No dia 19, um domingo de sol, eu
estava sentenciada a ficar no hostel fazendo a “carpeta” de Diva. Acordei por
volta das 10 horas e já fui encaminhando o trabalho. Resolvemos cozinhar no domingo
– a bem da verdade, quem cozinhou foi Luciana e falo cozinharmos apenas para
ficar mais bonito – para isso, fomos até o mercado. O almoço só saiu por volta
das 16:00 horas, enquanto Lu cozinhava eu fazia meu trabalho – conclui as
18:30.
Eu e Diego combinamos com Denise
de procurar o Bairro Palermo para assistirmos ao Candombe – indicação de
Vicente, nosso guia de Punta. Andamos pela 18 e depois descemos até a Isla das
Flores e logo começamos a ouvir o barulho dos tambores. Assistir ao candombe –
que é um ritmo de origem africana que lembra em alguns aspectos o Candomblé e
até mesmo o Olodum - foi uma experiência,
diria até antropológica incrível.
Segundo a história o Candombe
teria surgido no Uruguay, ainda no século XVIII, a partir da mistura dos ritmos
africanos trazidos ao Rio da Prata pelos escravos.
O Candombe na atualidade é
executado por 3 tipos distintos de tambores – Piano, Chico e Repique – que são
denominados em conjunto, como cuerda. No carnaval uruguaio, formam-se
agrupamentos musicais chamados de comparsas, que saem as ruas acompanhados por multidões
de dançarinos e populares. O Cortejo é conduzido pelo Escobero, em geral um
jovem que tem a função de arauto; o mestre dos tambores é conhecido como
Gramillero, sempre acompanhado de sua mama veija – uma mulher vestida de trajes
coloridos e com um leque na mão.
Na capital uruguaia, os bairros “Sur” e “Palermo” são conhecidos como berços do Candombe, cada um com seu ritmo característico, chamados de ritmos “Cuareim” no e “Ansina” para Palermo.
Na capital uruguaia, os bairros “Sur” e “Palermo” são conhecidos como berços do Candombe, cada um com seu ritmo característico, chamados de ritmos “Cuareim” no e “Ansina” para Palermo.
Em Palermo estavam todos muito
felizes e orgulhosos por sua tradição, aplaudimos muito as coreografias e os músicos.
Foi emocionante ver a reação do povo do bairro, com os olhos brilhando e a
alegria estampada não apenas no olhar mas em todo o corpo que sacudia ao som
dos tambores. Homens, mulheres, crianças e idosos, todos tocando e dançando
juntos. Ter a oportunidade de participar de uma manifestação sociocultural
destas foi incrível. Confesso que me emocionei. Viva o Candombe!
Créditos da montagem: Murilo Azevedo.
Créditos da montagem: Murilo Azevedo.
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