Minha relação com o Rio de Janeiro sempre foi muito intensa, sempre
fui apaixonada pela cidade e por todas as suas belezas, ter alguém com quem
compartilhar toda esse sentimento é muito bom, melhor ainda quando essa pessoa
é uma das minhas BFFs e ama o Rio tanto quanto eu, a Su. Essa é nossa segunda
viagem juntas a cidade maravilhosa e como não poderia deixar de ser, foi incrível.
Eu nunca tinha visitado Petrópolis, então resolvemos subir a serra e
conhecer o motivo de toda a paixão de D. Pedro II pela cidade. Nosso voo saiu atrasadíssimo
de Floripa, por esse motivo, acabamos chegando em Petrópolis pouco antes das 4
horas da tarde. Lá encontramos Raíssa e Paula, que já conheciam bem a cidade.
Nosso principal ponto turístico a ser visitado era o Museu Imperial.
Antes do museu, fomos até a Catedral de Petrópolis, onde estão os
restos mortais de Dom Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina, Princesa Isabel
e mais alguns membros da família real. O prédio tem estilo neogótico e começou
a ser construído em 1884, é uma obra imponente e tem vitrais belíssimos.
O Museu Imperial funciona no antigo Palácio Imperial de Petrópolis,
residência de verão de D. Pedro II e foi apontado pelo Imperador, em diários,
como um de seus locais preferidos. Lá, o público pode encontrar um pouco sobre
a história do Império Brasileiro e sobre a Família Imperial. O acervo, que
conta com peças emblemáticas, como a famosa Coroa do Imperador, é distribuído
por cômodos que reconstroem o cotidiano da família em Petrópolis e apresentam
aspectos culturais, políticos, sociais e econômicos do Brasil no século XIX.
A construção teve início em 1845 e foi finalizada em 1862, em estilo neoclássico,
construído com recursos da dotação pessoal do Imperador Pedro II, que ali
passava longas temporadas com sua família, até a Proclamação da República em
1889. Possui 44 cômodos, duas alas, um corpo central e um andar superior, em
que se destacam a sala de jantar, a sala de música, a sala do trono, os
aposentos imperiais e seu escritório. O palácio foi transformado em Museu, por
decreto do presidente Getúlio Vargas em 1940 e inaugurado em 1943. Possui
significativo acervo de peças relativas ao período Imperial Brasileiro,
destacando-se como peça principal a coroa do Imperador Pedro II – uma riqueza -
e também a de Dom Pedro I, porém sem os brilhantes... bom, vão-se os anéis,
ficam os dedos, não é mesmo?
O lugar parece uma pintura: imensas janelas que permitem a entrada da
luminosidade e um luxo aristocrático que poucas vezes conseguimos ver no
Brasil, qualquer apaixonado por história tem pequenos momentos de delírios, foi
meu caso. O jardim é um deboche, lindo... convida a reflexão, a uma tarde
preguiçosa com um bom livro e foi impossível para mim não me imaginar na época
do Império, desfrutando da brisa que entrava pela porta, ouvindo a Imperatriz
ao piano.
Fomos comer depois que o museu fechou e colocar o papo em dia, além de
conhecer um pouco mais a cidade, que tem um estilo de arquitetura que lembra
muito o das cidades do Vale Europeu aqui de Santa Catarina, me deixando em
dúvida algumas vezes sobre a influência ser Alemã ou Austríaca – very
entendida.
Às 20:00 horas voltamos para o Museu Imperial para assistir ao espetáculo Som e Luz, que conta um pouco da história de nosso país, de tal forma, que parece que estamos imersos nela e que ela está acontecendo novamente, ali, diante de nossos olhos... enfim, com efeitos de Som e Luz, imagens são projetadas em uma fonte d’agua e nas paredes do palácio. Quase um século de história são contados em cerca de uma hora e é impossível não se emocionar. Certamente a parte que mais me tocou foi quando o povo exigiu que Dom Pedro II deixasse o Brasil. Dom Pedro II era um pequeno órfão, criado para atender os apelos de nossa nação, certamente, um homem culto, inteligente, moderno, arrojado e digno – gostava de ler, viajar, falar sobre cultura, alguma dúvida de que seriamos bons amigos? - além de apaixonado pelo Brasil, sua terra. Fiquei triste em pensar que ele morreu longe do lugar onde cresceu.
Depois do espetáculo, nos encaminhamos para a rodoviária para voltar
ao Rio. Mal vi o tempo passar, dormi todo o percurso e logo já estávamos na
rodoviária do Rio, nos despedimos de Paula e Rá, e então tomamos um táxi até
nosso hotel, na Glória.
Estávamos mortas e nos permitimos ajustar os despertadores para as
11:30 da manhã do dia seguinte. Tínhamos muitos planos de ir para a praia no
domingo pela manhã, porém todos foram frustrados pela chuva.
Acordamos, nos arrumamos para o almoço e posterior praia, porém o
tempo já dava sinais de que iria mudar. Mesmo assim fomos para o Leblon.
Almoçamos no Restaurante Diagonal, mas antes a gente deu umas voltas
pelo bairro, esperando encontrar uma das Helenas, é claro. O Diagonal é um
restaurante tradicional daquela região e li uma vez, em algum lugar, que ele e
o Restaurante Guanabara foram ícones de uma geração, por fim... a comida era
muito boa e o atendimento foi bem também. Quando saímos do restaurante,
resolvemos pegar uma bike e andar pela orla, mas foi nesse momento que a água
desabou e tivemos que pegar um táxi de volta para o hotel.
Resolvemos ir para o Shopping Gávea, assistir à peça “O Impecável” de
Luiz Fernando Guimarães e foi uma ótima escolha. Rimos muito e tiramos nosso
dia do limbo.
O último dia no Rio tinha que ser especial. Acordamos às 7 da manhã e,
assim que tomamos café, pegamos nossas bikes e fomos pedalar pela orla. Creio
que tenhamos exagerado, já que andamos cerca de 20 km e ainda sinto algumas
dores em meu corpo hoje, mas foi muito bom, apesar da garoa que vez ou outra
insistia em cair. Para garantir que chegaríamos ao Leblon, pedimos informação e
resolvemos seguir uma moça que ia até Ipanema e isso foi uma cena no mínimo
engraçada. Outra cena engraçada foi quando entramos no túnel de Botafogo e eu
fiquei desorientada pela escuridão, causada pelo próprio túnel e pelos meus
óculos de sol molhados, graças a Deus tive a brilhante ideia de tirá-los antes
de entrar em desespero.
Chegando em Ipanema, paramos para uma água de cocô e uma coca para Su.
Depois seguimos até o final da ciclovia no Leblon e voltamos até Ipanema, para
pegar o metrô e fazer nosso check out.
Bom, acabamos passando a tarde no centro. O que foi um máximo.
Passamos pela Lapa, conhecemos a Escadaria, paramos nos Arcos para uma
foto, almoçamos no Bobs e fizemos aquele nosso circuito tradicional, Teatro
Municipal e Paço, já que tínhamos que matar tempo para esperar a Raíssa e o
Iago que iam nos encontrar. Fomos andando em direção aos novos museus, mas
acabamos dando de cara com o CCBB e fomos obrigadas a entrar na exposição do
Castelo Rá-tim-bum.
A exposição em homenagem aos 20 anos da estreia da série infantil
abriga cenários, fotos, figurinos dos personagens e objetos de cena do programa
exibido pela TV Cultura de maio de 1994 à dezembro de 1997.
Entrando no Castelo, os visitantes têm a oportunidade de conferir mais
de 21 espaços, incluindo 12 cenários recriados de forma fiel ao programa como a
Biblioteca, Laboratório de Tíbio e Perônio, Sala de Música e da Lareira,
Cozinha, Quarto da Morgana, Ninho dos Passarinhos e Lustre do Castelo.
Nestas salas, os visitantes veem de perto peças recuperadas e
restauradas especialmente para a exposição, como objetos de cena, maquetes,
croquis e figurinos, além de bonecos originais dos personagens Gato Pintado,
monstro Mau e réplicas da cobra Celeste e botas Tap e Flap.
Não me contive e várias pessoas receberam uma mensagem minha assim: “Passarinhooooo, que som é esse???” huahuahuahua algumas responderam, outras me acharam uma alienígena ou pensavam que eu estava usando tóxico, mandando uma mensagem daquelas, sem sentido algum, enfim... me senti uma criança, fiquei muito feliz relembrando uma parte mágica da minha infância lá dentro.
Lá encontramos com Raíssa e Iago. Resolvemos seguir até o Cais do Valongo, pois fiquei apaixonada pela arquitetura daquela região, porém a única coisa que encontramos foi uma imensa obra e foi engraçado, nós andando por lá, parecendo que estávamos perdidos e parecendo também que eu tinha levado os meus amigos para conhecer um canteiro de obras.
Tomamos café no Starbucks – sim, eles não devem gostar de mim, meu café demorou cerca de meia hora, esqueceram de aquecer meu sanduiche e depois o cara para compensar a demora do café me deu um extra grande, eu tomei tudo e fiquei passando mal.
Mais uma vez, o Rio não deixou a desejar.
Mais uma vez, todo mundo falava em inglês com a gente pensando que éramos gringas – as gringas com o melhor português – ou não -, pois mesmo depois de falarmos frases em português, eles continuavam achando que não éramos daqui.
Mais uma vez, eu já sonho com meu retorno a cidade maravilhosa!
Rio eu goixto de você! <3 p="">
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