Uma saudade colorada

Eu sofro bullying aqui em casa, nunca minhas camisetas do Corinthians ou qualquer das minhas coisas relacionadas a futebol são guardadas no meu quarto, sempre nos quartos dos meninos, sendo assim fui procurar minha camiseta no quarto deles, procurei, procurei mas não encontrei. Em uma última olhada apenas para desencargo de consciência encontrei algo que me fez chorar.
Dobradas e arrumadinhas com esmero estavam lá, as duas camisetas do Inter do meu pai. As únicas peças de roupas dele que ficaram comigo e para ele as mais importantes. Ele tinha três e as variava diariamente, quando ele não estava sem camisa ele trajava uma delas ou então seu macacão azul cheio de graxa do qual lembro do cheiro e morro de saudade. É assim que lembro dele ou de camiseta vermelha ou de macacão azul.
O fato de eu encontrar as camisetas poderia ser algo banal, mas a verdade é que foi surpreende. As camisetas sempre ficaram guardadas no meu quarto, dentro de uma caixa com um laço, faz tempo que eu não as pegava e eu nunca esperava que elas estivessem onde as encontrei e além disso hoje faz seis anos que meu pai faleceu. Eu lembrei disso a semana toda, comentei com algumas pessoas, mas hoje, especialmente hoje, eu ainda não tinha lembrado. Quando vi as duas camisas foi impossível não chorar, me deu um aperto no coração, mas depois as abracei, coloquei-as junto ao peito e foi como se eu tivesse ganhando um abraço de meu pai.
Hoje, em um dia que era para ser um dos mais tristes de toda a vida, o destino me deu de presente a sensação de um abraço seu pai. Te amo.


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