Os passeios
didáticos envolviam as mais diversas áreas de estudo como: Biologia, Educação
Física, Matemática, Física, Química, Artes, Empreendedorismo, Informática, Espanhol,
entre outras.
Nosso primeiro
destino foi a fazenda Quinta da Estância. Um paraíso natural a poucos
quilômetros da capital gaúcha. Além de trilhas pelo meio da mata os alunos
ainda tiveram contato com diversos animais, com paradas estratégicas onde o
instrutor dava noções preciosas sobre algumas espécies de insetos e repteis. O
que mais chamou a atenção dos alunos nesta parte da viagem foi a aula sobre as
cobras, na qual o instrutor falava da importância desses animais no meio
ambiente e também orientou sobre o que fazer quando se deparar com alguma delas.
Para encerrar a parada, uma cobra não peçonhenta foi exposta e os mais corajosos
puderam até pegá-la na mão. Acreditem se puderem, eu peguei a cobra na mão.
Certamente é o animal pelo qual alimento o maior pavor, mas superei isso e
segurei o bicho. Foi difícil desfazer a cara de pânico e sorrir para a câmera,
mas no final das contas garanti o registro.
No passeio em
meio a mata pudemos também ver de perto uma família de Bugios, vivendo em seu
habitat natural. A trilha possui um percurso de cerca de 2,5 km e entre os
lugares pelos quais passamos os alunos puderam até percorrer parte do trajeto
por dentro de um riacho. Dizem que no século XIX, as terras por onde a trilha
passa foram cenário da guerra dos Farrapos, e como uma apaixonada por história,
isso me encantou.
Todos fomos de
trator até a sede da fazenda onde fomos convidados a almoçar. Após o almoço os
alunos estavam afoitos para iniciar a programação vespertina. Iniciamos a tarde
com brincadeiras que envolviam água, o que deixou os alunos superempolgados.
Após atividades na piscina, participamos de uma travessia por uma ponte pênsil
cheia de surpresas e todos se divertiram muito, tentando atravessar o lago ou
assistindo as tentativas dos colegas, eu fiquei assistindo, pois estava
impossibilitada de ter contatos muito grandes com água. O final da tarde foi no arborismo. A atividade
acompanhada por um instrutor fez a adrenalina de todos subir literalmente as
alturas, fui quase uma das últimas a realizar a atividade, que se mostrou menos
difícil do que eu imaginei. Achei muito divertido e está na lista de atividades
que um dia devo voltar a praticar, com um pouco mais de tempo. Depois do café, para fechar a tarde ainda
rolou um futebol na lama, que também não participei.
À noite,
depois da janta fomos para a “trilha das almas penadas”, que passava por dentro
da mata na qual já havíamos passado pela manhã, a mesma que segundo os
instrutores, em séculos passados foi cenário de grandes lutas. Contam que
espíritos rondam aquelas matas e que em noites de lua cheia ou no dia das
bruxas eles voltam e os mais sensitivos conseguem sentir a sua presença. De
mãos dadas adentramos pela trilha e tivemos várias surpresas ao logo do
percurso. E eu quase tive fraturas em minhas canelas, devido as pauladas que
recebi das supostas almas penadas. Todos estavam empolgados e após voltarmos
para a sede ainda participamos de um lual onde pudemos interagir com pessoas de
outras escolas que também estavam de passagem pela Estância. Preciso dizer que
algo nesse lual não me fez bem e também que uma professora de outra escola
dançava igual a mulher que colocaram pra dançar com Ross naquele episódio do
concurso de dança - The One With The Routine (a.k.a. The One With The Rockin'
New Year). (Bons entendedores entenderam, aos demais apenas ignorem.) Só nos
restava dormir.
2º dia
Logo cedo após
o café da manhã arrumamos nossas bagagens e seguimos para o museu de tecnologia
da PUC - antes de sair resolvi ajudar os índios que vendiam bijuterias em suas
tendinhas lá na Estancia, antes do final do dia eu estava com um cordão preto
no pesco
ço, mas só percebi no dia seguinte. O Museu de Ciências e Tecnologia da
PUCRS possui uma grande área de exposição pública com mais de dez mil metros
quadrados, onde cerca de 700 equipamentos interativos estão expostos para
visitação. Nesse mesmo espaço são integradas exposições temporárias sobre temas
atuais e do cotidiano da sociedade.
Após o almoço
fomos até o Beira Rio, estádio do Internacional, que está sendo preparado para
a copa do mundo de 2014. Em virtude das obras não pudemos visitar o gramado,
porém conhecemos o centro de visitações e através de um vídeo conhecemos um
pouco mais sobre a história do gigante do Beira Rio.
Do estádio
seguimos até o Instituto Cervantes e conhecemos os métodos utilizados para
ensinar espanhol e também a importância dessa língua no mundo. Conhecemos um
pouco da história e cultura de países que usam o espanhol como língua oficial,
visitamos a biblioteca do instituto e tivemos contato com obras de Neruda, Miguel
de Cervantes y Saavedra, entre outros autores de língua espanhola.
Depois do
lanche no Shopping e lá Aline foi me encontrar, pois minha visita a capital gaúcha
seria estendida, após – sem Aline que voltou pra casa - seguimos até o “Theatro
São Pedro”, que é um ícone da cidade de Porto Alegre. Ao longo de 126 anos de
existência o teatro já recebeu em seus camarotes, galerias e palco,
personalidade artísticas como: Arthur Rubinsteins, Villa-Lobos, Eugêne Ionesco,
Cacilda Becker, Marcel Marceau, Olavo Bilac, entre outros, assim como políticos
como Getúlio Vargas e Borges Medeiros. Foi lá que assistimos a peça “Seis aulas
de Dança em Seis semanas”, estrelada por Suely Franco e Tuca Andrada. A peça da
Broadway já foi encenada em mais de 20 países e o espetáculo rendeu boas
gargalhadas e emocionou muitos dos alunos e professores que tiveram a
oportunidade de conferir a apresentação.
Depois do
teatro Aline e tio estavam me esperando e finalmente eu iria conhecer a cidade
baixa. Os alunos retornaram para Alfredo e eu fui curtir o restinho do feriado
com a melhor companhia que Porto Alegre pode oferecer!
Fomos até a
casa azul, brincadeiras à parte com a analogia com a Boate azul o lugar é de
respeito, ou quase isso. Aline queria que eu provasse a melhor batata frita da
capital gaúcha, e é claro que eu não recusaria. O lugar estava borbulhando e
tivemos que dividir um sofá com uns garotos geólogos... Aline quase arrumou um
namorado, mas no final ele sumiu com umas lambisgoias, a cerveja estava ótima e
voltei para casa dentro de uma bolha de sabão.
Sábado de sol
Tia Ana
preparou um almoço mega especial e como sempre delicioso. Nossa tarde seria
cultural. Fomos prestigiar a 59º Feira do Livro de Porto Alegre, grandes
autores sempre estão por lá na tarde de autógrafos, eu sonhava encontrar Martha
Medeiros ou quem sabe o lindo do Galera, mas fiquei muito satisfeita com a
grata surpresa de encontrar o celebre Laurentino Gomes que é um dos
historiadores mais respeitados do Brasil e autor de alguns dos meus livros de
cabeceira, o encontro ficou marcado para as 20:00 horas, então tínhamos toda a
tarde para perambular pela feira, centro e imediações.
Era muito
bacana ver um monte de gente saindo com sacolas repletas de livros e me deu
muita vontade de encher uma sacola também, porém minha condição financeira não
permitia isso no momento, o jeito foi me conformar com dois livros e caminhar. Nas caminhadas pela feira conheci Paola, uma
das famosas amigas da faculdade da Aline.
A cada dois
anos, junto com a feira do livro acontece a Bienal de Arte Moderna e fomos até
a galeria do Santander ver a exposição de arte que estava rolando por lá,
depois seguimos para a usina do gasômetro, no caminho para a usina comemos um
Temaki - delicioso. Na usina também estava rolando uma exposição, a qual
prestigiamos e depois fomos curtir a praia. Isso mesmo curtir a praia em Porto
Alegre, no mirante do Gasômetro foi montada uma praia artificial, com vista
para o Guaíba e com direito ao pôr do sol!
Retornamos
para o centro e finalmente consegui meu 1889 autografado! Como sempre não
consegui falar nada no momento do autografo e a foto ficou cabulosa, mesmo assim
valeu a pena. Depois de todos os compromissos da tarde ainda tínhamos o ponto
alto do dia, a festa na casa da Gabriela! Eu não a conhecia, a bem da verdade
eu não conhecia nenhuma das amigas da
Aline pessoalmente, mas conhecia todas quase intimamente de tanto ouvir falar e já simpatizava
com algumas delas – ainda morria de inveja de Montevideo – mas não sabia que ia
achar essas gurias realmente tão animadas e queridas. Bebemos, jogamos e eu
tomei a insensata decisão de beber tequila, mesmo sabendo que meu fígado já não
a suporta mais. Qual o resultado? Isso mesmo, caro leitor... já na casa da
Gabriela... depois tive que praticamente pular do taxi em movimento para evitar
que o motorista me fizesse limpar a sujeito e cobrasse uma taxa extra, antes disso eu
já tinha cochilado em uma lanchonete. Classe, desconheço!
No dia seguinte
o almoço foi por conta do tio e como não podia deixar de ser estava uma delícia.
Logo segui para o aeroporto e peguei o rumo de casa, já aguardando a data em
que eu visitaria a minha querida Porto Alegre novamente.
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