Como todos sabem a maconha está
liberada aqui em Montevideo – não para estrangeiros – e é nisso que se baseia
minha melhor história do dia de ontem.
Pedimos um mapa da cidade aqui na
recepção do hostel, o recepcionista não encontrando, nos deu um daqueles livrinhos
de viagem, que trazia um mapa com apenas metade da cidade, o jeito foi explorar
só a parte mapeada mesmo.
O domingo estava reservado para o
turismo, finalmente esquentou, o sol deu as caras e agraciou nossa presença na
capital do Uruguay. A primeira atividade do dia era encontrar a universidade, no
caminho exploramos a Plaza Independência, tiramos fotos com suas diversas
atrações e até entramos no mausoléu com os restos mortais de Artigas – um herói
nacional daqui. Encontramos a Universidad de la Empresa – UDE - e após conferir
o prédio do campus onde vamos estudar seguimos para o almoço. Dessa vez almoçamos
em uma pizzaria, mas meu pedido foi o mesmo do dia anterior, um chivito – tem como
eu não gostar dessa culinária? Carne e batata frita, Deus é Uruguaio!
Depois do almoço voltamos para o
hostel e após um desencontro total eu e Diego passamos a tarde inteira perdidos
pela rambla de Punta Carretas e pelo Mercado del Puerto. Em Punta Carretas andamos
por uma espécie de trapiche – deve ter outro nome – onde várias pessoas estavam
com suas motos estacionadas e suas varas de pesca a espera de peixes. Lá a única coisa bonita que encontramos foi a
vista da cidade, a bem da verdade nos arrependemos muitos de caminhar cerca de
500 metros para chegar a uma espécie de oca de concreto, ok isso acontece.
Resolvemos seguir até o Puerto margeando o rio, o resultado foi que andamos muito
e quando chegamos ao Mercado nos decepcionamos um pouco, esperava que fosse
maior, depois de superada a decepção curtimos o mercado e experimentamos uma
Zillertal – cerveja uruguaia. No mercado tem gente de todas as partes do mundo,
visitando Montevideo com transatlânticos, é uma experiência bacana.
Na volta finalmente encontramos
as meninas que estavam indo para o Puerto, sem forças para retornar com elas
viemos para o hostel e fiquei lendo. Quando elas retornaram resolvemos descer
para conhecer os pubs aqui da rua do hostel – péssima ideia. Fomos até o The
Shannon, um bar no estilo Irlandês, com um ambiente temático e músicas muito
boas. As gurias comeram e eu as acompanhei em algumas Stellas, descemos assim
que as senhoras do encontro da turma de 83 chegaram e dominaram o ambiente,
fomos para os banquinhos da rua e foi lá que vivemos a experiência com a
maconha – calma mãe.
Estávamos sentadas nas mesas da
rua e o relógio já devia marcar meia noite, foi então que um cara uruguaio
chegou com vários saquinhos com maconha e queria que comprássemos. Eu muito simpática
não quis dizer que não fumava – para não parecer a brasileira careta – e então
disse que não tinha dinheiro, que estava muito caro, ele foi abaixando o preço
e também as calças para tirar da cueca outras sacolinhas. No final ele estava
nos vendendo um pacotinho por 10 reais, mas mesmo assim eu não queria e não encontrávamos
mais jeito de dispensar o sujeito. Tive que pedir ajuda a um casal que tínhamos
conhecido anteriormente – ele uruguaio e ela brasileira – pedi para ele falar
ao cara que eu realmente não queria, o que não deixou o sujeito cheio de
cicatrizes de tiros nos braços muito satisfeito e o fez sair gritando pela
calle: “Chica, vá chupar uma pica... UMA PICAAA!” Mereço? Todo mundo ficou me
olhando, quase morri de vergonha. Maldito traficante mequetrefe.
Foi também nessa noite que
descobrimos que Paula fala Italiano e não espanhol, vabêne!
Após o The Shannon paramos no El
Pony Pisador, um barzinho com música ao vivo, provavelmente o local de onde
vinham os gritos e sons da madrugada anterior. Realmente, dá vontade de gritar
e cantar - ou foi o ambiente ou foram as várias Stellas. O fato é que nunca é uma boa ideia descer
para os pubs antes do primeiro dia de aula, sério, é uma dica importante para você
que não pretende morrer de sono – para não dizer outra coisa – na primeira
manhã de la maestria.
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