Férias são tempos para aventuras e essas aventuras podem ser
realizadas mesmo sem sair de Alfredo Wagner.
A “expedição” foi
até as galerias subterrâneas que existem próximas ao centro de nossa cidade.
Elas ficam na Estrada Geral Campinho, o nosso popular Morro do Cemitério. Ali, Suzanne, Dona Vera e eu, acompanhadas por Seu
Juliano, Larissa e Davi fomos conhecer a famosa “Caverna do Nego Sôni” e a
Galeria Avelino Berger.
Muitas histórias
referentes ao Nego Sôni rondam a tal “toca”, estamos realizando um resgate
sobre a história desse homem, quase um mito de Alfredo Wagner, mas para
adiantar a história:
“Contam que lá
pelos anos 70 residia em Alfredo Wagner um cidadão que vivia arrumando
confusão: Era o Nego Sôni, sujeito fora da lei. Um dia, se atracou em uma briga
e, com um golpe de faca, findou com a vida de um camarada fugindo em seguida. A
cidade inteira se uniu e tanto fez que o acharam. A prisão foi seu destino. Mas
quis, o mesmo destino, que lá o meliante ficasse pouco tempo. Fugiu sem deixar
rastros. Rumores aqui e acolá alertavam que o salafrário estava escondido por
essas bandas.
O medo rondava. Iria
ele se vingar? Tempo vai, tempo vem, lá pelos lados do cemitério começou a sumir
galinhas, plantas das hortas, ovos e até um porco. Um dia, andando pelas roças,
um morador achou uma caverna. Caminhando pelo seu interior, espreitou uma
abertura bem pequena. Passando por ela, viu que podia ficar de pé. Lá encontrou
restos de comida, sinal de habitação. O homem não teve dúvidas: era o
esconderijo do Nego Sôni. Avisou a todos. Muitos moradores se armaram com paus,
enxadas e foram caçar o foragido. Porém, chegando lá, a caverna estava vazia,
sem nem um sinal do safado. O surpreendente é que o esqueleto de um porco se
fazia visível e, ao seu lado, um toco de vela. Dizem, vejam só, que o infame
assou um porco inteiro com uma única vela! O local ficou conhecido como a caverna
do Nego Sôni.
Não pense que o malfeitor
teve um final feliz. Tempo depois, em algum lugar do Sul do Brasil, se envolveu
em outra briga feia e, dessa vez, quem morreu foi o Nego Sôni!”
O pequeno texto
foi retirado de um almanaque aqui de Alfredo Wagner, mas são inúmeras as histórias
a respeito desse homem - que em breve todos irão conhecer - mas hoje falaremos
sobre as galerias subterrâneas.
Imagem retirada do livro "Alfredo Wagner - Terra, Água e índios" |
Primeiro,
visitamos a galeria conhecida como “Caverna do Nêgo Soni”, local com uma
entrada super apertada e com características típicas de uma caverna encrustada
em rocha. Lá dentro, seu Juliano nos contou que há 10 anos ela era maior, mas
que alguns desmoronamentos cobriram as lajes que serviam de leito para o Nego
Soni dormir, quando ele a usava como esconderijo. No vídeo ele explica mais
sobre as mudanças.
Depois de passar
pela entrada apertada é possível ficar de pé dentro dela e é surpreendente,
pois apesar de não ter nenhuma outra abertura visível a caverna conserva o
tempo inteiro um ar fresco e puro.
Entrada da Galeria |
Saindo da caverna,
seguimos para a Galeria Avelino Berger, mas antes tivemos que “escalar” um
barranco, que nos rendeu boas risadas, como também pode ser visto no vídeo.
A galeria é ainda maior que a Caverna, mas nela só eu e Suzanne
entramos. Ela é formada por um túnel com mais de 11 metros de comprimento e
outro mais estreito, ainda inexplorado. Segundo “lendas”, o túnel era utilizado
pelo Nego Soni e saía perto do “Coxo d’agua”. Nego Sôni o usava ele como um
atalho subterrâneo, permitindo que ele escapasse em segurança. Dentro da
galeria também é possível ficar de pé e seu formato impressiona, dando a
impressão de que o túnel foi cortado pela mão humana e não formado por obra da
natureza.
Foi uma grande aventura, muito divertida e imersa em um mundo de lendas e contos alfredenses.
Imagem retirada do livro "Alfredo Wagner - Terra, Água e índios" |
2 Comentários
que legal, passear nas férias é muito bom bjs : )
ResponderExcluirhttps://lanibelezafeminina.blogspot.com.br
Olá Carol,meu nome é Diego e trabalho no CECAV (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de cavernas) e estarei aí em Alfredo Wagner em setembro para procurar e catalogar as cavernas do município. Vi que vc conhece muito bem a região e gostaria de saber se vc não poderia nos ajudar com essa missão!
ResponderExcluirPor favor entre em contato comigo no e-mail diego.bento@icmbio.gov.br