Não preciso mencionar
novamente o quão ruim foi meu ano de 2009, mas graças a Deus veio 2010 e tive
amigos que me ajudaram a superar ou pelo menos amenizar as dores.
Essa viagem também é
conhecida como a viagem em que eu virei o Jatobá e é dividida em duas partes,
com uma viagem para Barbacena no meio.
05/02 – Na verdade
cheguei no Rio dia 04 e fiquei na casa da Vanessa, descansei, provei da comida
sempre arrebatadora de Tia Penha e no dia 05 cedinho fomos para a praia. A água
estava morninha, estava fazendo quase 40 graus, apesar de ser cedo via-se que a
praia ia lotar. Fomos até o arpoador, para começar o dia bem. Passamos boa
parte da manha sentindo a brisa do mar e desfrutando da paisagem. Voltamos para
casa e almoçamos, a tarde nosso destino seria a Ilha Fiscal, junto com André e
Renata, que nos encontrariam na Marinha.
“A Ilha Fiscal localiza-se
no interior da baía de Guanabara,
fronteira ao centro histórico da cidade. Primitivamente denominada pelos
europeus como ilha dos Ratos,
o seu atual nome provém do fato de ali ter funcionado o posto da Guarda Fiscal,
que atendia o porto da então capital do Império, no século XIX. A ilha celebrizou-se por ter abrigado o
famoso baile da Ilha Fiscal, a
última grande festa do Império antes da proclamação
da República, em Novembro de 1889.”
Ao contrario do que eu
pensava, se chega até a ilha de ônibus, por um caminho estreitinho. A ilha é
comandada pela marinha e após visitar o “Palácio” conhecemos também as
instalações da Marinha ali da Baía de Guanabara, entramos até em um submarino,
que não era amarelo e parecia uma sauna. Subimos também em um helicóptero que
não levantou voo, mas nos rendeu boas risadas. Já comentei que adoro homens de fardas? Uhahuuha
Pois é, lá tinha inúmeros.
Após nossa visita fomos para o centro, encontrar com o Hugo, paramos
em um barzinho para lanchar e adivinha o que tinha no cardápio? Paula Toller,
isso mesmo amigos, Paula Toller. =P Não a comemos, pois, sei lá... seria
grosseiro de nossa parte, então quando Hugo chegou seguimos para o Pier de
Mauá, onde estava acontecendo a exposição de grandes veleiros. O evento,
intitulado “Grandes Veleiros Rio 2010 – Velas Sudamerica 2010” contou com a
participação de nove dos maiores veleiros do mundo:
Libertad – Argentina;
Esmeralda – Chile;
Gloria – Colômbia;
Guayas – Equador;
Elcano – Espanha;
Cuauhtemoc – México;
Capitan Miranda – Uruguai;
Simon Bolívar – Venezuela;
Eram lindos e podíamos entrar
neles. Gostamos bastante. Depois ainda fomos tirar uma foto em cima de um
tanque de guerra, na subida me machuquei, mas não contei a ninguém, para não me
acharem burrica, pois só Deus sabe o quanto sofro por ser loira.
No dia seguinte fui
para minas
12/02 – Eu estava de
volta à cidade maravilhosa, após dias expendidos em terras mineiras, Hugo me
apanhou na rodoviária, deixamos as malas em casa e fomos para a Barra, comer no
Outback Steakhouse, vulgo Outback da Barra. Eu não conhecia o restaurante e se
fosse levar em consideração este dia eu jamais teria voltado lá. Graças a Deus
que não tenho problemas com pimenta (vocês me entendem né?) caso contrario
estaria frita, pois meu frango veio preto de pimenta, a principio até pensei
que ele estivesse queimado. Bom, apesar disso amei o restaurante e acima de
tudo a companhia.
Era sexta feira de
carnaval e no sábado tinha bola preta. Eu sempre sonhei em passar um carnaval
no Rio, nunca quis ir pra Sapucaí (irei apenas quando me tornar uma escritora
famosa e a globo me descobrir) mas sempre quis ir no blocos, então combinamos
com Renata e André de irmos no sábado, no domingo eu e Hugo iriamos pra Arraial
do Cabo, onde a família dele já estava.
13/02 – Bola Preta
Saímos de casa cedinho,
nesse dia me deu um medinho bobo e não levei minha câmera, hoje vejo que foi
bobeira. Após me vestir como uma carioca da zona norte (segundo Hugo) seguimos
para o Bola. No metrô apertadíssimo sentimos um grande cheiro de humanidade e
uma guriazinha ficou falando do meu cabelo, achou comprido. Ao chegamos no
centro compramos chapéus de malandros e faixas escrito bola preta e já caímos na folia. Saiamos cantando e pulando, seguindo o cordão. As
pessoas pra variar pensavam que eu era gringa, no final parei de negar e
comecei a tirar com a cara deles, falando um inglês absurdamente tosco, com um
sotaque mais fajuto ainda. Tomamos algumas cervejas e nos divertimos um monte,
Hugo até me ergueu em seus ombros para que eu pudesse me comunicar com o
vocalista.
Quando acabou fomos almoçar
no MC e lá meus amigos se superaram querendo entrar no barril do Chaves. Foi no
MC também que encontramos Ighor, um amigo do Hugo que ficou conosco o resto da
tarde.
Depois fomos seguir a
banda de Ipanema, pela orla. Lá só tinha traveco, estava muito apertado e bem
menos animado que o Bola, mas nos divertimos também, porém ao som da musica mais
chata do carnaval, algo sobre a baba do quiabo huahua fomos até o Mirante do
Leblon. Manuel Carlos me fez amar o Leblon e ver um por do sol naquele mirante
foi lindo. Exaustos voltamos pra casa.
14/02 – Olá Jatobá
Cedinho eu e Hugo
pegamos uma Van e fomos para Arraial do Cabo, para ser mais exata a Van nos
deixou em São Pedro da Aldeia, que deve ficar a uns 20 minutos de Arraial, deveríamos
pegar um bus até lá, mas ficamos no ponto errado e por conta disso demoramos
quase duas horas, embaixo de um sol de amolecer a moleira aguardando a chegada
do transporte, que não chegaria nem com reza brava. Após nossa paciência já ter
terminado perguntamos a mais algumas pessoas (já tínhamos perguntado a algumas
e estas tinham afirmado que estávamos no ponto correto) e estas nos informaram
o ponto correto. Apenas rimos do quanto fomos bobos e em menos de 10 minutos estávamos
seguindo para Arraial.
Chegamos, almoçamos e
preciso dizer que acho a comida da mãe do Hugo sempre, muito saborosa. Conhecemos
as praia ali de perto, pude ver o quão gelada é aquela água e a noite fomos para o carnaval.
Carnaval a beira da
praia, muito animado. Capetas, melzinhos e até tequila... me digam qual o
resultado pode-se esperar disso tudo? Pois é... era previsível.
Primeiro meu amigo Hugo
ficou muito transtornado, bêbado, libertando tudo que podia de dentro dele. Quando
tocou poker face foi um dos momentos mais engraçados que já presenciei. É
claro, com muita classe. (Era pra eu falar assim Hugo?) Todos que passavam Hugo
mechia, evitei dele apanhar de uns 3 caras, pois quando as garotas passavam ele
ficava chamando-as de lindas, gostosas, essas coisas. Cuidei, muito dele, fui
com ele até o mar para ele fazer xixi e também tomava os restos das bebidas
dele, para evitar que ele ficasse pior, o que eu não previa era que eu ficaria
tão ruim.
Na volta do mar fomos
correr, eu cai na areia, me deu uma vontade de chorar e então eu e Hugo choramos
abraçados na areia. Depois disso só lembro de pedir pra ele cuidar da minha câmera
e de alguns flash...
“Eu vou com a cabeça
pra fora do carro, meu Deus, tem mato! Você tão me levando pro mato?”
“To com frio” (34º a
temperatura ambiente)
Uma voz falando “MEU
DEUS, QUEM É ESSA GAROTA, VOCÊS ACHARAM NA RUA E TROUXERAM, DEVOLVAM ELA ONDE
ACHARAM, NÃO QUERO GAROTA DE RUA AQUI”
E depois lembro do Hugo
tirando areia da minha perna no chuveiro, para eu dormir.
15/02 – Vergonha,
Ressaca e Cegueira
No dia 15 quando
acordei minha cabeça parecia um guindaste. Estava cheio de gente na casa do
Hugo, os amigos dele que estavam conosco no carnaval. Quando fui colocar minha
lente percebi que ela tinha rasgado, tentei colocar mesmo assim e a parte
rasgada ficou presa no meu olho, quase tive que ir para a emergência, pois não conseguia
tirar. Eu teria que ligar para a Dona
Sandra.
Fiz um Drama ao telefone, quase fiquei surda de tanto que ela berrava, minha mãe ficou desesperada ao saber que a filha estava cega no Rio. Eu queria morrer também, pois precisava de alguém me guiando. Enxergo pouquíssimo sem lente e não é frescura. Fernanda e Hugo me guiavam, que falta faz um cão guia nesses momentos, não é mesmo minha gente?
Enxuguei as lágrimas parei de lamentar e pedi para que tirassem bastante fotos, pois depois poderia ver os lugares por onde andei e assim se fez.
Fomos para Prainha nesse dia, encontramos com Vanessa que estava por lá, contei da cegueira, comemos um milho cozido juntas e ela teve de ir almoçar.
Hugo me levou para “conhecer” as outras praias de Arraial. Tirava foto, eu encostava bem a cara na câmera e quase podia ver. Mesmo assim fizemos uma trilha e eu fiquei encantada pelas belezas do Portal do Atalaia. Conheci também: Praia grande, praia do forno, praia dos Anjos e alguma outra que posso ter vindo a esquecer =P
A noite no carnaval maneirei e vi o Hugo abalar geral o coração da mulherada. Em todos os idiomas, o ver recitando “Parole” com voz sensual era realmente apaixonante, mas o melhor era perceber que os seus amigos realmente acreditavam que ele falava Italiano.
16/02 – No dia 16
apenas levamos o Pedro na praia e voltamos para o Rio. Hugo trabalhava.
17/02 – Antes de eu vir
embora de ônibus e cega, realizei o sonho de entrar no Paço municipal e
conhecer até mesmo o quarto onde Dom Pedro dormiu.
Eu estava negra, me
achando.
Fernanda me acompanhou e ganhei dela uma caixa
de Guaravita, que tomei quase que inteira durante a viagem, que parecia eterna.
=P
Quando cheguei em floripa fui
direto ao oftalmologista e voltei a ver. Glória a Deus! Depois vi melhor o
lugar maravilhoso em que estive. O tempo passa e a cada dia posso ver que tenho
um grande amigo, generoso, atencioso e querido que mora no Rio, na Barra né, que
eu amo e pretendo ainda fazer algumas viagens ao seu lado.
Carol Pereira
Carol Pereira
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