Acordar no Courtbrack
foi legal! Descemos para tomar café todos juntos e foi bem divertido, parecia
que estávamos em uma grande república. O Segundo dia foi o momento de
conhecermos a Mary Immaculate College
e também conhecer melhor os nossos anfitriões, pessoas que nos acompanhariam
até o final da viagem: Holly que é a coordenadora de relações internacionais da
universidade, Breeda – que chamamos durante 80% da viagem de Frida, pois não
tínhamos entendido – e Ben.
Recebemos alguns brindes, ainda nas acomodações,
antes de nosso passeio pela Mary
Immaculate College. É lá que estudam Giovani, Matheus e Luiza, que são
brasileiros que cursam mestrado e doutorado e nos acompanharam como tradutores –
olha que legal, a Luiza é de Floripa e ela conhece a Keké e a Samara, que são
aqui de Alfredo e eu também conheço... esse mundo é ou não é muito pequeno?
hahaha.
Fundada em 1898, a MIC é uma Faculdade Católica de
Educação e Artes Liberais. A Universidade oferece uma ampla gama de programas
em Educação e Artes, tanto em nível de graduação como de pós-graduação, e
oferece quase 5.000 vagas para
estudantes de diversas partes do mundo.
Eu fiquei morrendo de vontade de tentar um
doutorado lá, parecia um sonho aquela universidade linda! Estudar lá deve ser
um grande privilégio e uma grande oportunidade de aprendizado. A vontade ainda
não desapareceu, quem sabe um dia eu não tente uma bolsa?
O campus é imenso e maravilhoso. Passeamos por ele
e nos apresentaram as várias salas e acomodações. O teatro, que é comunitário e
oferece espetáculos gratuitos, assim como as instalações esportivas, que também
são abertas para a comunidade em alguns períodos do mês. Naquele dia em
específico, estava acontecendo um campeonato de futebol e diversas crianças de
escolas da área estavam participando.
Foi lá também que tivemos contato com o hurling, um jogo nacional irlandês de
origem celta semelhante ao hóquei. Duas equipes, compostas por 15 elementos
cada, tentam introduzir com a ajuda de bastões uma bola - do tamanho da de
tênis - na baliza contrária. O jogo é contabilizado através de gols e pontos. O
gol consegue-se quando a bola ultrapassa a linha sob a trave da baliza, valendo
então três pontos. Se passa pela parte superior, entre os postes, vale um
ponto. Até arriscamos tentar pelo menos dominar a bola mas, aparentemente,
nenhum de nós tinha muita habilidade.
Saindo dali, fomos conhecer um outro ícone da
cidade de Limerick, a Igreja St. Mary’s Cathedral, que esse ano está
completando 850 anos. OITOCENTOS E CINQUENTA ANOS, sendo que o Brasil tem pouco
mais que 500, ok? A catedral é um dos edifícios mais antigos de Limerick e fica no coração da cidade
medieval. Originalmente, o Palácio Real dos Reis de Thomond foi presenteado com uma Igreja em 1168. St Mary's é um edifício
extraordinariamente complexo, que representa os desenvolvimentos de meados do
século XII ao final do século XX - um tesouro da arte religiosa irlandesa. É a
perfeita harmonia entre o velho e o novo. Os vitrais são esplendidos e o cinza
da estrutura contrasta com o verde envolvente, de modo que nos remete para o
passado e os mistérios do nosso imaginário. Rodeada por um cemitério, de lajes
cinzentas e cruzes celtas, o que dá um perfeito toque sinistro à visita, sem
falar nos corvos que faziam a trilha sonora. Ah, os corvos são um capítulo à
parte da nossa viagem, não é mesmo Elis? Hahaha.
A visita começa por um museu, que conta não só a
história do museu, mas de toda a cidade de Limerick, contando com recursos de
sons, imagens, maquetes e exposição de algumas peças. Imaginem como alguém
louco por história se sente lá dentro! Depois fomos para a parte externa do
castelo, que tenta remeter o visitante à idade média, até mesmo com alguns
bobos da corte tentando animar. A gente pode subir até a torre. Lá de cima pode-se
ver boa parte da cidade, cortada pelo rio Shannon, o maior de toda a Irlanda –
Informação inútil alert: Em
Montevideo existe um pub irlandês que já frequentei bastante, que se chama
Shannon, agora sei de onde veio o nome. Ele fica ao lado do El Pony Pisador
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Do castelo fomos até a prefeitura. Tínhamos um
almoço com, nada mais nada menos, o prefeito da cidade, que aguardava para nos
recepcionar. Foi muito bacana, estávamos lá, praticamente recebendo a chave da
cidade, nos sentindo muito prestigiados! Eles fizeram da nossa visita um
evento, como se fossemos celebridades. Inesquecível! Um fato interessante: o
prefeito ostentava grandes medalhões de ouro em uma corrente, mas na boca lhe faltava alguma coisa. Fiquei constrangida, pois não conseguia parar de olhar para o sorriso
dele.
Falando em decepção, acho que a única da viagem foi
nesse momento. Quando alguém te fala: -
Você vai almoçar com o prefeito! O que você pensa?
Pensa que vai participar de um baquete!
But, eram
sanduíches! Sanduíches, gente!!! Quem come sanduíche no almoço?
Irlandeses!
Todos os almoços seguiam o mesmo script, uma entrada de sopa, seguida por
alguns sanduíches e no final um cafezinho ou chá – com leite – para ninguém
ficar com fome. Isso em todos os almoços. Tá certo que a janta era bem
reforçada, mas até acostumar com esse ritmo não foi muito fácil, ainda mais
para pessoas chatas que não comem pão – leiam Carol.
Não tinha feijão, mas tinha passeio de barco pelo
Shannon! E que passeio! Pegamos um ônibus e fomos até o local de onde partia o
barco.
Killaloe é uma grande aldeia no leste do condado de
Clare, na Irlanda. A aldeia situa-se no rio Shannon, na margem ocidental de
Lough Derg e é ligada pela Ponte Killaloe à "cidade gêmea" de
Ballina, na margem oriental do lago. O passeio foi muito legal e no barco tinha
um bar, no qual começamos a nossa imersão na cultura etílica irlandesa de fato.
Bebidas quentes e muitas cervejas. O passeio teve um ar de confraternização.
Todos estavam muito felizes pelo dia maravilhoso que tínhamos vivido.
Ainda tinha um
“churrasco” de jantar. Preciso fazer outro comentário: se em janeiro eu tinha
me frustrado com uma Londres que escurecia as 15:30, em Limerick eu não poderia
estar mais satisfeita, pois escurecia perto das 22:00! Dá pra acreditar?! Dias
longos para a gente aproveitar. Além disso, Limerick e a Irlanda em geral são
conhecidas pelo clima úmido e as chuvas quase que diárias. Mas, como diziam os
nossos anfitriões – praticamente em todo lugar que visitávamos – chegamos e
trouxemos o sol conosco. Tivemos dias lindos de sol, o que também contribuiu
para nossa estadia ser perfeita.
Negativo!
Voltamos de
ônibus para o alojamento – meio dormindo, acordei umas duas vezes no susto
achando que o carro estava na contramão, quando na verdade não passava da mão
inglesa. A noite ainda fomos ao Bobby Byrne , super recomendado por todos os Irlandeses
do churrasco. A gente queria uma experiência cultural completa, queríamos
conhecer os Pubs também. Mas, chegando lá, o lugar estava morto e provavelmente
estava acontecendo a reunião dos formandos de 1920, pois só tinha senhores
dentro do bar. A única coisa boa que encontramos foram algumas cervejas de trigo. A "incursão" foi meio frustrante e o jeito foi finalizar a noite com mais umas Guinness no Dolans, onde estava o resto da turma que não tinham conseguido
encontrar o pub da terceira idade. Foi uma noite muito animada, no nossa pub preferido estava acontecendo uma festa estranha - com gente esquisita - e para contrastar com a idade do público do outro bar, esses tinham cerca de 15 anos. Ficamos no interior do bar mas depois fomos até uma outro ambiente, mais aberto, onde a criançada estava, lá erguemos vários brindes e logo algumas pessoas vieram acompanhar, usando tudo o que sabiam de português, palavras nada convencionais. Grasi e eu fomos dar uma volta, para ver de onde vinha a música e acabamos indo parar dentro de uma rave, onde um cara com apenas um dente insistia em flertar com ela e ela não conseguia se livrar do desdentado. Chamamos o resto do povo para a experiencia antropológica, mas apenas Kátia nos acompanhou, acho que ficamos lá durante uma duas músicas e já acabou. Foi bem divertido! Encerramos a noite com muitos boomerangs!
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