2011 - Rio de Janeiro

Neste ano, vulgo Hell de Janeiro. Nunca peguei dias tão quentes naquela cidade. Parecia que a qualquer momento meu corpo derreteria completamente, mas ir para o Rio sem ser assim não tem nem graça. As praias ficam ainda mais deliciosas quando o clima é quente desse jeito.
Cheguei ao Rio e Hugo estava me aguardando, neste ano ele tinha uma escala de trabalho meio maluca, tendo que trabalhar a noite, (uma noite sim, outra não) coitado, dever ter sido muito difícil trabalhar desta forma e durante o dia ainda dar uma de turista pela cidade com os amigos, mas ele conseguiu.

18/01 – No dia da minha chegada Renata nos convidou para almoçar na casa dela, a comida, surpreendendo as expectativas estava deliciosa, depois do almoço jogamos muito vídeo game, quase nos acabamos no Mario Kart e em jogo de dança, cheguei a ficar com dores nos braços de tanto mexer no Wii. Quando deu a hora fomos levar o Hugo até um ponto de ônibus, pois o céu estava se desfazendo em água, um barco seria o meio de transporte mais auspicioso mas como não possuíamos este meio de embarcação naval, fomos de carro. Na volta jogamos ainda mais vídeo game e assistimos a um filme, O Bem Amado. O dia estava muito quente e abafado, pra completar a desgraça faltou água no bairro da Re, cheguei a passar mal, não podíamos tomar banho e eu estava com dores, daquelas que aparecem mensalmente em algumas mulheres. UM TERROR. Heheh Mas apesar de parecer que a noite teria 34 horas e eu não chegaria ao fim dela viva, após tomar o remédio em menos de 5 minutos dormi. Não sei por qual carga d’águas não temos nenhum registro fotográfico deste dia.

19/01 – Sambando na cara dos emergentes
No dia seguinte Hugo foi direto do trabalho para a casa da Re e de lá fomos para a Barra da Tijuca, fomos a Praia do Recreio, eu conhecia muito pouco daquela região do Rio. Fomos de carro, e já começamos a nos bronzear, ou melhor, a nos torrar no caminho. Pegamos um baita congestionamento e o sol parecia estar a menos de 3 metros de nossas cabeças, nossa viagem só não foi pior, pois no rádio tocava Kid Abelha e podíamos cantar a todos os pulmões, esperando o tempo passar e o carro andar.
A Praia do Recreio possui as ondas mais fortes e as águas mais limpas do litoral carioca. Possui diversas escolas de surf e vôlei de praia. É muito frequentada por surfistas e é palco de muitos campeonatos de bodyboard e gravações de televisão. Pela limitação da altura dos prédios em 3 andares, o sol não é bloqueado. É um excelente local para desfrutar bons momentos com os amigos e também para tomar algumas caipirinhas beira mar. Hugo foi um excelente professor, me ensinando a utilizar um utensilio feminino indispensável para o momento de praia. =P
Embora estivéssemos na Barra, terra de emergentes, não conseguimos esconder nossa origem suburbana (bem, eu tenho origem europeia, além de caipira segundo alguns amigos do Hugo) e como na casa da Renata ainda não tinha água e depois da Praia iriamos ao Shopping, comer comida mexicana, resolvemos lavar nossas madeixas no chuveirão da praia. Isso mesmo, sambamos na cara da sociedade emergente e lavamos nossos cabelos, com direito a shampoo e condicionar (seda roxo) e ficamos lindas para ir ao Shopping. (bem, nem tão lindas assim...)


Fomos ao DownTown, que é um shopping também localizado na Barra da Tijuca. Sua arquitetura chama atenção por se assemelhar uma "pequena cidade". Possui 520, dentre elas o restaurante Mexicano onde fomos. No caminho tiramos algumas fotos e repensamos se realmente foi boa ideia lavar nosso cabelos ao ar livre, nas fotos notamos grande semelhança com Old Christine, mundialmente conhecida por possuir um cabelo que a odeia. Realmente, nossos cabelos estavam engraçados.
Nos deliciamos no Mexdelicia, que servia abundantes porções, não exagerei na pimenta, pois nunca se sabe né... Também não tomamos tequila, pois ainda tínhamos que voltar para casa e a noite já estava chegando. Edivaldo, feito a fênix, renascido das cinzas jantou conosco. Dia longo, cansativo mais muito divertido.


20/01 – Paquetá
Desde sei lá quando, 2007 ou 2006 eu sonhava em fazer um piquenique naquela ilha, desde o episodio onde Livinha dilacerou o pobre Pedro e eu não estava, na verdade nesta época eu não conhecia nem o Rio, nem Pedrinho. Eu sonhava com o dia que conheceria Paquetá, e este dia finalmente chegou.
A ilha de Paquetá localiza-se no interior nordeste da baía de Guanabara, no bairro de Paquetá, na cidade do Rio de Janeiro. A poucos quilômetros da capital fluminense é procurada pelos turistas devido à natureza exuberante. Entre os destaques do local, estão às charmosas praias e as diversas árvores que são símbolo da ilha, caso do baobá, espécie de origem africana conhecida pelos moradores como Maria Gorda.  Dentre os atrativos turísticos, algumas dicas são a Pedra da Moreninha, mirante imortalizado pelo romance de Joaquim Manuel de Macedo, o romântico Parque Darke Matos, o mirante do Morro Cruz e o cemitério de pássaros. (Não recomendo a Gruta da Ureia, local com um odor insuportável de é claro, xixi) O lugar é encantador boa parte disso, devido ao chame das charretes e as bicicletas. (Lá não existem carros, logo esses são os dois meios de transportes mais comuns).
Nos reunimos cedinho na praça XV no centro Rio, (Eu, Livinha, Hugo, Ricardinho, Matheus e Renata, Pedro não foi, pois ainda hoje não suporta a ideia de ficar perto de Livinha, depois Wesley se juntou a nós.) “O passeio nas barcas é ainda mais interessante em direção à Ilha de Paquetá. Passar por debaixo da Ponte Rio-Niterói dá uma sensação de pequenez diante daquele monstro semi-aquático. Avistar o Centro do Rio, com seus espigões e com o lindo contorno do morro ao fundo, é uma outra atração para os passageiros. Eles se amontoam na popa para tirar fotos ou simplesmente para sentir o vento na cara. A viagem dura, aproximadamente, setenta minutos. Mar aberto, com uma ou outra ilhota perdida pela baía. Ela aporta na Praça Pedro Bruno, no “centro” de Paquetá, em meio ao olhar impaciente e curioso de outros passageiros que esperam para embarcar.” Ao chegamos tratamos de alugar nossas bicicletas. Sem ofensas, mas Livia e Renata são duas moles, uma pedalada, quatro reclamações huahuhuauhauha só porque andamos aproximadamente 70 km de bicicleta para encontrar a tal da Árvore sem graça? (objeto de obsessão de Hugo).



Antes da maratona em busca da árvore perdida, lanchamos, em companhia das formigas, que se contavam aos milhares. Após isso... fotos, é claro... e ainda podemos ouvir a celebre frase proferida por Matheus “Macaco velho não quebra galho”, um instante antes do galho onde ele estava se partir ao meio, realmente o castigo vem a cavalo (gírias da vó). Foi um dia muito divertido, andamos por toda a ilha, visitamos a pedra da Moreninha, a casa de cultura, passamos pela frente de uma casa onde José Bonifácio havia morado e fomos as ruínas que mais parecem paisagens de ilhas gregas, aproveitamos o dia para conhecer também o cemitério de pássaros.


Ninguém sabe exatamente quando ele surgiu, mas há décadas é motivo de orgulho dos moradores de Paquetá. Único no Brasil, o cemitério de passarinhos e aves em geral fica na Rua Joaquim Manoel de Macedo. Em vez de metros, as sepulturas são medidas em centímetros. As imagens barrocas de anjos dão lugar a esculturas de pássaros. O cemitério de passarinhos, que tem 24 sepulturas, fica ao lado e é interligado ao cemitério da ilha. Estima-se que o cemitério exista desde o século XIX e foi lá que chorei a morte da minha periquita.
Pra completar o dia e tentar diminuir o calor, Livinha e Renata tentaram se suicidar nas águas da Baia de Guanabara, mergulhando. Ao lado de onde elas nadavam existia vários corpos de peixes, certamente mortos devido a poluição, mas isso não as impediu de feito sereias assistirem ao por do sol de dentro d’agua, enquanto nossa barca não chegava. Hugo já tinha partido, pois trabalharia a noite então da praça XV segui com Ricardinho e Matheus até em casa.


21/01 – Arpoador
Este dia resolvemos passar na praia, pra ser mais exata na praia do Arpoador, que por coincidência nenhuma fica ao lado do Arpoador, a pedra. Marcamos de  lá encontrar Mila.
Como Hugo tinha trabalhado toda a noite eu fiquei de encontrar ele na estação de metrô, eu tinha que ir sozinha. E consegui. A primeira vez andando de metrô sozinha no Rio a gente não esquece né? Inclusive foi a primeira (e única) vez também que fui chamada de Biscate, por uma gorda no metrô, ao ouvir o toc de mensagem do meu celular. Eu quase chorei, e depois todo mundo ficou rindo de mim. Uahuhauhuahua
Passamos o dia ao sol, Hugo dormia de tão cansado que estava, eu e Mila colocávamos o papo em dia. Saindo da praia, parada para uma água de cocô em frente ao Copacabana Palace, sabe como é, pra sentir inveja dos rycos.


22/01 – Trilha
Fernanda, irmã do Hugo organizou uma trilha até a praia do Perigoso. Que fica na Barra de Garatiba, marcamos de encontrar o Hugo em um mercado, na Barra e de lá ele com alta concentração de Red Bull no corpo seguiu conosco.
Contam os moradores que um bandido se refugiou naquela praia durante longo tempo, não se sabe o que aconteceu com o bandido, e desde então a praia ficou conhecida como Perigoso. O acesso à praia é feito somente através de trilhas, o tempo de duração da caminhada fica em torno de 50 minutos e o grau de dificuldade é moderado. Quando estávamos quase chegando à praia, avistamos a Pedra da Tartaruga, um monumento da natureza, que nos convidava a subir.

Já estávamos muito cansados, e apesar do calor, quase insuportável resolvemos encarar o desafio. Em alguns trechos a trilha é bastante desafiadora e exige de grande força física, cheguei ao topo da pedra como dizem: “Pondo os bofes para fora”, a água acabará, e eu estava exausta, só não me arrependi de ter subido, pois olhei a minha volta. A vista lá de cima faz você recuperar suas forças, se renovar e desfrutar a paisagem que embora seja clichê falar, é de tirar o folego.
Muitas pessoas estavam praticando rapel e eu admirei a coragem deles, eu jamais conseguiria, até tirar uma foto de costas para o precipício me foi custoso.
Descemos e passamos o dia na praia, deu para pegar um bronze!
Na volta para casa ficamos dependendo de um ônibus que nunca chegava, estávamos todos muito cansados, mas a trilha vale muito a pena.


No dia seguinte voltei para casa e morro de saudades dessa viagem ao Hell de Janeiro.

Carol Pereira

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