Cânion do Funil / Serra do Corvo Branco e Morro do Campestre

Trekking por  Elas


Destino:  
Cânion do Funil - Bom Jardim da Serra, SC
Serra do Corvo Branco - Urubici, SC
Morro do Campestre - Urubici, SC
Dias 14 e 15 de maio de 2016.
10 trilheiras - Vanessa, Carol, Paty, Janara, Lyah, Leticia, Fernanda, Jaque, Tamires e Sol.


   
O Trekking por Elas existe desde 2014. Somos um grupo de mulheres com a mesma paixão: viajar, conhecer novos lugares e o contato com a natureza. A primeira viagem aconteceu em 2014, fomos em quatro garotas com destino ao Cânion do Espraiado (relato completo desse trekking está em nosso blog).
Desta vez conseguimos reunir dez aventureiras.  Apesar de ser uma trip de curta duração, exigiu planejamento, o qual começou mais ou menos três meses antes da data marcada. Mais da metade das garotas era trilheira de primeira viagem, ainda não tinham conhecimento nenhum de como planejar uma trip de hiking e trekking. Por sorte uma das meninas, a Vanessa, é formada em turismo e como já é adepta a vida outdoor há um tempo, então sua experiência facilitou muito os preparativos e nos deixou mais confiantes.
A trip foi marcada para o dia 14 de maio, com saída às 5h da Praça central de Rio do Sul. Alguns atrasos a parte, saímos às 6h45 rumo a Bom Jardim da Serra, destino Cânion do Funil.
O objetivo na trilha era um hiking, apenas um bate-volta, sem acampamento. Reservamos um pernoite em um hostel/camping e decidimos que a alimentação do jantar e café da manhã seriam coletivos para poupar gastos com restaurante, já que  nenhuma das meninas tem condições de gastar muito com comida.
Seguimos sentido a serra catarinense, depois de duas horas curtindo um som e o visual do trajeto entramos na rotatória para Urubici, mais algumas curvas e muitas subidas até lá, e a paisagem já se mostrava diferente, com relevos e escarpas imponentes do planalto catarinense. Apenas  uma pausa para o café e logo retornamos para o caminho, mais uma hora de viagem até Bom Jardim, fomos em frente, até outra bifurcação, e então seguimos passando toda a cidade e paramos em frente ao Restaurante Tropeiro, onde havíamos combinado de esperar o dono do terreno, que nos levaria até o começo da trilha. Começamos a trilha um pouco tarde devido alguns atrasos porém ainda estávamos a tempo de voltar de dia. Para fazer a trilha do Cânion do Funil tivemos que pagar uma taxa de 15 reais por pessoa para o proprietário do terreno, que por sinal é muito simpático, até se ofereceu para tirar fotos do nosso grupo.
Nossa sorte é que o tempo estava estável, sem chuva, porém, no meio do trajeto começou a subir neblina, o que é bem comum em lugares com altitude. Desde o início da trilha frisamos que o grupo deveria se manter unido, caminhar no mesmo ritmo, principalmente quando há muita neblina o risco de se perder por não conseguir enxergar é maior.


Pois então, agora vem a desventura da trip. Pensa só, um grupo de dez mulheres, cada mente, um universo. Apesar de termos combinado de não nos separar, apenas uma das meninas tinha GPS no celular, pois não conseguimos levar o garmim, a Vanessa tinha ficado de pegar emprestado e acabou que não deu certo, confessou ter pecado nisso, se sentiu um tanto despreocupada pois a trilha era super fácil. Mas, porém, entretanto, assim, do nada, a Letícia, que estava com o GPS, abandonou o grupo e subiu uma montanha e a Carol ficou preocupada e foi atrás. Ué. O que rolou? Momento de decisão: vamos atrás delas ou continuamos a trilha? Aí que começou a confusão. Três prosseguiram na trilha, pois tinham certeza que era o caminho certo. As outras cinco, foram atrás da Carol e da Letícia, que dizia que o GPS estava apontando para outro caminho. A neblina estava quase cobrindo elas. Ficamos apavoradas: será que nos perdemos? Voltamos para a trilha e deixamos elas, não tinha o que fazer, a decisão foi tomada. Por fim, o alívio… encontramos as cinco gurias sentadas nos esperando, os dois caminhos chegavam no mesmo lugar. Enfim, contei tudo isso para deixar um conselho: não façam como nós, jamais se separem. Levem mais que um GPS, e sempre tenha certeza de onde está indo. Se for mudar o caminho avise todas antecipadamente para não haver conflitos. Com esse atraso todo chegamos no final da trilha quase 18h e fomos direto para o hostel.
O nome do hostel é Terras do Sul, fica em Furnas do Rio do Bispo, na comunidade São Pedro, há 20 km da esquina em direção a Serra do Corvo Branco. Havíamos nos encantado com o lugar pelas fotos, e ao chegarmos lá foi só brilho nos olhos. Pensa em um lugar simples, tranquilo e aconchegante, além de ser todo estiloso. Fomos super bem recebidos pelas meninas da Tribo da Lua (restaurante natureba do hostel) e pelo Dani, proprietário do local. O Dani é israelense, mas está há muitos anos no Brasil e fala perfeitamente nosso idioma. Ele comprou o terreno com intenção de valorizar o turismo da Serra Catarinense, lugar que ele se apaixonou desde a primeira vez que conheceu. E quem não se apaixona?




Fomos direto para a cozinha, pois depois da emoção da trilha a fome era grande. O frio se adiantou aqui no Sul, então aproveitamos para fazer jus a nossa cultura, utilizamos a cozinha coletiva do hostel para preparar o jantar: quentão e o pinhão. E uma macarronada que não deu muito certo, mas deixa pra lá. O hostel é na verdade um camping, pois possui apenas um quarto com um beliche gigante coletivo, tem muito espaço para acampar. Os chuveiros e banheiros ficam do lado de fora. No frio é meio complicado, mas é o de menos, o restante do contexto do lugar compensam. Havia um grupo de seis jovens israelenses, cinco homens e uma mulher, que cederam o quarto para que pudéssemos dormir lá. Óbvio que não entendemos nada do idioma deles, mas por sorte eles falavam inglês e nós arriscamos um pouco, deu pra se comunicar tranquilamente. Aprendemos um pouco sobre a cultura deles e eles sobre a nossa, galera super gente fina e nada reservada, ao contrário da visão que tínhamos sobre os costumes deles. Essa troca de conhecimento entre culturas é incrível, percebemos que há exceções em tudo. Aproveitei para quebrar o paradigma sobre conceito de mulher brasileira em uma conversa com um deles. Rolou fogueira, violão e marshmallows. Foi demais!

No dia seguinte acordamos às 7h, tomamos café e antes de partirmos, a Vanessa leu um pequeno e singelo texto falando sobre a amizade e a parceria, foi um momento bem especial, onde pode expressar seu sentimento diante daquela aventura, depois de tanto tempo planejando, em seguida demos um abraço coletivo pra fechar com chave de ouro e sentir a conexão daquele lugar. Fomos indo em direção a saída, conhecemos a casa na árvore que fica em cima do Rio do Bispo, que passa pelo terreno. Muitas fotos depois, nos despedimos e fomos conhecer a Serra do Corvo Branco. Chegando no meio das fendas, paramos o carro e continuamos descendo a pé. Estávamos estasiadas com tamanha beleza das rochas, contemplamos e tiramos mais fotos seguindo até ao primeiro mirante da serra, mesmo que algumas já tiveram passado por ali antes, essa vez com certeza era diferente, estando com amigas e tendo essa conexão incrível com a natureza, uma brisa agradável. Mais alguns minutos e voltamos para o carro, pois ficar parada não rola, quase congela tudo! Brrrrrrr. Estávamos varadas de fome e pra não perder muito tempo fazendo comida, almoçamos em um restaurante em frente ao primeiro posto da cidade. Achamos o preço barato (Buffet livre: R$16,90.) por ser no meio do centro e a comida caseira muito boa.



Nosso próximo destino foi o Morro do Campestre. Fomos em direção ao Alto da serra do Campestre. Passamos uma porteira onde estava um senhor, provavelmente dono do terreno ou funcionário cobrando uma taxa de 5 reais para a visitação. Lá o carro subiria tranquilamente até uma parte. Porém como estávamos empolgadas, subimos tudo a pé, cerca de 2 km. Lá em cima o cenário é de uma pedra furada,  sendo uma imponente formação rochosa de arenito com 1380 metros de altitude do nível do mar. Tiramos várias fotos e contemplamos aquela imensidão, o tempo estava um pouco instável, mas conseguimos avistar a vasta floresta subtropical, a vegetação típica dos campos de altitude e quase todo o vale do Rio Canoas.





Há uma escalaminhada bem curta, que se dá até o topo da pedra furada, de lá a visão é ainda mais ampla e o vento ainda mais forte, ar puro de montanha, momento indescritível. Pra variar um pouquinho, mais algumas fotos das trilheiras e paisagens fascinantes. Algumas de nós tem como hábito a meditação, e no alto desses lugares que visitamos a energia da natureza colaborou muito com essa prática, harmonizando nossas mentes e sentimentos. Ficamos cerca de uns 40 minutos e já descemos para então tomarmos aquele cafezinho e dar adeus a cidade das maçãs e do Planalto Serrano Catarinense. Adeus não, até logo, pois pretendemos voltar em breve para novas aventuras.
Nosso mundo exterior é um reflexo daquilo que está em nossos mundos interiores em nível coletivo. Ao dirigirmos nossos pensamentos de forma positiva, temos o potencial de direcionar o mundo para torna-se um lugar melhor. E lá estávamos nós com pensamentos, sonhos e realizações alinhados fazendo o Trekking por Elas!

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1 Comentários

  1. Olá Carol, tudo bem? Meu nome é Luis e encontrei seu blog por acaso, pesquisando sobre o Canion do Funil. Não conheço ninguém que visitou essa região para me ajudar e por isso estou pedido umas dicas. Pretendo ir no mes de dezembro e a principio ia passar apenas um dia para conhecer a estrada do Rio do Rastro. Aí vi que há outros lugares interessantes, mas vou estar com o tempo curto. Bom, gostaria de saber se tem como visitar o Canion do Funil de carro e se há outros acessos a ele. Vou estar com minha esposa e dois filhos pequenos. Se puder me ajudar com dicas da região, hoteis e restaurantes.
    Obrigado e um abraço

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