Fazia anos que eu não passava dias em São Paulo e sem dúvidas essas
foi minha melhor estada na terra da garoa.
Fui até Sampa participar do 8º Prêmio Professores do Brasil, desta vez
ganhei na categoria Júri Popular e foi uma surpresa quando fiquei sabendo que o
prêmio de 2014 aconteceria em São Paulo e não em Brasília como nas edições
anteriores.
Esse prêmio foi conquistado com muito custo, envolveu muitas curtidas
no youtube, noites mal dormidas e de apreensão, foi muito bom, mas de verdade
não queria ter que passar por algo parecido novamente, eu me sentia a Monica
Geller, não querendo perder. Só consegui vencer com a ajuda de muitos amigos e
de suas escolas, enfim, mais uma vez declaro aqui minha gratidão!
No dia 8 de dezembro fui para SP, dessa vez diferente do ano anterior
não fui acompanhada de minha diretora, então eu era uma viajante solitária e
com o sono absurdamente atrasado, devido a toda a agenda de formatura do
terceirão que vinha acontecendo por aqueles dias.
Logo no aeroporto uma equipe da TV Escola tava esperando os
professores do prêmio chegarem, com repórteres para entrevista, equipe de
filmagem e minha vontade era voltar de ré quando os vi, eles me entrevistando e
todo mundo que tava no saguão observando para saber do que se tratava, morri de
vergonha e nem sei como consegui falar alguma coisa.
Chegando no hotel descobri que não iria ficar sozinha e isso me deixou
bastante receosa pois, eu podia ter o azar que ficar no mesmo quarto que uma
pessoa estranha, mas graças a Deus não isso o que aconteceu.
Cheguei no quarto, tomei um banho e dormi, quase no final da tarde
acordei com uma batidinha de leve na porta, era Soraya, minha companheira de
quarto, um amor de pessoa! Ela é de Minas e ganhou com um projeto super
maneiro. Tive muita sorte de ficar no mesmo quarto que ela. Soraya estava
acompanhada por Márcio, que não era o Alipio, mas deveria representa-lo. O
Márcio também é uma pessoa muito especial, engraçadíssimo e com um humo ácido,
muito parecido com o meu!
A noite descemos para jantar e para a abertura do evento, em uma sala
de atos do hotel Braston, na Rua Augusta, onde estávamos hospedados.
No dia seguinte a programação iniciava com uma visita até os CEUS. O
Centro Educacional Unificado (CEU) é um complexo educacional, esportivo e
cultural caracterizado como espaço público múltiplo. A cidade de São Paulo
conta com mais de 40 CEUS, espalhados pela periferia, nós conhecemos o CEU Vila
Atlântica. Todas as unidades são equipadas com quadra poliesportiva, teatro,
playground, piscinas, biblioteca, Telecentro e espaços para oficinas, ateliês e
reuniões. Os espaços são abertos à comunidade, inclusive aos finais de semana.
Com programação variada para todas as idades, os CEUs garantem aos
moradores dos bairros mais afastados acesso a equipamentos públicos de lazer,
cultura, tecnologia e práticas esportivas, contribuindo com o desenvolvimento
das comunidades locais.
Qualquer professor gostaria de trabalhar em um local com uma
infraestrutura tão boa e é muito interessante a integração entre a escola e a
comunidade.
Foi no CEU Vila Atlântica que socializamos os trabalhos e pudemos
conhecer um pouco sobre cada um dos projetos. Lá fizemos também algumas
dinâmicas sempre com a TV Escola registrando tudo.
Do CEU fomos até a o SESC Vila Mariana, para seremos recebidos pelo
secretário da Educação da cidade de São
Paulo que disse se sentir muito honrado por ter a gente em sua cidade.
A noite foi tempo de encontrar velhas amigas. Kid Amigas. Reencontrei
com Rita e com Mila. Eu estava a tempo sem vê-las, Mila desde um fatídico show
no P12 em Floripa e Rita acho que desde de nossa viagem para Buenos Aires. Foi
muito bom colocar a conversa em dia, ver o rumo que nossas vidas vêm tomando e
celebrar nossa amizade que já está quase completando 10 anos, além disso eu
fiquei orgulhosa de mim, por sair sozinha do hotel e as encontrar na Paulista
SO ZI NHA! Nosso encontro não se alongou muito pois a Rita tinha que voltar
para casa e Mila tinha outro compromisso, então quando eu estava retornando ao
hotel encontrei Kleiton e Jesus, que também eram professores premiados e me
convidaram para voltar com eles, aceitei o convite e fomos tomar a saideira.
Mais uma vez achei muito interessante conversar e conhecer outras realidades da
educação de nosso país, que por ser tão imenso apresenta muitas peculiaridades.
No dia seguinte o dia estava como eu gosto. Dia de turismo.
Iniciamos nossa visita pela Catedral da Sé. A Catedral Metropolitana
de São Paulo, mais conhecida como Catedral da Sé, foi inaugurada em 1954 e é
considerada um dos maiores templos neogóticos do mundo! Uma construção
surpreendente, localizada no marco zero da cidade. Esta destaca-se dentre os
prédios modernos e movimento do centro da capital paulista. Vale a visita, no
interior do monumento, encontram-se lindos vitrais, mosaicos com "elementos"
brasileiros como as representações de nossa fauna e flora, lá existe também um
imenso órgão, que até parece impossível de ser tocado, pois é gigantesco!
Saindo da catedral fomos pelo centro até o o Pátio do colégio,
tínhamos uma guia muito boa que o tempo todo ia repassando informações sobre a
história e arquitetura dos locais. No caminho passamos pelo sobrado da Marquesa
de Santos e tive muito orgulho de mim quando eu conseguia debater e completar
informações sobre minha adorada Domitila de Castro Canto e Mello, já que nossa
guia era também – interessante esse também, pois na verdade só ela é -historiadora.
Conhecemos também o Beco do Pinto e suas histórias antes de finalmente
chegarmos ao colégio.
O Pátio do Colégio é o marco inicial no nascimento da cidade de São
Paulo. O local, no alto de uma colina entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú,
foi o escolhido para iniciar a catequização dos indígenas.
Em 25 de janeiro de 1554, foi realizada, diante da cabana coberta de
folhas de palmeira de cerca de noventa metros quadrados a missa que oficializou
o nascimento do colégio jesuíta. O Pátio do Colégio é uma obra apostólica
pertencente a Companhia de Jesus. Composto pelo Museu Padre Anchieta, Auditório
Manoel da Nóbrega, Galeria Tenerife, praça Ilhas Canárias (Café do Pátio),
Capela Beato José de Anchieta (abriga o fêmur de José de Anchieta), a Cripta
Tibiriçá e a Biblioteca. Reza a lenda que a moça que toca sino que fica em
frente ao colégio se casa, logo, tratei de tocar 3 vezes. =)
Saindo do colégio passamos por alguns dos grandes edifícios da cidade
e formos até o Theatro Municipal, outra obra belíssima e gigantesca. Sempre
vale a pena conhecer, mesmo se não estiver tendo alguma apresentação. Bem
central, arquitetura de cair o queixo, imponente, inigualável. Vale a pena
pesquisar alguma apresentação, que são inúmeras gratuitas ou com preços
razoáveis, nós não conseguimos fazer isso, mas fica a dica para quem for com
mais tempo.
Saindo do Teatro fomos almoçar no Planetas – que é conhecido como
restaurante dos atores - e depois pelo parque Ibirapuera, onde assistimos a uma
apresentação com ventrículos – que o Márcio adorou. Voltando para o hotel fomos
nos arrumar para o jantar no terraço Itália. Um lugar mágico e especial em São
Paulo, a mais linda vista noturna da cidade – vista do 42º andar. A comida é um
espetáculo, uma das melhores que já provei e além disso ainda tinha uma DJ para
animar a festa. Foi espetacular... posso dizer o mesmo de nossa volta pela
sacada do restaurante e nosso ataque de risos, não é mesmo Soraya? Demais! Além
disso ainda tinha uma cabine para tirar fotos e muito, mas muito champagne.
No dia seguinte tínhamos ensaio para o evento de premiação e uma
palestra sobre cidades educadoras – que eu particularmente achei muito
interessante e onde pude perceber que embora não use esse nome, o conceito vem
sendo aplicado a anos em algumas ações aqui da escola.
Tivemos a tarde livre para nos arrumarmos e resolvemos que iriamos
para o salão, mas nossa escola não foi das melhores e ao deixar o tal salão eu
e Soraya quase nos acabamos de rir, analisando o resultado. Depois de passar
quase duas horas naquele local quente e sem ar condicionado minha única vontade
era lavar o cabelo, mas como não dava mais tempo o jeito foi encarar os fatos e
ir daquele jeito para a cerimônia de premiação.
Na Cerimônia tivemos um show particular do Zeca Baleiro, além de mais
uma série de entrevistas, apesar do meu esforço para passar despercebida e me
livrar da entrevistas eu não consegui e tive que me submeter novamente ao
nervosismo de ter uma microfone e uma câmera apontados para mim.
Tudo correu bem, chorei pela emoção de alguns colegas e recarreguei
minhas energias e crenças na Educação.
No dia seguinte retornei para casa e é impossível não lembrar com
saudade desses dias onde por sermos professores éramos os astros do espetáculo e
fomos tratados com todo o respeito que a nossa profissão merece, uma pena é não
termos esse respeito em nosso dia-a-dia e sermos diariamente humilhados por
governos que fazem pouco caso da gente.
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