Personalidades: Nicolau Pedro Almeida



29 de fevereiro de 1940

07 de junho de 2015


Uma das personalidades mais marcantes de Alfredo Wagner durante várias décadas, foi Nicolau, que todos conheciam por Dedi. Sendo na música ou no esporte ele sempre se destacava e cativava a muita gente, marcando gols ou animando memoráveis noites de carnavais ou festas com a banda “Os Caveiras”.

Vamos conhecer um pouco mais sobre a vida dessa grande homem, através dos relatos de suas filhas, Elâine e Eliana.  

Nicolau nasceu no Sombrio, em 29 de fevereiro de 1940, filho de Paulo Fernandes de Almeida e de Joaquina Schweitzer de Almeida, sendo o terceiro dos filhos do casal. Paulo Schwinder, como seu pai era conhecido, possuía comércio e, por durante muitos anos, uma ferraria.

Nicolau, conhecido como Dedi, nasceu, viveu e faleceu em Alfredo Wagner, sendo um filho da “terra” que fez jus ao que um bom filho faz aos seus pais. Pessoa alegre, justa, participativa e respeitosa com todos. 

Dedi sempre acreditou que a maior chance de crescimento das pessoas estava nos estudos. Estudou na Escola do Distrito de Barracão. Tornou-se adulto, casou-se e voltou à escola para concluir o segundo grau, na primeira turma deste nível na cidade, no Colégio Costa e Silva, que funcionava no Silva Jardim.

Mas antes disse, aos dezoito anos ele foi para o exército, na cidade de Lages e foi lá que aprendeu a tocar pistom e corneta, aflorando ainda mais sua veia musical. Desde muito cedo ele foi um amante das artes, com uma habilidade acima da média. Além da música ele também gostava de pintar.

Mas era na música que ele depositava sua verdadeira vitalidade. Tocava alguns instrumentos, e no pistom encontrou sua maior alegria. Junto a amigos fundaram uma das mais famosas bandas de todos os tempos, da cidade de Alfredo Wagner, a inesquecível banda “Os Caveiras”. Eles animavam festas, bailes e carnavais. Muitas gerações têm suas lembranças mais felizes embaladas por suas músicas, durante as mais de três décadas que este conjunto ficou na ativa. Dedi era instrumentista e também o vocalista. Muitos músicos passaram pela banda, mas uma de suas formações mais lembradas por todos tem: Valdir Klauberg no contra baixo; Adenir Klauberg – Nica - na guitarra; Jonas Nascimento na bateria; Titi Schaffer no saxofone; Denis Del Antônia – Gaguinho -  na gaita e teclado e Dedi no pistom e nos vocais.

Mas se ele se destacava nas artes, o que falar de Dedi nos esportes? No futebol de campo ele era titular do famoso “União Futebol Clube”, time que despertava a paixão dos torcedores alfredenses. Já adulto ele conheceu o voleibol e o futebol de salão. Dedi participava dos principais torneios do município. Como todo atleta assíduo ele teve algumas lesões, que o levaram a algumas cirurgias, nos cotovelos e joelhos, mas nem isso conseguiu lhe afastar do esporte. 

Sua vida não pode ser entendida sem a sua companheira de vida, Ilsa Schweitzer de Almeida. Primos em segundo grau eram próximos desde a infância e nunca se separaram. Tiveram duas filhas e três netos. Eles eram um casal cheio de afinidades, a música, a pesca, o trabalho pela comunidade e isso fazia com que os dois sempre estivessem juntos. “Ninguém se lembrará só do Dedi sem a Ilsa e nem o contrário”, dizem suas filhas. 

Trabalhou durante 35 anos na Prefeitura Municipal de Alfredo Wagner. Como funcionário público, era um profissional exemplar e ético, servindo à comunidade e em especial os agricultores. Empenhou-se em se adaptar aos novos tempos, aprendendo e trabalhando com atendimento de INCRA e ITR já com sistema informatizado. Aposentou-se e manteve em sua casa um pequeno escritório para continuar a atender os agricultores e proprietários rurais, prestando serviços e colaborando com orientações às pessoas que o procuravam. 

Durante muito tempo foi também o responsável pelo sinal de TV em Alfredo Wagner, por isso foi um dos primeiros a ter uma televisão em casa e alguns conhecidos se reuniam para acompanhar as novelas da época e também o futebol. Mas bastava uma chuva, ventania ou queda de energia, para o canal sair fora do ar e então Dedi tinha que ir até às Demoras, onde ficava a antena repetidora do sinal, para religar ou verificar o porquê do problema.

Era católico e foi um membro ativo na igreja, paróquia Bom Jesus. Foi tesoureiro, secretário e um colaborador fiel junto à sua esposa em eventos e cerimônias. Os dois, membros ativos da sociedade, ajudaram a comunidade a erguer sua capela no Barracão como também, participaram da desconstrução da mesma para que uma paróquia fosse erguida no local. Foi organizador de novenas em seu bairro, tapetes de Corpus Christi, entre outros. Foi membro da pastoral do canto, sendo animador responsável por um grupo de cantos. Sim, Nicolau voltou-se novamente à música na terceira idade, participando e ajudando a fundar o Coral de Alfredo Wagner, onde ele e sua esposa cultivaram amizades e alegrias com seus companheiros em apresentações e viagens. 

Seus últimos anos de vida foram dedicados às pessoas, realizando seus serviços, cantando no coral e na igreja, cuidando de sua família e principalmente, de sua esposa acometida de uma grave doença. Foram oito anos de dedicação e tratamento para que a família ficasse mais tempo junta.  Ele acompanhou o declínio da saúde de sua esposa, sempre ao seu lado. No ano de 2015, Dedi, com sua esposa já acamada, teve um agravamento de seu estado de saúde. Durante um mês, tal gravidade o levou para o hospital em uma quarta-feira, de junho, sendo internado em Florianópolis. Na mesma semana, sua esposa também teve um agravamento, sendo internada na sexta-feira no hospital de Alfredo Wagner. Seu Dedi faleceu em 07 de junho de 2015, um domingo. No domingo seguinte, 14 de junho de 2015, sua companheira foi encontrá-lo. Estão juntos, novamente, escrevendo uma nova história, uma nova vida.

Dedi e Ilza se foram, mas deixaram belas lembranças para amigos e familiares, além de Dedi ter deixado um legado na música e esporte da cidade. 


Informações repassadas por:

Elâine Aparecida De Almeida Rossini 

Eliana Maria de Almeida 

Biografia presente no livro "Histórias da Nossa gente"
das autoras: Carol Pereira e Manuella Mariani 







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