Para os bolivianos, a cidade se destaca como centro religioso, destino
de milhares de peregrinos em busca da imagem da famosa Virgem de Copacabana. A
imagem da Santa foi talhada pelo índio Tito Yupanqui e possui traços indígenas
em suas feições, o que aumenta a devoção da população local.
No ônibus conheci Male, uma argentina de Santa Fé, professora de
história e especialista nos povos primitivos. Como ela também estava sozinha,
logo de cara resolvemos que ficaríamos juntas em nossa estadia por ali. Quando
chegamos, ambas não tinham onde ficar e fomos juntas atrás de hospedagem.
Encontramos um hostel apelo valor de 50 bolivianos a noite, com quarto e
banheiro privado.
Quando saímos para jantar fomos até um restaurante lindo, que fazia
parte de um hotel, chamado La Cademia, ao ver os quartos – muito melhores que
os nossos – resolvemos que no dia seguinte dividiríamos um quarto nele.
Em Copacabana comi a famosa sopa de quinua e a truta do Lago Titicaca
– e não teve como não lembrar do Aldas rindo do Vale das Trutas Lageano.
O dia seguinte amanheceu com uma tempestade. Acordei muito cedo, pois
durante todo o mochilão meu relógio biológico continuou no fuso horário
brasileiro. Então, para passar o tempo, escrevi. Depois fui encontrar algum
lugar para tomar café e onde eu pudesse acessar internet. Eu tinha marcado com
Male de irmos para a Isla del Sol a uma hora da tarde. Assim que ela acordou
trocamos de hostel, por lá mesmo almoçamos – repeti o menu da noite anterior –
e depois fomos até o Porto do Titicaca pegar nosso barco para a Isla.
Não existe palavra para descrever o azul intenso do lago e a carga de
história que ele nos passa em pouco tempo de contemplação. Sentar à beira do
Titicaca e apreciar as ruínas Incas é como reviver a história do Povo Andino.
A Isla del Sol foi palco de sacrifícios humanos em honra da Mãe-Terra (Pachamama),
do Deus Sol e da Deus Lua. Na ilha é possível encontrar a mesa de sacrifícios
das virgens e a pedra de onde, segundo os Incas, teria nascido o Sol.
Ao chegarmos na ilha contratamos o serviço de um guia, que nos levaria
a um tour pela ilha e também até as ruínas Incas.
O dia estava bastante quente e demoramos para realizar o percurso.
Nosso guia transmitia bastante informações e foi um passeio bem proveito. Não
dormimos na Isla, apesar de todos recomendarem, fica para próxima.
Retornamos para Copacabana – achei o retorno muito cansativo pois
fiquei em uma parte muito desconfortável do barco. No caminho de volta, Male
fez amizade com uma família de Argentinos que estava percorrendo Bolívia e Peru
de carro. Antes de voltarmos para o hostel, passamos na Igreja de Nossa Senhora
de Copacabana, para conhecer a famosa Santa. Tirei uma foto dela e só depois li
o aviso de que não era permitido fotografar. Nessa noite, no hostel, fiz uso do
meu secador de cabelo – sim eu levei um secador de cabelo e uma chapinha para o
meu mochilão, além do meu computador, é claro.
Foi em Copacabana que recebi um e-mail me avisando que minhas
passagens da PeruRail haviam sido canceladas – quando tentei cancelá-las e não
consegui em Uyuni, na verdade, consegui, sou muito eficiente, mas eles só
avisaram 4 dias depois e como eu estava sem internet, ainda demorei mais algum
tempo até ver o e-mail, o que me causou um enorme transtorno que graças a meus
amigos consegui resolver.
Em nosso segundo dia em Copacabana fomos conhecer as Ilhas Flutuantes do
Lado Boliviano. São pequenas – bem menores do que as do lado peruano - mas
encantadoras. Lá se pode comer a famosa Truta do Titicada pescada na hora: o
visitante escolhe a truta em um tanque, ela é preparada e servida na ilha. Eu
achei as ilhas maravilhosas, sem contar que o local transmitia uma paz, eu
poderia ficar horas lá sentada contemplando a paisagem.
De Copacabana pegamos um ônibus até Puno.
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1 Comentários
Deve ser muito boom viajar assim... Acumular histórias, vivenciar culturas diferentes... Ai que sonho! <3 <3
ResponderExcluirhttp://desventurasdeumacacheada.com.br/