Depois do ALMA almoçamos no Tierra Natural, um restaurante delicioso
onde pudemos provar entre outras coisas o creme de abacate com pimenta, servido
como entrada junto com pão.
De lá seguimos até algumas lagoas. A primeira delas foi a Laguna de
Chaxa.
A Laguna de Chaxa fica a cerca de 62km de San Pedro e 24km da
comunidade de Toconao. Lá o guia parecia estar de mau humor e ao explicar sobre
os Flamingo que podem ser avistados aos montes na lagoa, batia com a régua no
quadro, como se fosse um daqueles professores autoritários de décadas atrás.
Tiramos várias fotos dos Flamingo e fizemos uma pequena caminhada entre os
cristais formados pelo acúmulo de sal.
O Chile se encontra sobre a zona de maior atividade sísmica e
vulcânica da terra, o chamado “Cinturão de fogo do Pacífico”, contendo mais de
150 vulcões ativos, o que representa 10% de todos os vulcões existentes na face
da terra. Por isso que para todos os lados que se olha no Atacama se ve um
vulcão.
A atividade tectônica que no caso do Chile são geradas pelo choque das
placas de Nazca e Sul-americana que gera altíssimas temperaturas, fundem as
rochas e formam o magma que ascende a superfície, para criar o grande altiplano
e os vulcões como os que se veem por todos os lados. Esse fenômeno também é
responsável pela elevação da Cordilheira dos Andes.
Da Laguna Chaxa se podia ter uma ótima visão do Vulcão Láscar, o
vulcão mais ativo do norte do Chile, que fica a uma altitude de 5.592 metros e
só nos últimos 150 anos já registrou mais de 30 erupções. Constantemente se
pode ver ele soltando fumarolas de gazes contendo altos níveis de dióxido e enxofre.
Sua última grande erupção aconteceu em abril de 1993 e a fumaça gerada
por ela percorreu milhares de km, chegando até o Brasil.
Foi no estacionamento da Laguna que realizei o sonho de ser a Rainha
do Deserto! Khaleesi! Em menção ao filme “Priscila, a rainha do deserto” eu
subi no MH e segurando um lenço, tentei imortalizar uma das cenas mais
conhecidas do filme. Foi engraçado.
Da Laguna fomos até “Los Ojos del Salar”, que são duas grandes lagoas
que como o nome diz, parecem dois imensos olhos no meio do deserto. Lá os mais
corajosos se jogaram na água e curtiram um misto de adrenalina e ... frio, pois
foi gelado o percurso da água até o motorhome.
O pôr do sol desse dia ficou para a Laguna Tebinquinche e foi outro
espetáculo da natureza. A lagoa é linda, mas a mudança de luz, iluminando o
Vulcão Licancabur foi surreal. A medida que o sol ia se ponto o vulcão ia
mudando de cor, ficando mais alaranjado, as águas também refletiam o restinho
da iluminação solar, tornando o cenário majestoso.
Na volta jantamos no “Sabores Inca” e apesar de pedir papas, comi sopa
– sim, comi sopa, comida de doente – que veio por engano, nas superei.
0 Comentários