2013 - São Francisco do Sul

Enquanto eu não tenho condições de visitar a Golden Gates o jeito é me conformar com uma visita a São Francisco do Sul! =)
No dia 25 de julho os alunos do Ensino Médio Inovador - acompanhados por eu e outros professores - viajaram até a cidade histórica de São Francisco do Sul, onde puderam mergulhar na história local, bem como conhecer o meio ambiente e algumas das principais fontes de renda da cidade – além de conhecer seu forte vento, que nos acompanhou durante todo o passeio. 
São Francisco do Sul com 500 anos de História, que marca suas ruas, casas, igrejas, sambaquis, ruelas e becos é formada por importante e conhecido patrimônio histórico, como a igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, de 1699, construída por escravos, e pelo povo do lugar, com argamassa feita de uma mistura de cal, concha, areia e óleo de baleia. No interior da igreja está a imagem da padroeira, que data 1553 e foi deixada ali pelos espanhóis, que ergueram uma capela em homenagem a ela depois de serem salvos de um temporal. Também há estatuas barrocas dos séculos XVII e XVIII e um órgão trazido do Rio de Janeiro em 1823 e que utilizado até hoje. Há também no Museu Histórico, o Museu Nacional do Mar, que abriga exemplares e réplicas regionais de embarcações do litoral brasileiro, além de instrumentos, documentos, aparelhos de orientação naval, equipamentos, mapas, miniaturas, cenários. E.ainda o Mercado Público Municipal e o Forte Marechal Luz.
Nossa primeira parada foi o Museu Histórico que abriga um acervo preservado e que nos conta um pouco da evolução da cidade. Antigamente o museu abrigava um presido e os alunos foram convidados a entrar em uma das celas, que mais se parecia com as masmorras de filmes, ela foi usada pela última vez na época da ditadura, detendo presos políticos. Conta-se que naquela época em tempos de maré cheia o prisioneiro tinha que ir subindo conforme a subida da maré, pois a água do mar inundava a cela e quase matava os detentos por afogamento. O guia do Museu nos contou muitas histórias, com a 
riqueza de detalhes de quem viveu uma vida inteira naquela cidade e trabalhou boa parte dela no museu. Uma das histórias que mais chamou a atenção dos alunos foi a de Ferrinho, segundo o guia, ele foi a única pessoa que conseguiu fugir do presidio e por duas vezes. No museu histórico tive um daqueles momentos Carol Pereira, onde um de meus amigos me faz pagar um grande mico, dessa vez inventaram para o guia que eu sabia tocar piano e ele me convidou a tocar, como o guia havia ficado muito empolgado com a noticia eu resolvi que não iria desmentir e me fiz de envergonhada, dizendo que não queria tocar, por fim, me obrigaram a tocar minha versão de “Deus é tão bom”, a única coisa 
que tento tocar ao piano, o guia desiludido me lançou um olhar de desprezo. Is good!
Após o Museu Histórico seguimos para o Museu Nacional do Mar, fizemos o trajeto a pé e assim pudemos contemplar o beleza do centro histórico da cidade, andando as margens da Baía da Babitonga. No caminho paramos para algumas fotos em um trapiche, mas com o vento as fotos não renderam belas imagens. No caminho também aprendemos que a fonte do centro se chama Carioca e descobrimos o porquê. Ao chegarmos ao museu do mar fomos recepcionados por um casal de 
trovadores que por meio de suas trovas nos contaram um pouco da história das grandes navegações e de seus grandes navegadores. O museu do mar encantou a todos, com suas miniaturas e barcos praticamente em tamanho natural. Para fechar o tour mergulhamos no folclore do litoral catarinense, habitado por bruxas, assombrações e lendas. Assistimos a encenação de um dos contos de Franklin Cascaes, onde uma bruxa contava uma das tantas peças que os antigos moradores do nosso litoral acreditam que elas pregavam contra os pescadores. “Remem suas éguas, pois a cada remada é uma légua alcançada” – foi depois dessa viagem que passei a conhecer mais sobre 
a vida e a obra de Franklin Cascaes e resolvi trabalhar os contos dele em minhas aulas com as séries iniciais. 
Seguimos direto do Museu do Mar até o restaurante no qual almoçamos que fica perto do mercado municipal de São Francisco. No restaurante enquanto todos esperavam - e torciam - que eu derrubasse o café como de praxe, mas quem acabou deixando o café cair foi meu amigo Reginaldo que conquistou até mesmo antipatia de uma senhora que estava sentada perto da bandeja, de tanto que me atazanou tentando me fazer derramar - o castigo virou conta o feiticeiro. Após o almoço seguimos de Balsa até a Vila da Glória. 
A Vila da Glória é um mundo á parte da Ilha de São Francisco. Parte integrante da área continental do município, localizada no Distrito do Saí, esta pacata comunidade fica a 03 milhas náuticas do Centro Histórico da Ilha de São Francisco, tendo seu acesso por mar via Ferryboat. Durante nossa travessia pela Baia pudemos assistir a um balé de golfinhos que encantaram a todos com suas acrobacias. O frio estava cortante, mas nem ele conseguiu diminuir a euforia de nossos alunos a bordo do Ferryboat.
Ao chegarmos até a Vila seguimos direto para o CEPA – Centro de Estudo e Pesquisa Ambiental, que faz parte da Univille, Lá fizemos um passeio por dentro da mata e o guia - cultuador de Bob Marley - ia nos falando sobre as espécies encontradas, os biomas, o porquê da Baía ser considerada um estuário... o professor Reginaldo acompanhava o guia e fazia interlocuções fazendo com que os assuntos abordados pelo guia fizessem sentido dentro dos temas trabalhados em sala de aula. Após sairmos do CEPA fizemos uma breve parada no centro da vila da Glória e retornamos para Alfredo Wagner. 


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