muito inteligente ele ainda tinha um senso de humor delicioso. Eu passaria dias
só ouvindo as histórias dele. Ele foi foragido político, se refugiou no Brasil
e aqui conheceu Fernando Henrique Cardoso, Chico Buarque, Paulo Freire e mais
um monte de gente que marcou a história do nosso país. Ele é realmente um lindo
e se pudesse escolher convidaria ele para ser meu orientador.
Essa semana o bordão mais usado
foi o “Por Favor”, com sotaque Uruguaio e, era frase certa em nossos almoços no
Cyro, que com sua simpatia conquistou nossos corações – estômagos e bolsos – e
fez com que o TarTar se tornasse o nosso restaurante oficial. Almoçamos lá
todos os dias e ontem tiramos foto com o Cyro e o Diego fez até uma trança no
cabelo da mulher – a gente acha que seja – dele.
Durante todas essas semanas que
almoçamos no Cyro, na mesa ao lado almoçava uma senhora, muito elegante – e um
pouco retro - que chamou nossa atenção
por sua pontualidade e por ser metódica. Todos os dias nos perguntávamos quem
era, qual a história de vida... Helen achava ela com cara de personagem de
livro\filme e, que se chamava Diolinda. O nome descobrimos na terça, quando perguntei
a Cyro, ela se chama Ximena e na sexta em nossa despedida finalmente superei minha
timidez e fui falar com a senhora. Disse que ela era muito elegante, que eu
achava ela Muy hermosa, e ela por cordialidade disse que eu também era, então a
abracei e dei um beijo, ela ficou falando que tinha sido muito gentil de minha
parte e ficou abraçada comigo, foi quando pedi para tirarmos uma foto, a
princípio ela não entendeu o porquê, mas depois sorriu para a foto. Ximena é
demais.
Na terça Fernando chegou a
Montevideo com sua família e eu o encontrei rapidinho e o acompanhei até o
porto, valeu a pena pois pudemos trocar um pouco de nossas experiências de
viagens.
Na quinta fizemos nossa despedida
no Pony, mas antes fizemos um tour por Punta Carretas com Estevão e passei pela
frente do Centenário. É incrível como os Uruguaios tem esperanças de ver o time
deles campeão, revivendo o mundial de 1950 – sonhar não custa nada. Falando em
mundial, pelas minhas contas na final da copa estarei no Uruguay – chora.
Nossa despedida foi bem bacana, o
Pony estava bem vazio, então ficamos nas mesas da rua conversando. Eu e Manu
não poderíamos deixar o Uruguay sem dançar no Pony uma última vez a nossa música
preferida “sentimiento” – que na verdade se chama Es un segredo e não fala em
sentimento e sim em pressentimento – subimos e fomos pedir ao DJ para tocar,
ele tocou em seguida e dançamos praticamente sozinhas na pista de dança. Foi
sem dúvidas uma noite muito engraçada, com muitas conversas e Chops.
Na rua tava tocando Kid Abelha e
Bárbara disse que também amava, falou inclusive que sua música preferida é “Gosto
de ser cruel”, o que é no mínimo, peculiar. Adorei saber!
Na sexta ir para a aula depois de
ter ido dormir perto das 4 horas não foi uma tarefa fácil, sem dúvidas ainda
assim foi uma aula prazerosa, pois tínhamos Perez Lindo como maestro.
Como muita gente ia embora a
tarde o professor resolveu fazer um tour até o Solis com quem restava. Graças
ao seu prestigio tivemos um tratamento VIP no teatro e não tivemos que pagar
nada.
A história do Solis é bastante
interessante, pois a construção foi iniciativa do povo de Montevideo que queria
um local para celebrar a cultura. A obra é imponente e cheia de requinte, é um
dos teatros mais bonitos que já visitei. Nosso guia sabia muito do teatro –
afinal é para isso que ele servia – e nos contou coisas bastante interessantes.
Depois do passeio fomos
convidados pelo professor para ir até a lanchonete do teatro. Um lugar
classudo, onde ficamos conversando um monte e sabendo de várias histórias
engraçadas de nosso professor ao redor do mundo. Quem ainda não estava
apaixonada – como eu já estava – certamente se apaixonou. O professor fez
questão de nos oferecer os sucos, refrigerantes e cervejas, achei um gentileza
sem tamanho ele pagar a conta. Coisas do Lindo. Na quinta realizamos o sorteio
de dois livros dele, eu e Diego éramos os seus assistentes de palco e o
professor quis até dançar CanCan com a gente.
Foram 25 dias fora de casa. A
saudade bateu forte, principalmente de minha vó e do ingrato do João Marcelo.
Foram 8 horas por dia sentada em uma cadeira desconfortável, tendo aulas em
outro idioma, tenho toneladas de textos e livros para ler e muitas histórias
para contar. Tenho certeza que o pouco que aprendi nesses dias já fará
diferença em minha vida, é uma experiência única estudar em outro país, com
gente de todo lugar, trocando experiências, fazendo amizades, conhecendo
pessoas que pensam como você, que tem sonhos parecidos, que vivem realidades
diferentes mas assim como você acreditam em um futuro de glória para a
educação.
Espero encontrar todos em julho.
Beijos Turma XVIII A.
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA.
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