Quando fui para Garopaba ainda
não tinha lido o maravilhoso livro do Daniel Galera, “Barba Ensopada de Sangue”,
que, ao contrário do que possa parecer pelo título, não se trata de um livro
tipo “Dexter”. O livro é um romance policial que faz você se envolver por
completo e mergulhar na cultura da vila histórica de Garopaba e conhecendo o
cotidiano da pacata cidade do litoral catarinense. Foi nesta viagem que comprei
o livro e, desde que comecei a ler, conto os dias de meu retorno a Garopaba
para que eu possa percorrer os locais que ambientaram o romance.
Sexta Feira – Loucura
Como de praxe eu estava
trabalhando e, para facilitar, meus alunos estavam apresentando um de nossos
projetos em uma feira em outra cidade. Tive que correr contra o tempo e, mais
uma vez, contar com a boa vontade de meu motorista de plantão, Jarbas.. digo,
Henrique. Ele foi me levar até Floripa, onde encontraria Rá para depois seguirmos de ônibus até Garopaba.
Eu não via a Rá desde dezembro,
estava morrendo de saudade e a viagem até Garopaba apesar de suas 200 paradas
passou rapidinho. Rimos, ouvimos boas músicas e logo estávamos chegando a
Garopaba City. Chegamos e em um minuto vimos o carro de Paula chegando, Aline
já estava com ela.
Alguns abraços e quilômetros
depois estávamos na casa da Paula, onde começou a festa. A bem da verdade, na
sexta estávamos um pouco acabadas, então jantamos e conversamos para matar a
saudade. Além disso também conhecemos o novo mascote das gurias – um gambá em
decomposição – que a Paula insistia em chamar de fofo.
Sábado
Nossa viagem não tinha muitos
objetivos turísticos, o maior objetivo era estamos todas juntas, então sem pressa
nos levantamos, nos arrumamos, prestigiamos a revista da Aline – que tem uma
entrevista maneiríssima com a Paula e o Hugo – e depois fomos preparar o almoço.
Frase meramente ilustrativa, fomos uma ova, eu desci, mas o mérito do almoço é
da Paula. Como sempre temos muitos assuntos e o falatório é grande, todo mundo
quer contar as novidades, ouvir sobre a vida uma das outras, recomendar um
artista, um filme, uma série, enfim, além de muitas risadas, meu encontro com
as gurias de Porto Alegre sempre é muito cheio de cultura.
Antes de prepararmos o almoço
precisávamos comprar os ingredientes, então fomos até o Silveira. Compramos
ingredientes para fazer uma massa ao pesto e alguns drinks. Após o almoço fomos
para praia.
O vento era constante, mas a
paisagem compensava. Fomos até as pedras da praia de Garopaba. Foi construída
uma estrutura em madeira que permite a chegada até o topo das pedras. Lá em
cima um simpatizante de Bob Marley, um tanto quanto suspeito, nos convidou para
ver um leão marinho que estava sobre uma pedra, mas ignoramos o convite.
Ficamos tirando mil fotos com o vento a nosso favor. Após a sessão de fotos retornamos
para a casa de Paula. Passamos por algumas mansões e também pelo camping, o que
prova que a Garopaba é mesmo uma cidade eclética.
Só depois do passeio é que fomos
preparar o almoço. Delicioso, como de costume.
Antes de iniciar o jogo fomos dar
uma volta pela cidade. Contemplar a paisagem e ir até a livraria comprar o meu Barba
Ensopada de Sague. Falando em livros, nessa viagem também ganhei um Nikki Heat
em espanhol! Que ainda não terminei de ler, o livro foi comprado pela Paula na
Espanha e é um da série escrita pelo genial, porém fictício, Richard Castle. Retornamos
para casa e o jogo iniciou.
Sério, eu devo estar entre os 10
melhores jogadores em todo o mundo desse jogo. Minha regras são ótimas e em
alguma vida eu devo ter feito direito, pois consigo me armar dos melhores
argumentos. Sim, sempre sou assim modesta.
Desta vez eu não fiz Aline beber
cada vez que alguém respirasse e, com pena de Raíssa, não fiz com que ela
sofresse, pois depois de sua quase morte no Rio de Janeiro, eu fico com medo
dela se despedir de novo. A melhor regra do jogo certamente era todo mundo ter
que falar Carol Khaleesi antes de falar qualquer coisa. Nada mais justo.
Depois do jogo fomos dar uma
volta até o centro de Garopaba. Tínhamos a intenção de ir até o Al Capone, que
é um pub famoso da cidade – inclusive o Galera fala dele em se livro. Mas
devido ao avançado da hora não o encontramos aberto. Voltamos para casa
cantando, tendo praticamente que carregar a Aline e morrendo de rir da
situação.
Como de costume, e dessa vez sem
nenhuma regra minha contribuindo, Aline veio a falecer. Ela estava conversando
bonitinho, como uma mocinha de classe e de repente ela morreu. Simplesmente
apagou e sumiu do mundo dos vivos. Garopaba e Aline têm essa estranha relação.
Enquanto nossa pequena dorminhoca estava nos braços de Orfeu conversamos mais
um pouco e depois decidimos subir e dormir.
Domingo
Acordamos tarde, preparamos o
almoço e fomos para as praias: Rosa e Ferrugem. A Rosa é uma das mais populares
e badaladas praias do litoral sul catarinense. Procuradas por surfistas,
hippies, por garotas que procuram surfistas e por apaixonados pela natureza em
geral. Além de contar com uma vida noturna intensa durante a temporada.
Por estarmos fora da temporada a
praia estava quase vazia e foi uma delícia caminhar por lá. Preciso dizer que a
luz do dia nos proporcionou fotos lindas! Ah, também sou forçada a dizer que a
praia é aquela da música do Kid. Rosa norte! Sim, sim, tem a música do
Armandinho também e, já que estou dando uma de tiete, sou obrigada a falar que
também está no romance do Galera – podíamos ter ido até a pousada do Bonobo .
Na volta paramos em uma loja de artesanato, os preços eram super salgado, o
aroma de incenso me deixou nauseada, mas a loja era uma graça e lá compramos
uma pulseirinha para marcar nossa viagem.
Do Rosa fomos para a Ferrugem,
uma outra parada obrigatória. Outra praia de beleza impar naquela região.
No retorno paramos na Gelomel,
depois jantamos e já estava na hora de Aline retornar para a capital gaúcha.
No caminho para a rodoviária
paramos na praça em frente à Igreja da Matriz e, Aline, a única que tinha o
lido o livro do Galera até então, tentou decifrar onde o protagonista do livro
morava. Hoje, após ler o livro, acredito que estávamos bastante perto do
apartamento térreo onde ele morou, mas para termos certeza, na próxima viagem
teremos que procurar de novo. Dessa vez não teve beiçolinha, mas rimos muito.
Ao lado de Aline sentou um cara boa pinta e pela janela fizemos muitos gestos
dando dicas para Aline não perder o bofe. O que não contávamos é que estávamos
sendo assistidas pelo senhor que estava sentado uns dois bancos para frente do
dela. Huahuahuuha Depois ficamos sabendo que ele estava acompanhado. Mas pelo
menos tentamos.
Voltamos para casa e entre
algumas cervejas tivemos praticamente uma sessão psicológica, abrindo nossos
corações, contando nossas angústias, aceitando nossas fraquezas. Alguns
assuntos são reincidentes, outros novos, mas falar faz bem. Foi nessa conversa
também que descobri que, assim como eu, Paula tem uma vida paralela e até
marcamos um encontro em um de nossos shows. Huahuahu Raíssa ficou impressionada
em como nossas PLs são cheias de detalhes e nossas histórias são bem embasas, a
bem da verdade acho que ela ficou foi um pouco assustada.
Segunda
Arrumamos a casa, colocamos
nossas malas no carro e nos preparamos para nos despedirmos de Garopaba, mas
antes fomos almoçar em um restaurante da orla. Depois nos despedimos
oficialmente da cidade, que certamente ganhou nosso coração.
Seguimos até a Guarda. Eu ainda
não conhecia. Há alguns anos fui convidada para acampar lá com a Paula e a
Vanessa, mas eu estava no Rio e não pude ir até lá encontra-las, mas tinha
muita curiosidade de conhecer a praia. Certamente Raíssa foi privilegiada, pois
teve a oportunidade de conhecer nessa viagem um dos lugares mais belos de nosso
litoral.
Dizem que todo mundo fuma maconha
no Guarda do Embaú e certamente o gondoleiro – ok, ok, não adianta fingir que
estávamos na Europa, não era gondoleiro e sim canoeiro – provava essa teoria.
Ele fez nossa travessia em sua canoa que se chamava “Terror delas chicas” – sim
escrito assim – e apesar de respostas letárgicas ele era um simpático. Do outro
lado do rio contemplamos a paisagem e, quando estávamos nos preparando para
retornar, nosso amigo da canoa nos mostrou o caranguejo que ele tinha acabado
de pegar e nos fez vencer nosso medo e segurar o bichinho na mão. No retorno
ele nos contou que conhece cada pedra daquele rio pelo nome, contou que teve
muita gente que já morreu ali, falou da comunidade hippie que vive no alto do
morro e comentou sobre a neve vista a pouco tempo no alto do morro da
Cambirela.
Da Guarda fomos para a capital.
Rá só tinha visto a ponte à noite e foi uma boa oportunidade para ela conhecer
o nosso cartão postal. Ela conheceu também a Lagoa da Conceição, um dos lugares
mais charmosos da Ilha. Tínhamos pouco tempo e, como o trânsito da ilha nem
sempre fica a favor dor motoristas da Lagoa, fomos direto para a rodoviária.
Como não poderia deixar de ser
essa foi mais uma viagem maravilhosa, ao lado de minhas irmãs de alma. Eu
sempre penso em agradecer a Deus por ter encontrado elas em minha vida, e
espero que todos os nossos sonhos de destinos de viagens se realizem, enquanto
esse tempo não chegar $$ espero escrever vários relatos sobre Garopaba e tenho
certeza de que sempre que eu recorrer a minha memória para encontrar lembranças
felizes vou ver aquele mar e ouvir nossas risadas.
Bordões da viagem:
Paula 5 inverno
Shooooooooooooow
Gamba Fofo
Carol Khaleesi
Vidas paralelas
Sou Livre
Médio e Grosso
OBS: Aline deve aprender a
tabuada de 3, aprender a jogar imagem e ação e é claro... aprender a beber.
huauhuahuhaa
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