Em
uma gincana realizada no Silva Jardim como tarefa os alunos deveriam trazer
para a escola um livro antigo. A aluna Marcela trouxe um livro publicado em
1850. Se tratava de uma bíblia, toda escrita em alemão. Junto com a bíblia,
veio também um pequeno relato de como a religião, o idioma e as tradições
marcaram a vida dos imigrantes alemães que aqui chegaram.
O
texto é do senhor Quirino Iung e vale a pena conferir!
“A
colonização Alemã teve início na região de São Pedro de Alcântara, Teresópolis,
Santa Izabel, na década de 1850, vieram imigrantes de várias regiões da
Alemanha e a religião entre esses colonos era algo muito marcante, e vários
templos – igrejas – foram erguidas para professar as Religiões Luteranas e
Católicas.
Esta
Bíblia de bolso é da Religião Luterana, datada em 1863 e escrita em alemão - visto
que os imigrantes só falavam seu idioma nativo. As bíblias eram trazidas pelos
pastores e pelas próprias famílias e eram usadas em cultos e em suas leituras
diárias aqui no Brasil.
Este
volume pertencia aos meus avós paternos Jacó e Catarina Guckert, que residiam
em Rancho Queimado. Naquele tempo na igreja e escola o idioma falado e escrito
era Alemão. O pastor além do serviço paroquial que fazia, tinha conhecimento
medicinal, atendia os fiéis e a medicação mais comum era a Homeopatia além
disso o pastor era também exercia a função de professor. A área atendida pelo
pastor – de Rancho Queimado - era muito grande, além desta região ia também
para o sul do estado para cidades como São Bonifácio e Anitápolis. O
deslocamento era feito no lombo do cavalo, enfrentando chuvas, trovoadas, rios
cheios e mais os índios.
As
despesas eram mantidas pelo imperador Kaiser Guilherme II da Alemanha, até 1918
quando mudou a lei do ensino no Brasil. O meu pai Evaldo Iung estudou e falava
apenas alemão, nunca teve aula em português, depois foi aprendendo o nosso
idioma.
Era
comum entres eles, uma religião frequentar aos amigos a igreja do outro. E faziam
confraternização das famílias que se ajudavam entre si na construção de Igrejas
dos que ainda não possuíam.
É
fato verídico na localidade de Teresópolis (Hoje Queçaba) as igrejas não tem nem
300 metros de distância entre uma e outra, inclusive os cemitérios. E também na
cidade Rancho Queimado o mesmo ocorre.
Por Quirino Iung"
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