Personalidades - Jorge Montibeller

Por Carol Pereira
Data de nascimento: 23 de abril de 1931
Data de falecimento: 13 de novembro de 1982

Jorge Montibeller nasceu no município de Ituporanga no ano de 1931 e foi lá que conheceu a esposa Célia Marqueze, com quem se casou e teve 8 filhos. O casal de agricultores possuía terras no município de Ituporanga e tinha como principal fonte de renda a agricultura.

Segundo dona Célia a amizade com Rodolfo Beppler foi o que mudou para sempre o rumo da vida da família. Rodolfo Beppler era de Alfredo Wagner e lidava com gado, cavalos e também agricultura, foi a partir do contato com ele que Jorge passou a criar gosto pela lida de campo. No ano de 1972 Jorge comprou uma grande quantidade de terra no município de Alfredo Wagner do amigo Rodolfo – 160 hectares – e para cá se mudou com toda a família. As terras eram produtivas, com um relevo espendido, de fato era uma propriedade muito bonita. Lá a família começou a trabalhar na lavoura, plantando cebola e fumo. Na propriedade também criavam gado e alguns cavalos, que serviam para lida e também para a diversão.
Certa vez, o amigo Rodolfo convidou Jorge para acompanha-lo até um rodeio do CTG de São José. Jorge ficou encantando pelo que viu e desde aquele dia a paixão pelo CTG e pelos rodeios nunca mais saiu de seu coração.
Assim que retornou, Jorge comunicou à esposa que criaria um CTG em Alfredo Wagner. Assim o fez tornando-o, desta maneira, o primeiro fundador do primeiro CTG da cidade e o terceiro CTG mais antigo do estado.
Jorge Montibeller, juntamente com os amigos, entre eles o filho Antônio Luiz Montibeller e Nilton Andeson Souza, o popular Ito, fundaram o CTG São Jorge. O nome do CTG além de homenagear o Santo – São Jorge – ainda faz alusão ao nome de seu idealizador – Jorge Montibeler. A data de sua fundação ocorreu, segundo registros, no ano de 1978, mais precisamente no mês de setembro, sendo inaugurado nos dias 14 e 15 de outubro em uma grande festa realizada nas Demoras, na cancha que seu Jorge construiu em sua fazenda para o CTG. Mais de 3 mil pessoas compareceram à grande festa de inauguração, onde ele trabalhou arduamente com toda a família – na época, os seis filhos mais velhos,  que foram modelos para os dois irmãos mais novos, um genro e sua esposa, Célia,  que sempre atuou fortemente ao lado do marido. A festa foi anunciada por rádios de todo o estado e reuniu laçadores de todas as regiões tendo como narrador o aclamado Sebastião Nunes – grande narrador daquele tempo.  O que tornou o evento ainda mais memorável foi o grande campeão do torneio: o próprio Jorge, que já tinha a fama de ser uma grande laçador.
A festa do CTG São Jorge passou a se realizar anualmente na localidade das Demoras, sempre reunindo um grande número de competidores e prestigiadores das tradições gaúchas.
Jorge faleceu no ano de 1982, devido a um câncer no pulmão, mas seu legado é mantido até hoje e novos laçadores e mantenedores das tradições já se formam na terceira geração de seus descendentes.
Após sua morte, o filho Antônio, mais conhecido como Tonho, passou a ser patrono do CTG no lugar de seu genitor e continuou realizando a festa nas Demoras, porém, já não eram as mesmas sem a presença do saudoso pai. Com o passar dos anos a festa começou a ser realizada na cancha do Parque de exposições da cidade e continuou sendo um sucesso. A história de Pai e filho – Jorge e Tonho – até mesmo foi contada em um Livro: “Tradicionalismo Gaúcho em Destaque”, que conta a história dos grandes mantenedores das tradições gaúchas no estado de Santa Catarina.
Seus descendentes: Oito filhos (Glória Ines, Neuza Maria, Antonio Luiz, Lúcia Marta, Marlene, Odilon, Jorge Línésio e Angelita), vinte e dois netos, os sete bisnetos juntamente com sua viúva, Dona Célia, tem orgulho de figurarem como uma das famílias mais tradicionais dos CTGs de todo o sul do Brasil. Todos os seus filhos e famílias participam do CTG, mantendo vivas as tradições. Três dos seus filhos continuam laçando; além disso, alguns de seus netos e netas são exímios laçadores, campeões de torneios por todo o estado e fora dele; até mesmo os bisnetos partilham da paixão do bisavô pelo laço: o pequeno Vinícios de apenas 5 anos conta orgulhoso que já laça na vaca parada.
E assim nasceu o primeiro CTG da cidade, tendo como grande idealizador um homem apaixonado pelo Laço e pelas tradições. Homem simples, alegre, de muitos amigos e com um enorme legado.
Hoje as tradições dos grandes torneios de laço permanecem vivas em nossa cidade. Grandes torneios são realizados em diversas canchas por todo o município. Outros CTGs foram criados, mas o pioneiro, Jorge Montibeler, permanece em lugar de destaque, sendo lembrado e respeitado por todos, mesmo depois dos 30 anos de seu falecimento.
  
Informações transmitidas por:
Celia Marqueze Montibeller
Livro: Tradicionalismo Gaúcho em Destaque – Ano de 1985

Entrevista realizada por:
Ana Paula Kretzer
Carol Pereira
Correções:
Ana Paula Kretzer


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